Um antro de doenças: guerra, cotidiano e condições de saúde no Recife holandês (1630-1654)
Data
2018-08-27
Autores
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Resumo
This article aims to present, in the form of a historiographic review, the daily life of
the population of Recife during the Dutch occupation in the North of Brazil, specifically dealing
with the city’s health conditions between 1630 and 1654. The study focuses on the area chosen
to host the local government of the West Indies Company, where problems related to
environmental degradation, potentiators of diseases among the inhabitants, hinder to maintain
the population’s healthy. This state of affairs was influenced by the choice for the estuarine
zone, where commercial operations were already carried out and the main infrastructures for
this purpose were already in place (seaport and warehouses). The negative factors which the
elected area offered the population, such as the maintenance of salubrious conditions to the
detriment of the military defense, stood out especially after the end of the administration of
Count Johan Maurits van Nassau-Siegen in 1644. The analysis tries to relate occurrences of
diseases, epidemic or non-epidemic, in the invading population already deprived of food and
other supplies during the long insurrectionary period. In the last eight years of Dutch
occupation, the reductions of the occupied territories and the concentration of population in the
urban area of the Company's local headquarters, caused a loss of salubrious conditions for the
resident population, and the casualties ended up potentializing the loss of resistance capacity
by the occupants.
Descrição
Este artigo tem como objetivo apresentar, na forma de uma revisão historiográfica, o
cotidiano da população do Recife durante a ocupação holandesa no Norte do Brasil, abordando
especificamente as condições de saúde da cidade entre os anos de 1630 e 1654. O estudo se
concentra na área escolhida para sediar o governo local da Companhia das Índias Ocidentais,
onde problemas relacionados a degradação ambiental, potencializador de enfermidades entre
os habitantes, tornando a manutenção da vida saudável dificultosa para aquela a população. Tal
estado de coisa foi influenciado pela escolha da zona estuarina onde as operações comerciais já
eram realizadas e as principais infraestruturas para este fim já estavam implementadas (porto
marítimo e armazéns). Os fatores negativos que a área eleita oferecia a população, como a
manutenção de condições salubres em detrimento da defesa militar, destacaram-se
principalmente após o término da administração do conde Johan Maurits van Nassau-Siegen
em 1644. A análise procura relacionar ocorrências de doenças epidêmicas ou não-epidêmicas,
na população invasora já carente de suprimentos em alimentos e outros bens, durante o longo
período insurrecional. Nos últimos oito anos de ocupação neerlandesa, as reduções dos
territórios ocupados, e a concentração de população na área urbana da sede local da Companhia,
com prejuízo das condições de salubridade para a população ali residente, e baixas que
potencializaram a perda de capacidade de resistências dos ocupantes.
Palavras-chave
Brasil - História - Domínio holandês, 1624-1654, Saúde urbana - Recife (PE) - Séc. XVII, Degradação ambiental - Recife (PE) - Séc. XVII
Referência
BELFORT JÚNIOR, Wilson Pires. Um antro de doenças: guerra, cotidiano e condições de saúde no Recife holandês (1630-1654). 2018. 27 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em História) - Departamento de História, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, 2018.