01. Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE (Sede)

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    Do fogo as telas: a trajetória da gastronomia no Brasil
    (2024-10-02) Silva, Gustavo Bastos da; Shinohara, Neide Kazue Sakugawa; http://lattes.cnpq.br/7105928729564845
    Este estudo analisou a evolução da gastronomia no Brasil desde o período colonial até os dias atuais, com foco nas influências culturais, mudanças nos hábitos alimentares e inovações tecnológicas. O objetivo geral foi avaliar o papel da gastronomia na sociedade brasileira e investigar o crescimento do setor, destacando a formação de escolas e cursos, além de analisar o impacto das mídias tradicionais, reality shows e internet. Utilizou-se pesquisa bibliográfica baseada nas diferentes áreas da gastronomia, em livros, artigos e outras fontes acadêmicas, para embasar o levantamento e trajetória da gastronomia no Brasil a análise. Os resultados mostram uma culinária nacional rica e diversificada, moldada por influências indígenas, africanas e europeias e a partir do século XIX sofreu a hibridização com outros migrantes da europa e ásia que proporcionaram profundas mudanças culturais na sociedade brasileira, e evoluída por avanços tecnológicos e mudanças culturais. A gastronomia brasileira, é reconhecida por sua capacidade inventiva, resiliente e sedutora, porque soube colher e adaptar todas as contribuições em matérias-prima e técnicas que os nativos e estrangeiros transmitiram no decorrer da história da evolução gastronômica, evidenciada por sua adaptação e inovação, refletindo uma significativa contribuição cultural e econômica, evidenciando a importância do setor na identidade nacional.
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    Plantas tradicionais dos quintais quilombolas Barro Branco: valorização da cultura e tradição alimentar
    (2023-04-06) Nascimento, Iasmine Gomes do; Panetta, Monica Helena; http://lattes.cnpq.br/0760135351368402; http://lattes.cnpq.br/8220401465715238
    Os quilombolas carregam em seu nome uma história de luta, sobrevivência e resistência, que começou com o tráfico e comércio de africanos e africanas, que levados para as Américas e, em especial para o Brasil, foram escravizados por mais de 350 anos e teve “seu fim” em 1888, com a promulgação da Lei Áurea. Nesse contexto, em busca da liberdade, muitos desses ex- escravizados fugiram em grupo para locais distantes das terras de “seus senhores”, mais tarde esses agrupamentos foram denominados de quilombos. Hoje, em todo território brasileiro, existem vários agrupamentos reconhecidos como Comunidades Quilombolas, com tradicionalidade e cultura própria, são exemplos de sabedoria e conhecimento ancestral, principalmente de plantas tradicionais e seus usos na medicina e na culinária. Sendo assim, o presente trabalho tem como objetivo verificar o conhecimento e a utilização de plantas alimentícias tradicionais em uma Comunidade Quilombola, com o intuito de fortalecer a etnogastronomia ancestral quilombola, em que a comida de memória afetiva perpassa a cultura, saberes e sabores. A pesquisa foi realizada na Comunidade Quilombola do Sítio Barro Branco, no município de Belo Jardim-PE, na abordagem qualitativa, sendo instrumento de levantamento de dados a entrevista semiestruturada e para escolha da amostragem utilizou-se o método Bola de Neve. Foram entrevistadas cinco mulheres de diferentes famílias, que através da memória afetiva relembraram alimentos e receitas conhecidas e consumidas naquele lugar, na perceptiva do fortalecimento cultural e identitário do grupo. Em detrimento a isso 12 plantas foram catalogadas e divididas em duas categorias alimentícias e ou medicinais, em uma construção de saberes-fazeres do consumo do passado e do presente. Em seus relatos, as mulheres evidenciaram alguns fatores que foram essenciais na diminuição do consumo e do conhecimento ao passar dos tempos, como a escassez dessas plantas em seu hábitat natural, a grande disseminação da internet, a diversidade de novos alimentos com preços acessíveis, as condições climáticas e a grande dificuldade de encontrá-las. Mas apesar disso, foi notório presenciar o consumo de todas as plantas mencionadas, mesmo que a frequência seja muito inferior à que suas bisavós, avós, e pais consumiam.
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    Aproveitamento integral do fruto da passiflora: o maracujá em suas diversas possibilidades de consumo
    (2022-09-28) Costa , Maria Lúcia Gurgel da; Shinohara , Neide Kazue Sakugawa; http://lattes.cnpq.br/7105928729564845; http://lattes.cnpq.br/6658237456457369
    O maracujá (gênero passiflora) é um tipo de trepadeira sublenhosa cuja fruta é utilizada em diversas preparações da gastronomia brasileira e as flores e frutos são utilizadas na produção de fármacos e cosméticos. A Passiflora spp está amplamente distribuída no Brasil, região do globo considerado um dos principais centros de diversidade do gênero botânico, o que explica o amplo uso alimentar e farmacológico na cultura brasileira. O objetivo deste trabalho é explorar as diversas formas de realizar o aproveitamento integral desta espécie botânica, planta de nome científico Passiflora. Para tanto desenvolveu-se pesquisa de fontes bibliográficas e de mídia digital, e a produção de alimentos a partir do fruto desta planta, investigando as diferentes formas e receitas para o aproveitamento das diferentes partes da composição do fruto da planta, por fim são apresentadas várias formas de aproveitamento das seguintes partes da planta do maracujá: casca, sementes, polpa, arilo carnoso, entre outros. Tanto a revisão bibliográfica quanto a execução prática das produções demonstrou a versatilidade e grande possibilidade de aproveitamento desta fruta, para além do uso tradicional, em produtos como: geleia, farinha da casca, farinha das sementes, compota da casca do maracujá, Arílo Carnoso a milanesa, chá de casca de maracujá que serão descritos e apresentados ao longo deste trabalho baseados em observações, achados e substanciado por descrição da literatura científica relacionados ao tema Passiflora e suas diferentes espécies.
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    “Me descobri negra”: identidade racial de estudantes de Pedagogia na UFRPE
    (2025-02-25) Lira, Lauane Xavier de; Portela Júnior, Aristeu; http://lattes.cnpq.br/2261345425063739; http://lattes.cnpq.br/2077463113610454
    Este trabalho tem como objetivo geral analisar os processos de construção da identidade racial de estudantes de Pedagogia do curso presencial na UFRPE, e assim contribuir com a reflexão sobre os fatores essenciais na delimitação da identidade negra, investigando os elementos e experiências que se apresentam durante a sua construção. Para isso, desenvolvemos uma pesquisa de cunho qualitativo, caracterizada como estudo de caso (Minayo, 2007). Como técnica de coleta de dados, aplicamos um questionário virtual por meio da plataforma Google Formulários, com estudantes matriculadas entre o terceiro e oitavo período da matriz curricular do curso, durante o período da sua realização. Para aprofundamento na temática, foi realizado um estado o conhecimento nas publicações das Reuniões Nacionais da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd) e dos Congressos Brasileiros de Pesquisadores(as) Negros(as) (COPENE). A técnica de análise adotada para os dados coletados é a análise de conteúdo temática (Gomes, 2007), aplicada nas respostas do questionário. Apontamos algumas categorias que se referem à marcadores que propiciam a construção da identidade negra, a saber as Características fenotípicas; Marcadores culturais e/ou políticos; a Autodeclaração racial; e a Educação formal – Educação básica e Ensino superior. Como resultados, identificamos que as características fenotípicas, principalmente a pele e o cabelo, são os principais alvos de manifestação do racismo. No que se refere a autodeclaração racial, analisamos que há divergências quanto às nomenclaturas utilizadas espontaneamente ou direcionadas de acordo com as categorias do IBGE. Ao investigarmos as contribuições dos marcadores culturais e/ou políticos, foi possível perceber sua influência para a formação de uma identidade política engajada no combate ao racismo. Enquanto isso, a escola aparece como um ambiente de silenciamento do debate racial e, portanto, perpetuador da estrutura do racismo. Em contraste, é expressiva a contribuição advinda da participação no ensino superior, que proporcionou reflexões capazes de auxiliar positivamente na consolidação dessas identidades, bem como no aprofundamento do estudo do racismo e seus impactos.
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    Docência em construção: representações sociais sobre o ser professor dos licenciandos em Pedagogia
    (2025-02-25) Araujo, Samuel Soares de; Sales, Michelle Beltrão Soares; http://lattes.cnpq.br/1145653737118181; http://lattes.cnpq.br/4455917076320649
    Este estudo tem como objetivo principal analisar as representações sociais sobre o ser professor da educação básica de estudantes do curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), buscando compreender como essas representações se relacionam com a construção da identidade docente. A partir das contribuições de Paulo Freire, Tardif e da Teoria das Representações Sociais de Serge Moscovici, o trabalho destaca que a identidade docente é construída por meio de experiências, saberes acumulados e práticas pedagógicas, refletindo a visão de mundo e as vivências dos educadores. A pesquisa investiga como estudantes de pedagogia, nos períodos iniciais e finais do curso, constroem suas percepções sobre a docência e como essas percepções influenciam sua formação e prática pedagógica, utilizando como instrumento de coleta entrevista semiestruturada e o TALP (Teste associativo de palavras). Os resultados sugeriram que, apesar de descrita como um desafio, a profissão docente para os sujeitos ainda é marcada pela ideia de “sacerdócio”. Os discursos indicaram que para os estudantes, apesar do desafio, o professor tem uma missão ou um compromisso moral com seus alunos, distanciando-o do lugar de profissional. Assim, espera-se contribuir para a compreensão e valorização do processo formativo docente, que, como descrito por Freire, perpetua-se nos indivíduos que são educados.
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    Temática indígena nos anos iniciais: uma proposta de (re) construção do conhecimento acerca das culturas indígenas
    (2025-02-25) França, Júlia Catarina Gouveia de; Portela Júnior, Aristeu; http://lattes.cnpq.br/2261345425063739
    A presente pesquisa possui como objetivo geral promover reflexões acerca da temática indígena através de práticas didático-pedagógicas em uma turma dos anos iniciais em uma escola no município de Recife-PE. Em função deste objetivo geral, foram elencados três objetivos específicos, sendo eles: promover o aprendizado acerca da temática indígena, visando ressaltar as influências dos povos indígenas na construção cultural do Brasil; analisar de que maneira estão sendo construídas as concepções das crianças sobre as histórias, vivências e práticas das comunidades e povos originários; e descrever e analisar quais as estratégias utilizadas para promover o aprendizado da temática indígena. A metodologia utilizada na construção deste trabalho foi de cunho qualitativo, sendo realizada uma pesquisa-ação, e tendo como instrumentos para a coleta de dados uma entrevista com a professora regente, e observação da prática docente, além da ação realizada na turma do primeiro ano do Ensino Fundamental dos Anos Iniciais de uma escola municipal de Recife - PE. A análise de dados foi inspirada pelo método da análise de conteúdo proposta por Bardin, que possibilitou a sistematização e análise de todo o conteúdo adquirido através da pesquisa-ação, observação e entrevista realizadas na turma participante da pesquisa. Foram descritos e analisados a rotina da turma, as ações pedagógicas realizadas por mim e pela docente, e os recursos utilizados para a promoção do ensino da temática indígena na sala de aula. Através da pesquisa realizada ficou evidente a necessidade da realização de pesquisas e formações docentes para que a temática indígena possa ser abordada de maneira mais ampla e valorativa no ambiente escolar.
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    Rodas de leitura nos últimos anos da educação infantil
    (2025-02-26) Martins, Jaqueline Camilo da Silva; Cabral, Ana Catarina dos Santos Pereira; http://lattes.cnpq.br/7731108870085614; http://lattes.cnpq.br/6290265208623786
    Esta monografia teve como objetivo geral investigar o trabalho envolvendo a compreensão leitora nas rodas de leitura da educação infantil, especificamente em duas turmas do grupo IV e V de duas instituições municipais localizadas na cidade do Recife-PE. Para isso, definimos os seguintes objetivos específicos: analisar como as docentes planejavam as rodas de leitura; identificar como avaliavam os conhecimentos das crianças em relação à compreensão leitora; observar o tempo destinado ao trabalho de leitura nas rodas de leitura; e mapear os recursos utilizados nas vivências das rodas de leitura. Desse modo, utilizamos como aporte teórico Solé (1998) e Brandão (2005), o que nos auxiliou na compreensão da importância do trabalho literário nas rodas de leitura nos anos finais da educação infantil, assim como na compreensão das especificidades desses momentos na rotina das professoras, além da ação mediadora com ênfase no fomento à compreensão leitora das crianças. A metodologia utilizada é de caráter qualitativo, inspirada no estudo de caso. Para a coleta de dados, foram utilizados os seguintes instrumentos metodológicos: o questionário, a observação e a entrevista semiestruturada. Na definição das categorias de análise, utilizamos a análise de conteúdo na perspectiva de Bardin (1977), que propiciou o entendimento sobre o trabalho desenvolvido pelas professoras que objetivavam um compromisso relevante com o desenvolvimento da compreensão leitora, como também a concepção da importância das rodas de leitura na construção leitora das crianças. Mesmo as professoras compreendendo a importância das rodas, identificamos a necessidade de se repensar a abordagem adotada no planejamento das rodas de leitura, descentralizando as rodas das temáticas curriculares ou da didatização. Diante dessa situação, constatou-se também a carência de um acervo diversificado nas duas instituições de ensino pesquisadas, assim como a necessidade de as rodas de leitura acontecerem de forma sistemática na rotina da educação infantil.
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    Entre palavras e sinais: alfabetização e letramento de alunos surdos em duas escolas municipais de Pernambuco
    (2025-02-26) Silva, Inara Dantas de Melo; Cordeiro, Leane Pereira; Santos, Carmi Ferraz; http://lattes.cnpq.br/2322696001671542; http://lattes.cnpq.br/8538638475316742; http://lattes.cnpq.br/5437727266648733
    A educação de surdos possui diversos desafios, um dos maiores deles é a alfabetização e letramento e a forma a qual esses sujeitos são ensinados. Visto muitas vezes como incapazes ou impostos em uma prática oralista, esses alunos enfrentam acentuadas dificuldades linguísticas, muitas vezes por estarem inseridos em turmas com professoras que não compreendem as suas especificidades. Alguns surdos estão inseridos em turmas bilíngues com professoras surdas e fluentes em Libras, outros estão em contextos regulares com uma professora que não necessariamente tem domínio da língua de sinais, às vezes com a presença de instrutor e/ou intérprete. Nesta pesquisa, buscamos com o objetivo geral analisar as singularidades do processo de alfaletramento de alunos surdos em uma turma bilíngue para surdos, e em uma turma regular, ambas do ensino fundamental nos anos iniciais e com os objetivos específicos almejamos identificar o papel da Libras (L1) no processo de aquisição do sistema de escrita alfabética, bem como no desenvolvimento da leitura em contextos de regular e bilinguismo; verificar como se dá a relação aluno-professor-turma em contexto regular e de bilinguismo; compreender os principais desafios enfrentados pelas professoras, tanto em contexto inclusivo quanto bilíngue para surdos; entender o papel do instrutor e/ou intérprete no processo de alfaletramento desses alunos surdos. Um trabalho de caráter qualitativo do tipo pesquisa de campo utilizamos como instrumentos entrevistas estruturadas e a observação participante. O campo de pesquisa foi dividido entre duas escolas municipais da região metropolitana de Recife e os sujeitos foram duas pedagogas, um instrutor de Libras e uma intérprete. À luz de autores como Soares (2020), Morais (2005), Quadros (1997) entre outros, podemos compreender conceitualmente a alfabetização e letramento e os aspectos particulares da educação de surdos. Os resultados desta pesquisa destacam a fragilidade das formações continuadas oferecidas pelas redes municipais, a potencialidade de surdos em espaços bilíngues, tomando como ponto de referência o bilinguismo e o acesso à cultura surda, o contexto bilíngue, detém mais recursos (apesar das dificuldades) e está mais próximo do ideal para a educação de surdos, também revelam as dificuldades e barreiras encontradas em turmas regulares com alunos surdos, sendo a principal barreira à comunicação, ou a falta dela, e a importância de profissionais especializados presentes diariamente para oportunizar um alfaletramento de uma forma que de fato os alunos surdos possam desenvolver a língua escrita.
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    Farmácia Viva em contexto de educação popular: um relato de experiência em diálogo com extensão universitária e o ensino de química
    (2025-03-19) Germano, Assíria Maria de Lima; Simões Neto, José Euzebio; Figueiredo, Júlia Martins; http://lattes.cnpq.br/9920383371525159; http://lattes.cnpq.br/3560726840212196; http://lattes.cnpq.br/8678934316865316
    Este trabalho é fruto de um projeto de extensão “Articulação de Ações Educativas de Saúde Integral”, desenvolvido pelo Laboratório de Química Aplicado a Fitoterápico (LaQAF /UFRPE) e a Rede Aroeira da Saúde da Mulher em parceria com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O projeto buscou fortalecer saberes ancestrais e populares, promovendo trocas entre comunidades e a universidade. O objetivo foi apontar a importância de uma extensão universitária em diálogo com a educação popular, fortalecendo essas iniciativas, com foco no uso de plantas medicinais e na implantação de Farmácias Vivas, espaços que integram saberes populares e científicos para produção de fitoterápicos. Assim, esse trabalho, em formato de relato de experiência busca o diálogo entre o Ensino de Química e a Educação Popular por meio do projeto de extensão, incentivando a saúde integral e autonomia de saúde, valorizando os conhecimentos das comunidades, para possibilitar a discussão de um novo modelo de extensão universitária, pautado na escuta ativa e na participação comunitária, além de pensar como a troca de saberes horizontal entre universidade e sociedade é possível promover um ensino de química conectado com os saberes populares e com a realidade local. Conclui-se que iniciativas como essa evidenciam o potencial transformador da extensão universitária quando pautada na escuta ativa, no respeito à autonomia das comunidades e na valorização dos saberes tradicionais. Ao promover o diálogo entre ensino, pesquisa e extensão, o projeto demonstrou como a Química pode ser abordada de forma contextualizada.
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    Mulheres, cuidado e cozinhas solidárias: ressignificações das práticas domésticas em âmbito coletivo?
    (2025-03-17) Calonio, Paola Giulia Spenillo; Cardoso, Maria Grazia Cribari; http://lattes.cnpq.br/2450643941158970; http://lattes.cnpq.br/6027613797674195
    O chavão popular "lugar de mulher é na cozinha" reflete a forma como o ato de cozinhar tem sido historicamente associado a uma tarefa feminina e individualizada. Essa associação é fruto da divisão sexual do trabalho, construção histórica que delegou às mulheres responsabilidades ligadas às esferas doméstica, reprodutiva e de cuidado, restringindo-as, muitas vezes, ao âmbito privado. No entanto, cozinhas coletivas, organizadas por movimentos sociais e outros grupos diversos, têm ganhado crescente relevância no cenário contemporâneo. Protagonizadas majoritariamente por mulheres, essas iniciativas vêm desempenhando um papel importante em contextos de grande vulnerabilidade social, onde o acesso digno e regular à alimentação ainda é uma luta diária para muitas pessoas. Diante desse cenário, o trabalho propôs-se a investigar a potência dessas cozinhas coletivas enquanto espaços de articulação social, política e afetiva para essas mulheres, buscando compreender se elas provocam uma ressignificação das dinâmicas tradicionalmente relacionadas à esfera doméstica e de cuidado, ao serem transpostas para um contexto coletivo. A metodologia, de abordagem qualitativa, combinou três eixos principais: o estudo teórico das transformações na lógica do trabalho produtivo e reprodutivo, com ênfase em suas divisões de gênero e espaços; a análise da insegurança alimentar enquanto um desafio global e brasileiro; e a exploração de narrativas de mulheres que mantêm uma cozinha solidária na Vila dos Milagres, localizada no Ibura, na Região Metropolitana do Recife, integrante da Campanha Mãos Solidárias. Os dados coletados apontam que o cuidado coletivizado pode ser uma ferramenta significativa para a auto-organização de mulheres, fomentando sua resistência e transformação social frente a um cenário de diversas injustiças sociais.