Engenharia Florestal (Sede)
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Item Biometria e quebra de dormência de endocarpos de Spondias mombin L.(2025-03-14) Silva, Priscila Barreto Alves da; Freitas, Eliane Cristina Sampaio de; http://lattes.cnpq.br/7525975084334972; http://lattes.cnpq.br/8250128850696446O Brasil é um dos maiores produtores de frutas no mundo, tendo participação de 4,6% na produção mundial. O cajá (Spondias mombin L.) é uma espécie nativa que possui uma ampla distribuição geográfica e apresenta um grande potencial econômico, devido à apreciação dos seus frutos. A crescente demanda pelos frutos dessa espécie exige um melhor conhecimento silvicultural da espécie, para que haja a possibilidade da implementação de plantios produtivos. Porém, o gênero Spondias possui sementes com germinação lenta e irregular, dificultando a propagação seminal. Levando em consideração este fator, o objetivo foi avaliar o efeito da hidratação descontínua e diferentes tratamentos para quebra de dormência em endocarpos de Spondias mombin L., visando aprimorar a emergência dessa espécie. Foi realizada a coleta de frutos em 8 matrizes localizadas no Campus Sede da UFRPE e no município de Camaragibe. Após o beneficiamento dos frutos, foi realizada a biometria dos endocarpos, medindo o diâmetro (mm) e o comprimento (mm). Posteriormente, foi realizada a curva de embebição para definição do tempo de hidratação (½ do tempo da maior absorção) e desidratação. Após a hidratação e desidratação, foi conduzido o teste de emergência em função dos tratamentos de quebra de dormência. Foram 6 tratamentos para a quebra de dormência de sementes de cajá, mais o controle, dispostos em delineamento inteiramente casualizado, com 4 repetições de 25 sementes. Sendo eles: T1. Tratamento controle; T2. 1 ciclo de desidratação descontínua (1 HD); T3. 2 ciclos de desidratação descontínua (2 HD); T4. Desponte próximo ao embrião; T5. Desponte próximo ao embrião + GA3 500 mg L-1 embebido por 24h; T6. Embebição por 72 horas em água destilada; T7. 72 horas em saco plástico preto, exposto ao sol. Nos resultados, foram obtidas as curvas de hidratação com duração de 18 horas e a curva de desidratação com 13 horas. Na biometria, as matrizes 7 e 8 apresentaram os maiores comprimentos, enquanto as matrizes 2 e 8 se destacaram com os maiores diâmetros. Nos testes de quebra de dormência, o tratamento com um ciclo de hidratação-desidratação (T2) alcançou a maior taxa de emergência, com 12%, enquanto os demais tratamentos apresentaram valores inferiores. O tempo médio de emergência variou entre 40 e 50 dias, sem diferenças significativas entre os tratamentos. Conclui-se que a técnica de hidratação-desidratação pode contribuir para o aumento da taxa de germinação de Spondias mombin L., embora sejam necessários estudos complementares para otimizar sua aplicação.Item Pó de rocha de mineração de scheelita como remineralizador de solo: potencialidades e limitações(2024-12-20) Brazil, Camila Victória da Silva; Silva, Ygor Jacques Agra Bezerra da; Freitas, Ana Beatriz Torre Melo de; http://lattes.cnpq.br/9242623308268377; http://lattes.cnpq.br/0904824873761236; http://lattes.cnpq.br/4576908790448520O Brasil é uma das maiores potências agrícolas mundiais, mas enfrenta desafios devido à dependência de fertilizantes convencionais e seus impactos ambientais. Nesse contexto, a rochagem, técnica que utiliza pó de rocha como remineralizador de solos, surge como alternativa sustentável para a agricultura. Este estudo avaliou o potencial do rejeito de mineração de scheelita como remineralizador de solos, conforme os critérios estabelecidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), nas Instruções Normativas nº 5 e 6 de 2016. O estudo foi realizado no município de Currais Novos, na Zona Semiárida do estado do Rio Grande do Norte, Brasil. Foram coletadas as rochas encaixantes (gnaisse e mármore) e a hospedeira (scheelita) para análises petrográficas e seis amostras de rejeito de mineração de scheelita para caracterizações mineralógicas, físicas e químicas do pó de rocha. A análise granulométrica, utilizada para determinar a natureza física do material (filler, pó ou farelado), foi realizada com peneiras de malhas variando entre 2 mm e 0,053 mm. A petrografia das rochas foi realizada com o uso de um microscópio petrográfico, enquanto a identificação da composição mineralógica dos rejeitos foi feita por difratometria de raios X (DRX). Os elementos maiores, expressos na forma de óxidos, foram determinados por meio de um espectrômetro de fluorescência de raios X (FRX). As análises de macronutrientes e demais caracterizações dos rejeitos foram realizadas conforme os procedimentos descritos no Manual de Métodos de Análise de Solo da Embrapa. Os resultados demonstraram que o material apresenta elevada concentração de minerais como biotita, plagioclásio, apatita, actinolita e feldspatos, que atuam como fontes de nutrientes, além de granulometria adequada para liberação gradual de elementos essenciais no solo. Quimicamente, o pó de rocha atendeu a dois dos três pré-requisitos legais, apresentando 41,99% de soma de bases (CaO + MgO + K₂O), 1% de K₂O e 24% de SiO₂ livre. Contudo, o teor de arsênio (As = 70,31 mg kg⁻¹) ultrapassou quase quatro vezes os limites permitidos pela legislação, inviabilizando sua classificação imediata como remineralizador. Diante do potencial agronômico identificado e dos desafios associados à presença de elementos potencialmente tóxicos, recomenda-se a continuidade dos estudos, com foco no uso de plantas fitorremediadoras para mitigar os teores de As, garantindo segurança ambiental e viabilidade comercial. O aproveitamento do rejeito de scheelita pode representar uma solução para a destinação adequada desses resíduos, contribuindo para a sustentabilidade agrícola e para o fortalecimento da segurança alimentar no Brasil.Item Sensoriamento remoto utilizado em restauração florestal: uma revisão de literatura(2025-03-21) Soares, Joseph da Silva; Lima Neto, Everaldo Marques de; Melo, Lorena Moura de; http://lattes.cnpq.br/1486808425687522; http://lattes.cnpq.br/6791561445213969; http://lattes.cnpq.br/6734386135151391A restauração florestal tornou-se uma estratégia fundamental para mitigar os impactos ambientais, promover a recuperação da biodiversidade e restaurar serviços os ecossistêmicos. No entanto, o monitoramento contínuo dessas áreas ainda enfrenta desafios tecnológicos, operacionais e econômicos, dificultando a avaliação da eficácia das iniciativas de restauração. Nesse contexto, o sensoriamento remoto surge como uma ferramenta inovadora e promissora para o monitoramento da restauração florestal, permitindo análises em larga escala com menor dependência de pesquisas de campo. Este estudo tem como objetivo analisar o uso do sensoriamento remoto no monitoramento contínuo da restauração florestal por meio de revisão bibliográfica, identificando as potencialidades, desafios no acompanhamento das áreas e na avaliação da eficácia das iniciativas de restauração. A metodologia consiste em uma revisão de literatura sobre o uso do sensoriamento remoto na restauração florestal, focando em estudos de 2000 a 2025. Foram selecionados artigos que correlacionaram sensoriamento remoto ao monitoramento de restauração, abordando eficácia, dificuldades técnicas e aplicações práticas. Os resultados indicaram que os avanços tecnológicos na área do sensoriamento remoto melhoraram a precisão do monitoramento, aprimorando a detecção de mudanças na vegetação e facilitando a avaliação do sucesso da restauração. No entanto, desafios como variações metodológicas, dificuldades de diferenciação de espécies, limitações de resolução espacial e interferência atmosférica ainda afetam a eficiência da geotecnologia. Além disso, a falta de métodos padronizados de análise de dados dificulta a comparação de resultados entre diferentes iniciativas. A integração de múltiplas fontes de dados, com algoritmos de aprendizado de máquina, tem se mostrado uma alternativa viável para superar essas limitações, otimizando a precisão das análises e tornando o monitoramento mais acessível e eficiente. Conclui-se que o sensoriamento remoto é uma ferramenta indispensável para o monitoramento contínuo da restauração florestal, contribuindo para o manejo sustentável dos ecossistemas e o desenvolvimento de ações mais efetivas.Item Caracterização das moradias em madeira da Comunidade Via Mangue da Torre, Vila Santa Luzia em Recife/ PE(2025) Silva, Maria Vitória de Alcântara da; Nogueira, Marcelo; http://lattes.cnpq.br/2791448000405507; http://lattes.cnpq.br/9953063278269889Este trabalho tem como objetivo analisar e caracterizar as moradias em madeira da comunidade Via Mangue da Torre, situada na Vila Santa Luzia, em Recife - PE, destacando os aspectos técnicos, sociais, ambientais e de gênero envolvidos nas práticas construtivas locais. A pesquisa partiu da compreensão de que, embora estas edificações representem estratégias de resistência e adaptação da população periférica, encontram-se marcadas por condições de vulnerabilidade que comprometem a qualidade de vida de seus moradores, especialmente das mulheres, principais responsáveis pela manutenção das casas. A metodologia adotada combinou abordagens qualitativas e quantitativas, com a realização de entrevistas semiestruturadas com moradoras, observações de campo e análise altimétrica e espacial, utilizando dados de satélite processados via QGIS. Também foi feita uma caracterização dos materiais utilizados nas construções, com foco nos tipos de painéis de madeira empregados. Os resultados revelaram que as moradias, em sua totalidade, são compostas por materiais reaproveitados, como OSB, MDF e compensado, os quais apresentam limitações quanto à durabilidade, resistência à umidade e conforto térmico. Foram identificadas fragilidades estruturais, ausência de manutenção contínua, problemas sanitários, e um cenário de sobrecarga feminina no cuidado com as residências. Além disso, a localização em áreas alagáveis e ambientalmente sensíveis, como os manguezais, agrava a deterioração das construções e reforça os conflitos socioambientais no território. A pesquisa conclui pela necessidade urgente de políticas públicas que promovam soluções habitacionais sustentáveis, seguras e inclusivas, contemplando capacitação técnica, acesso a materiais adequados e o reconhecimento das dinâmicas de gênero no planejamento urbano. O estudo também contribui para a valorização dos saberes locais e para o fortalecimento de estratégias comunitárias de resistência, apontando caminhos para a construção de cidades mais justas e resilientes.Item Mudança de uso e cobertura da terra: variáveis socioeconômicos como fator de alteração do bioma Caatinga em Petrolina - PE(2025-03-13) Lira, Fernanda Pereira de; Ferreira, Rinaldo Luiz Caraciolo; Silva, Emanuel Araújo; http://lattes.cnpq.br/2765651276275384; http://lattes.cnpq.br/8002371435811689; http://lattes.cnpq.br/4949043992606162A Caatinga desempenha um papel essencial na manutenção da biodiversidade e nos serviços ecossistêmicos da região semiárida. No entanto, as atividades antrópicas, impulsionadas pelo crescimento populacional e pelo desenvolvimento socioeconômico, têm causado significativas mudanças no uso e cobertura da terra, resultando em degradação ambiental e impactos sobre a vegetação nativa. Neste estudo, objetivou-se analisar a influência das variáveis socioeconômicas e agropecuárias na dinâmica territorial do município de Petrolina - PE, nos anos de 2014 e 2024. Para tal, foi utilizado imagens do satélite LANDSAT 8, sensor OLI (Operational Land Imager), adquiridas gratuitamente na página do United States Geological Survey, selecionada com critérios de mínima interferência de nuvens, com faixa de cobertura menor que 5% e resolução espacial de 30 m. Foram utilizadas imagens da órbita 217 e ponto 66 e classificadas pelo algoritmo Random Forest no software QGIS. A acurácia geral da classificação obtida para o ano de 2014 foi de 89,3% e o índice de Kappa de 0,80, enquanto, a acurácia geral da classificação para o ano de 2024 foi de 97,76% e o Índice de Kappa de 0,9599, resultado satisfatórios para comprovar a confiabilidade e qualidade da classificação. Foram identificadas transformações significativas no uso da terra, com a redução de áreas de vegetação e pastagens, aumento do solo exposto e expansão da área urbana. No estudo, demonstrou-se que a pecuária, a expansão urbana, o crescimento populacional e a extração vegetal exercem forte pressão sobre a paisagem da região, contribuindo para processos de degradação ambiental. Os resultados evidenciam a necessidade de políticas públicas e práticas sustentáveis voltadas para o manejo adequado dos recursos naturais e a mitigação dos impactos ambientais na Caatinga.Item Diversidade taxonômica de formigas (Hymenoptera: Formicidae) em sistema agroflorestal situado em um fragmento de Mata Atlântica pernambucana(2025-03-19) Farias, José Guilherme Crespo de; Dantas, Priscylla Costa; Dueñas Cáceres, Juan Sebastián; http://lattes.cnpq.br/4170454372593251; http://lattes.cnpq.br/6273432811214707; http://lattes.cnpq.br/9769406284131482Estudos sobre formigas (Hymenoptera: Formicidae) em sistemas agroflorestais (SAFs) são escassos na literatura nacional, principalmente na Mata Atlântica do Estado de Pernambuco. Este trabalho buscou analisar a comunidade de formigas associada a uma área do Sistema Agroflorestal (SAF) no Campus Sede da Universidade Federal Rural de Pernambuco, no município de Recife. A área consiste em um plantio multiestratificado de espécies florestais e agrícolas. Para o estudo das comunidade de formigas associadas a este espaço, foram instaladas 18 armadilhas “pitfall ” nas linhas de cultivo. As armadilhas permaneceram por dois dias e o procedimento foi repetido três vezes entre os meses de dezembro de 2023 e janeiro de 2024, até obter uma boa representação da riqueza de formigas do SAF. Os espécimes coletados foram identificados taxonômica e funcionalmente, com auxílio de chaves de identificação e apoio de especialistas. Após a identificação taxonômica foram designados grupos funcionais a cada táxon. Adicionalmente, foram estimados valores de constância de dominância. Foram identificados 12 gêneros, os quais foram incluídos no catálogo base de gêneros de formigas do SAF. As informações ecológicas obtidas oferecem uma ideia inicial das dinâmicas desses organismos dentro desta área de SAF, no bioma Mata Atlântica do Estado. Os grupos funcionais de maior riqueza foram: onívoros epigéicos (4 gêneros), predadores epigéicos (2 gêneros) e oportunistas (2 gêneros), sendo Wasmannia Forel, 1893 o gênero mais constante e o táxon dominante. O presente estudo torna-se o primeiro trabalho de referência de comunidade de formigas do SAF da UFRPE, destacando-se como fonte de conhecimento novo para um sistema de produção de base agroecológica no bioma Mata Atlântica, para o qual se tem poucas referências de estudos entomológicos que permitam entender com maior claridade os serviços ambientais oferecidos pelos sistemas agroflorestais em áreas em recuperação. Espera-se que como este, novos trabalhos sejam realizados para a obtenção de dados comparáveis com SAFs localizados em outras regiões com o mesmo bioma, e futuramente para oferecer comparações com as dinâmicas apresentadas em sistemas estabelecidos em outras regiões do Brasil.Item Percepção e conhecimento entomológico dos discentes do curso de graduação em Engenharia Florestal(2025-04-30) Silva, Ivany Patu da; Dantas, Priscylla Costa; http://lattes.cnpq.br/6273432811214707; http://lattes.cnpq.br/9071852347096762Os insetos, pertencentes ao filo Arthropoda e à classe Insecta, representam cerca de 80% da biodiversidade animal e estão presentes em praticamente todos os ambientes terrestres e aquáticos. Apesar de sua ampla distribuição e diversidade, são frequentemente reconhecidos mais pelos impactos diretos ou indiretos que causam do que por suas funções ecológicas essenciais. A percepção humana sobre esses organismos varia entre admiração e repulsa, influenciada por fatores culturais, emocionais e experiências individuais. Diante dessa realidade, o presente estudo teve como objetivo analisar e comparar a percepção e a evolução do conhecimento sobre os insetos entre estudantes do curso de Engenharia Florestal da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), do primeiro ao décimo primeiro período. Buscou-se compreender como os discentes categorizam esses organismos e reconhecem sua relevância ecológica e econômica. Para isso, foi aplicado um questionário contendo 10 perguntas (5 objetivas e 5 subjetivas) a 108 discentes, e as respostas foram analisadas tanto quantitativa quanto qualitativamente. Os resultados indicaram que 49% dos estudantes descrevem ou conhecem os insetos com base em elementos visíveis, como a presença de quatro asas e seis pernas, identificando-os por características morfológicas como a forma e tamanho (95 e 62 menções, respectivamente). Foram citados 42 tipos que os discentes consideraram "insetos". O sentimento predominante ao ver ou pensar nesses organismos foi de equilíbrio, com 40% das menções. Os discentes não demonstraram dificuldade em distinguir animais que não são insetos. Quanto ao conhecimento funcional, 50% dos discentes conseguiram definir corretamente o conceito de inseto benéfico, enquanto 60% conceituaram adequadamente o termo inseto praga. A polinização foi o serviço ecossistêmico mais citado, representando 56% das respostas. De forma significativa, 95% das respostas consideraram os insetos indispensáveis para os ecossistemas. Os dados revelam uma evolução gradativa do conhecimento ao longo da graduação. Nos períodos iniciais, prevalecem percepções genéricas e dificuldades em distinguir insetos de outros artrópodes. À medida que os estudantes avançam nos períodos, suas respostas tornam-se mais completas e contextualizadas, refletindo uma compreensão mais aprofundada sobre a importância ecológica e econômica dos insetos.Item Dinâmica de floresta seca monodominante de Cenostigma bracteosum (Tul.) Gagnon & G. P. Lewis no Sertão pernambucano(2025-03-13) Almeida, Sarah Aylana de Lima; Ferreira, Rinaldo Luiz Caraciolo; Ferreira, Maria Beatriz; http://lattes.cnpq.br/2306153134871826; http://lattes.cnpq.br/8002371435811689; http://lattes.cnpq.br/0384584582414497Cenostigma bracteosum (Tul.) E. Gagnon & G. P. Lewis é uma espécie que normalmente se destaca em ambientes de Caatinga. Entretanto, em algumas pesquisas desenvolvidas no sertão pernambucano, foi constatada uma elevada dominância da espécie, o que a fez ser caracterizada como monodominante. Considerando que as razões que levam uma espécie a atingir a condição de monodominância em uma floresta ainda não são totalmente compreendidas, os estudos sobre dinâmica florestal são importantes nesse sentido, pois auxiliam na avaliação das mudanças temporais e na compreensão de mecanismos ecológicos. Diante disso, objetivou-se com o presente trabalho analisar a dinâmica estrutural de uma floresta tropical seca monodominante de Cenostigma bracteosum no semiárido pernambucano em três anos distintos: 2011, 2017, e 2023. Os dados foram coletados em uma área de Caatinga com aproximadamente 50 ha, Floresta-PE. O local vem sendo monitorado desde o ano de 2008, por meio de 40 parcelas permanentes de 400 m². Foram mensurados e identificados botanicamente todos os indivíduos arbustivo-arbóreos com circunferência a 1,30 m do solo (C) ≥ 6 cm. A partir das medições, estimou-se os parâmetros fitossociológicos (densidade, frequência e dominância) em valores absolutos e relativos, além do valor de importância (VI) e do índice de diversidade de Shannon (H’). Posteriormente, fez-se a estimativa da distribuição diamétrica da C. bracteosum e das cinco espécies com o maior número de indivíduos na comunidade, da distribuição espacial por meio do índice de Morisita (IMi), e da biomassa acima do solo. Houve uma redução de aproximadamente 37,9% no número de indivíduos amostrados na área entre 2011 e 2017, a qual foi superior à registrada entre 2017 e 2023 (4,49%), devido à ocorrência de uma estiagem prolongada na área de estudo. As famílias Fabaceae, Euphorbiaceae e Anacardiaceae foram as mais representativas em número de espécies e indivíduos nas três ocasiões de monitoramento. A C. bracteosum se destacou em todos os parâmetros fitossociológicos, obtendo, portanto, o maior VI. O valor de H’ revelou uma baixa diversidade florística, que foi associado à alta concentração de indivíduos em um baixo número de espécies. A análise da distribuição diamétrica revelou que a C. bracteosum ditou o comportamento da vegetação como um todo, sendo este um reflexo de sua monodominância. O fragmento apresentou estrutura semelhante à outras áreas de Caatinga, com maior proporção de espécies com distribuição agregada, onde a C. bracteosum foi responsável pelo maior nível de agregação. C. bracteosum representou mais de 50% da biomassa total da comunidade amostrada após o período da ocorrência da estiagem (a partir de 2017). Os resultados sugerem que os fatores ambientais locais e as características adaptativas da C. bracteosum favoreceram a monodominância da espécie na área de estudo. Assim, recomenda-se a continuidade deste monitoramento para planejar estratégias de conservação que promovam uma maior diversidade e estabilidade do ecossistema, além da realização de estudos mais aprofundados que visem à melhor compreensão dos mecanismos envolvidos na monodominância da C. bracteosum, com o intuito de contribuir com informações que, futuramente, possam explicar as causas desse fenômeno nas florestas naturais.Item Formação profissional e empreendedorismo de alunos egressos de engenharia florestal atuantes em empresa júnior da Universidade Federal Rural de Pernambuco: o caso da Florar Consultoria Ambiental Júnior(2025-03-18) Oliveira, Rubia Rafaela da Silva de; Albuquerque, José de Lima; http://lattes.cnpq.br/9237596885624950; http://lattes.cnpq.br/2363849891755411Este trabalho buscou compreender o impacto da Empresa Florar Consultoria Ambiental Júnior, da Universidade Federal Rural de Pernambuco, por meio da caracterização do perfil dos seus egressos. Considera-se que os recém graduados são requisitados e qualificados a partir de suas experiências profissionais, e um ambiente de uma Empresa Júnior (EJ) pode ser visto como um caminho para o desenvolvimento profissional e de um perfil empreendedor, visto que trabalham habilidades de liderança, trabalho em equipe e gestão empresarial. Trata-se de uma pesquisa de natureza aplicada e de abordagem qualitativa com objetivos descritivos e exploratórios. A coleta de dados foi efetuada por meio de questionários onde se procurou entender a trajetória desses egressos da EJ entre os anos de 2015 a 2024. O questionário foi composto por três dimensões, direcionadas aos egressos e que participaram da Florar Consultoria Ambiental Júnior. A primeira dimensão, sendo relacionada ao perfil empreendedor desses egressos. A segunda dimensão tem por objetivo compreender a percepção desses egressos quanto às suas atividades desenvolvidas na condição de empresário júnior. A terceira dimensão buscou evidenciar os aspectos positivos e negativos desses egressos baseados em suas experiências na EJ. Espera-se que os resultados desta pesquisa possam contribuir para tornar mais eficazes e efetivas as ações da Florar Consultoria Ambiental Júnior na formação de profissional dos egressos e desta forma desenvolver as competências e habilidades dos egressos para a inserção no mercado de trabalho e construção de um perfil empreendedor. A pesquisa mostrou que a participação em uma Empresa Júnior (EJ) teve um impacto positivo na formação dos egressos, contribuindo no desenvolvimento do perfil empreendedor, por intermédio de experiência em competências práticas, como gestão de projetos, liderança e trabalho em equipe. Contudo, alguns aspectos negativos foram observados, como ausência do corpo docente e o concílio da graduação com as atividades da EJ. Em geral, a experiência foi vista como positiva pelos egressos, havendo pontos de melhoria, especialmente no que diz respeito ao suporte institucional, comunicação interna e à organização das atividades, priorizando uma melhor vivência empresarial.Item Análise econômica de um sistema agroflorestal com foco em cacau implantado no Baixo Sul da Bahia(2025-03-20) Macêdo, Leonardo Veiga de; Fernandes, Ana Paula Donicht; http://lattes.cnpq.br/7392835869663724; http://lattes.cnpq.br/4578822512291943O uso de sistemas agroflorestais traz benefícios ambientais e socioeconômicos, sendo uma ferramenta fundamental para o fortalecimento da agricultura familiar. O plantio de cacau nesse sistema de cultivo encontra no baixo sul da Bahia, condições edafoclimáticas ideais para o seu desenvolvimento. A pesquisa avaliou a viabilidade econômica da implantação de um sistema agroflorestal, com ênfase na produção de cacau, na região do Baixo Sul da Bahia. O trabalho foi conduzido em uma área de um hectare na propriedade do Sr. Valdo Veiga, agricultor familiar de Nilo Peçanha-BA, no período de março de 2021 a fevereiro de 2025. O consórcio do agroecossistema incluiu além do cacau as espécies de açaí, banana-da-terra, gliricídia e mandioca. Numa perspectiva de cinco anos, a pesquisa analisou os custos de implantação e manutenção do sistema, mas também a previsão de receitas e o fluxo de caixa para uma projeção de 20 anos. As análises dos dados usaram indicadores econômicos como o Valor Presente Líquido (VPL), a Taxa Interna de Retorno (TIR) e a relação Benefício Custo (B/C). Os resultados obtidos mostram o custo total do projeto no valor de R$ 95.020,00, e a recuperação do dinheiro investido já no ano 3, totalizando um valor de R$ 101.400,00, demostrando a sua viabilidade financeira. Quando analisado o fluxo de caixa, o sistema agroflorestal pode atingir um lucro de até R$ 87.368,00 /ano, com o cacau e açaí em seu máximo potencial produtivo. Assim, o presente trabalho proporciona informações valiosas para o planejamento e a gestão de sistemas agroflorestais sustentáveis na região, contribuindo para a segurança alimentar, a redução da pobreza rural e a conservação dos recursos naturais.