Propostas gastronômicas para melhoria da aceitabilidade alimentar em pessoas com transtorno do espectro autista
Data
2025-03-18
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Resumo
Crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) frequentemente apresentam seletividade alimentar e hipersensibilidade sensorial. Assim, este estágio supervisionado obrigatório teve como objetivo identificar tendências de seletividade alimentar de crianças portadoras do TEA e propor intervenções gastronômicas aplicáveis à melhoria da aceitabilidade alimentar. A pesquisa envolveu 45 crianças com TEA, cujos responsáveis responderam a questionários estruturados abordando aspectos demográficos e alimentares. Foram avaliadas as seletividades em relação a marcas, temperaturas, cores, odores, sabores, texturas e tipos de alimentos, como carnes e vegetais. Os resultados foram categorizados em baixa, moderada, alta, muito alta e extrema prevalência de seletividade, permitindo identificar áreas críticas para intervenção. Observou-se que 73,33% das crianças eram do gênero masculino, alinhado à literatura sobre a prevalência maior de TEA em meninos. A maioria das crianças tinha entre 3 e 10 anos (51,11%), faixa etária vital para intervenções terapêuticas precoces. Ressalta-se a existência de uma forte preferência por alimentos de marcas específicas (42,22%), indicando a busca por segurança sensorial através da padronização dos alimentos. A rejeição a odores fortes (64,4%) e sabores amargos e azedos (57,78% e 53,33%, respectivamente) foi significativa, refletindo a hipersensibilidade sensorial. Em termos de texturas, houve menor seletividade para alimentos secos (40,00%), crocantes (35,56%) e liquidificados (37,78%), enquanto texturas molhadas (44,44%) e macias (48,89) obtiveram maiores índices de seletividade. A seletividade a vegetais foi classificada como de alta prevalência para vegetais crus e cozidos (57,78%), e muito alta prevalência para temperos verdes (73,33%), destacando a dificuldade em incorporar esses alimentos na dieta. Baseado nesses dados foi desenvolvido um guia de aconselhamento gastronômico que foi distribuído entre as famílias participantes buscando colaborar com a inserção de novas formas de apresentação dos alimentos a essas crianças. Concluindo, o estudo evidencia que a seletividade alimentar em crianças com TEA é complexa e influenciada por fatores sensoriais. A aplicação de técnicas gastronômicas adaptadas, como a introdução gradual de novos sabores e texturas, a utilização de apresentações atrativas e a combinação de alimentos preferidos com novos ingredientes ser uma alternativa para melhorar a aceitação alimentar.
Descrição
Palavras-chave
Crianças com transtorno do espectro autista, Seletividade alimentar, Hábitos alimentares, Autismo - Aspectos nutricionais, Aconselhamento em nutrição
Referência
OLIVEIRA, Stefano Diego de. Propostas gastronômicas para melhoria da aceitabilidade alimentar em pessoas com transtorno do espectro autista. 2025. 64 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Gastronomia) - Departamento de Tecnologia Rural, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, 2025.
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