TCC - Bacharelado em Ciências Biológicas (Sede)
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Resultados da Pesquisa
Item Cognição e aprendizagem em Bradypus variegatus (Schinz, 1825): um estudo de caso sobre tentativas de fuga(2025-03-20) Castanha, Leonardo José de Araújo; Castro, Cristiane Maria Varela de Araújo de; Oliveira, Maria Adélia Borstelmann de; http://lattes.cnpq.br/6104426668816123; http://lattes.cnpq.br/8181142206633795; http://lattes.cnpq.br/3987283258285196O presente estudo investigou a cognição e a aprendizagem em Bradypus variegatus, analisando o caso de tentativas de fuga em cativeiro. O objetivo foi compreender como o indivíduo interagiu com diferentes sistemas de travamento de portão e avaliar possíveis processos cognitivos associados a essas interações. Por meio da análise de vídeos, observou-se que o animal modificou suas estratégias de manipulação conforme a complexidade dos mecanismos, demonstrando aprendizado por imitação, tentativa-e-erro e possível memória associativa. Além disso, a convivência prolongada com voluntários no projeto pode ter influenciado seu desenvolvimento social, favorecendo maior predisposição para a exploração e interação com estímulos ambientais. A predominância do uso do membro anterior direito sugere uma tendência à lateralidade funcional, um aspecto pouco explorado em preguiças. O comportamento do indivíduo não indica uma reação negativa ao ambiente, uma vez que o recinto era ambientado de forma compatível com seu habitat natural e era enriquecido ambientalmente. A interação com o portão pode ter funcionado como um desafio cognitivo não planejado, estimulando a resolução de problemas e evidenciando a plasticidade comportamental da espécie. Os resultados sugerem que a exposição prolongada a estímulos variados pode desempenhar um papel importante na preparação de preguiças para a reintrodução, favorecendo a adaptação a desafios ambientais naturais. Dessa forma, este estudo reforça a necessidade de mais pesquisas sobre cognição e memória espacial em B. variegatus, bem como a importância de programas de reabilitação que incorporem desafios cognitivos planejados para promover habilidades essenciais para a sobrevivência na natureza.Item Enriquecimento ambiental com macaco-prego-do-peito-amarelo, Sapajus xanthosternos (criticamente ameaçado) cativo visando redução de estresse(2024-03-08) Silveira, Ananda Silva; Castro, Cristiane Maria Varela de Araújo de; Oliveira, Maria Adélia Borstelmann de; http://lattes.cnpq.br/6104426668816123; http://lattes.cnpq.br/8181142206633795; http://lattes.cnpq.br/7385553820024420A espécie foco da presente pesquisa, por ser listada como ameaçada de extinção e ter sua área de distribuição geográfica restrita a região Nordeste do Brasil, foi incluída no Plano de Ação Nacional dos Primatas do Nordeste - PANPRINE, uma das principais estratégias brasileiras para a conservação da nossa rica biodiversidade. Como as demais espécies desse gênero da família Cebidae, os poucos registros das populações de Sapajus xanthosternos (macaco-prego-do-peito-amarelo) revelam que elas encontram-se dispersas, em fragmentos da Caatinga e da Mata Atlântica, devido às pressões de desmatamento. De grande atratividade, por sua inteligência e habilidade, é também alvo do tráfico e sujeito à caça e apanha para servir como pet. Quando mantido em cativeiro pobre em estímulos costuma exibir estereotipias que tendem a ocupar grande parte de suas atividades diárias. Um macho dessa espécie, com histórico circense antes de passar por um recinto de exibição turística, chegou no zoológico Trilogiabio, em Aldeia, Camaragibe/PE) exibindo grave estereotipia, aversão a ruídos, agressividade em relação aos cuidadores humanos, distribuição de atividades e comportamentos fora dos padrões de sua espécie. Considerada uma das ferramentas mais eficazes para melhorar os níveis de bem-estar, foi planejada e posto em prática uma rotina de técnicas selecionadas de Enriquecimento Ambiental (EA), a ser avaliada através da emissão dos comportamentos (etograma construído pelo método Ad Libitum, por 10 horas), em três fases: Pré EA, Enriquecimento e Pós EA, que também totalizaram 10 horas de duração, cada uma. Os comportamentos das fases Pré EA e Pós EA foram contabilizados em segundos utilizando o método focal a cada cinco minutos (um minuto de observação, seguido de quatro minutos de intervalo). A fase de EA propriamente dita testou oito enriquecedores diferentes, repetindo os dois mais exitosos em termos de intensidade e duração da interação, totalizando 10 atividades de EA, com frequência semelhante as fases pré e pós, de duas a três vezes por semana. Foram três as categoriais de interação de EA: Boa (quando o indivíduo interage ativamente com a atividade), Média (quando o indivíduo, olha, cheira, mas logo perde o interesse pela atividade) e Ruim (quando o animal fica indiferente à atividade de enriquecimento, sem exibir qualquer comportamento relacionado a ela). Todas as atividades testadas foram categorizadas como Boa, por terem incentivado o intelecto e a capacidade de resolver os desafios apresentados, quebrando a monotonia que antes imperava e introduzindo o caráter de novidade no dia a dia do animal. Na fase pós enriquecimento, o repertório comportamental foi qualitativamente diferente da fase pré. Comportamentos associados a estereotipia foram significativamente reduzidos, como pacing curto, ou não foram mais vistos durante o período de observação, como raspar pedra, pacing longo, vocalização agressiva e sacudir tela. A grama, o substrato mais utilizado na fase pré EA (51%), sofreu uma redução para 23%, distribuindo mais equitativamente a área do recinto utilizada na fase Pós EA. Concluímos que as técnicas de EA utilizadas mostraram-se eficazes como ferramenta capaz de reduzir o estresse (particularmente as estereotipias) do macaco-prego-do-peito-amarelo no ambiente cativo, elevando a emissão de comportamentos naturais, por ter tornando o cativeiro um ambiente mais desafiador e melhorado o nível de bem-estar de seu residente.Item Diversidade de besouros escarabeíneos (Coleoptera: Scarabaeidae: Scarabaeinae) da Universidade Federal Rural de Pernambuco UFRPE/Sede(2024-10-04) Assis Júnior, José Fernando de; Liberal, Carolina Nunes; http://lattes.cnpq.br/7390869942259612; http://lattes.cnpq.br/8327288458916924Os besouros escarabeíneos são chamados de “rola-bostas”, este nome foi dado devido ao comportamento peculiar de alguns indivíduos, esses besouros modulam e rolam algumas bolas feitas com as fezes de outros animais. No Brasil são registradas 786 espécies incluídas em 69 gêneros, no estado de Pernambuco são encontradas 16 espécies distribuídas em 8 gêneros. As consequências do comportamento e ciclo de vida desses indivíduos incluem vários serviços ambientais, como o aumento da taxa de ciclagem de nutrientes no ambiente, fertilização e aeração do solo, redução da transmissão de alguns parasitas de vertebrados, por matar larvas e ovos, dispersão secundária de sementes e contribuição de biomassa para níveis tróficos superiores. Entretanto, perturbações ambientais podem alterar drasticamente a estrutura da comunidade, diminuir a diversidade e acarretar a perda das funções ecossistêmicas dos besouros escarabeíneos. O presente estudo teve como objetivo conhecer a diversidade de besouros escarabeíneos da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Com aproximadamente 147 hectares de extensão, o Campus Sede da UFRPE possui áreas compostas por vegetação do bioma mata atlântica. Foram realizadas 3 coletas em cada estação, duas coletas em agosto e outubro de 2023, além de quatro coletas nos meses de janeiro, março, abril e maio de 2024, totalizando 6 coletas. Para capturar os besouros escarabeíneos, delimitou-se 10 pontos na Universidade Federal Rural de Pernambuco, com distância mínima entre os pontos de 100m. A área foi mapeada utilizando o programa AlpineQuest e em cada um dos pontos foi instalado um conjunto com duas armadilhas de queda (pitfall) distantes 3m entre si, totalizando 20 armadilhas na área de estudo. Por conta da queda de árvores e abertura do dossel, a estrutura vegetacional foi modificada, sendo necessária a alteração de alguns pontos para a coleta nos meses chuvosos. Para a análise ecológica, utilizamos o Perfil de Diversidade de Rényi, o teste de Shapiro-Wilk, o teste de Levene e o teste de Tukey para complementar os resultados da Análise de Variância. Analisando as iscas e as estações, observamos que a diversidade de espécies foi maior nos pitfalls de fezes e na estação chuvosa. A análise de variância para a abundância de espécies demonstrou que houve interação entre os fatores isca e estação, em outras palavras, o impacto de um fator depende do nível de outro fator, o que não foi observado na análise de variância para a riqueza de espécies.Item Comportamento de fêmeas de elefantes asiáticos (Elephas maximus) e africanos (Loxodonta africana) em cativeiro: uma abordagem comparativa e sua importância para o bem-estar(2024-02-07) Cabral, Isabella Ribeiro de Melo; Schiel, Nicola; http://lattes.cnpq.br/5314455811830714; http://lattes.cnpq.br/7299148914808419Para animais com hábitos de vida complexos, de grande porte ou que possuem um sistema cognitivo mais desenvolvido, como os elefantes, a promoção do bem-estar em ambientes artificiais torna-se desafiadora. O estudo do comportamento animal emerge como uma ferramenta essencial para garantir o bem-estar dessas espécies, proporcionando estratégias de manejo adequadas as necessidades especificas desses animais. Em nossa pesquisa, focamos no repertório comportamental de elefantes fêmeas em cativeiro, com o objetivo de avaliar, comparativamente, o repertório comportamental de elefantes asiáticos (Elephas maximus) e africanos (Loxodonta africana) fêmeas nessas situações. Para isso, nós observamos o comportamento das duas espécies através de câmeras online disponíveis em dois zoológicos, cada espécie em um zoológico, – Jardim Zoológico de Praga (República Tcheca) e Parque Zoológico Reid Park (Estado Unidos da América) – com critérios de inclusão rigorosos para padronização da comparação, sendo estes: possuir fêmeas, câmeras online no recinto externo das fêmeas, recintos com tamanhos similares, similaridade em reação ao tamanho do grupo de elefantes e composição do grupo. Observamos 9 categorias comportamentais, das quais analisamos 6 (forragear, deslocar, parado, automanutenção, social afiliativo e social agonística), ao longo de 13 dias, com 50 horas de observação para cada zoológico. O método Ad libitum e o método de varredura com scan de 5 minutos foram empregados para elaboração do etograma e coleta de dados, respectivamente. Para verificar se havia diferenças no repertório comportamental entre as duas espécies, realizamos o Teste U de Mann-Whitney. Surpreendentemente, embora a literatura aponte divergências em relação a alguns comportamentos entre as espécies africana e asiática, como forrageio, estereotipia e automanutenção, não encontramos diferenças estatisticamente significativas entre elas nas categorias analisadas, sugerindo comportamentos semelhantes para ambas as espécies em cativeiro. Nossa pesquisa sugere que, nas condições específicas de nossos zoológicos participantes, as elefantas asiáticas e africanas apresentaram comportamentos semelhantes. É fundamental salientar a importância de estudos comparativos mais amplos, com critérios de inclusão abrangentes, para obter uma compreensão holística dos comportamentos específicos de cada espécie. Este conhecimento é crucial para o desenvolvimento de práticas e estratégias de cuidado e manejo mais eficazes em ambientes de cativeiro. A preservação dessas magníficas espécies exige um compromisso contínuo com a pesquisa e o desenvolvimento de estratégias adaptativas para garantir seu bem-estar em ambientes de zoológicos.Item Dinâmica comportamental do atobá-marrom (Sula leucogaster) no Arquipélago de Fernando de Noronha(2024-03-05) Morais, Maria Eduarda Serafim de; Carmo, Rodrigo Felipe Rodrigues do; Santos, Lucas Penna Soares; http://lattes.cnpq.br/2928664459774625; http://lattes.cnpq.br/8603161096449726; http://lattes.cnpq.br/2136042887466270As aves marinhas são importantes bioindicadores dos ecossistemas marinhos. Mudanças ambientais, como as alterações climáticas e fatores antrópicos, afetam a ocupação e o comportamento de diversas espécies. O atobá-marrom Sula leucogaster (BODDAERT, 1783) é uma das espécies residentes no Arquipélago de Fernando de Noronha, ilha oceânica localizada na região nordeste do Brasil. Este estudo teve como objetivo avaliar a dinâmica comportamental do atobá-marrom em diferentes locais de Fernando de Noronha. As coletas ocorreram entre os dias 23 de setembro e 18 de outubro de 2023, incluindo três pontos amostrais no mar de dentro (face norte-noroeste) e três no mar de fora (face sul-sudeste) da ilha principal. Foram realizadas amostragens visuais, divididas entre às 7h e 17h, por séries de varredura e animal focal, com 11 comportamentos categorizados em quatro classes: forrageio, repouso, interação e passagem. Os parâmetros de frequência de ocorrência (FO), índice pontual de abundância (IPA) e frequência de comportamentos foram analisados. Foram contados 806 indivíduos, com FO de 72,5% e IPA de 10,1 indivíduos por amostragem em todo o período de estudo. A região do mar de fora apresentou maior abundância (máx. 55 indivíduos) em comparação com a região do mar de dentro (máx. 20 indivíduos), embora a frequência de ocorrência tenha sido semelhante entre ambas (~73%). Os maiores números de indivíduos foram registrados nas praias do Sueste e da Caiera, no mar de fora. Observou-se um padrão de declínio na abundância de indivíduos ao longo do dia, bem como uma queda geral na frequência de comportamentos, incluindo a quantidade de tentativas de captura por mergulhos profundos. A atividade predominante foi o repouso (59,6%), seguida por forrageio (40,1%), interações (0,3%) e passagem (0,1%), com maior ocorrência de eventos na região do mar de fora para todas as categorias. A plasticidade comportamental em aves marinhas é vantajosa, sobretudo em regiões dinâmicas, a exemplo dos ambientes marinhos, onde a disponibilidade de presas possui grande variação. Com este estudo foi possível compreender os padrões de comportamento da população local de atobás-marrons, o que pode indicar padrões de uso das espécies e ser útil para o desenvolvimento de estratégias eficazes de ordenamento de visitação em Fernando de Noronha.
