Pó de rocha de mineração de scheelita como remineralizador de solo: potencialidades e limitações

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2024-12-20

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O Brasil é uma das maiores potências agrícolas mundiais, mas enfrenta desafios devido à dependência de fertilizantes convencionais e seus impactos ambientais. Nesse contexto, a rochagem, técnica que utiliza pó de rocha como remineralizador de solos, surge como alternativa sustentável para a agricultura. Este estudo avaliou o potencial do rejeito de mineração de scheelita como remineralizador de solos, conforme os critérios estabelecidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), nas Instruções Normativas nº 5 e 6 de 2016. O estudo foi realizado no município de Currais Novos, na Zona Semiárida do estado do Rio Grande do Norte, Brasil. Foram coletadas as rochas encaixantes (gnaisse e mármore) e a hospedeira (scheelita) para análises petrográficas e seis amostras de rejeito de mineração de scheelita para caracterizações mineralógicas, físicas e químicas do pó de rocha. A análise granulométrica, utilizada para determinar a natureza física do material (filler, pó ou farelado), foi realizada com peneiras de malhas variando entre 2 mm e 0,053 mm. A petrografia das rochas foi realizada com o uso de um microscópio petrográfico, enquanto a identificação da composição mineralógica dos rejeitos foi feita por difratometria de raios X (DRX). Os elementos maiores, expressos na forma de óxidos, foram determinados por meio de um espectrômetro de fluorescência de raios X (FRX). As análises de macronutrientes e demais caracterizações dos rejeitos foram realizadas conforme os procedimentos descritos no Manual de Métodos de Análise de Solo da Embrapa. Os resultados demonstraram que o material apresenta elevada concentração de minerais como biotita, plagioclásio, apatita, actinolita e feldspatos, que atuam como fontes de nutrientes, além de granulometria adequada para liberação gradual de elementos essenciais no solo. Quimicamente, o pó de rocha atendeu a dois dos três pré-requisitos legais, apresentando 41,99% de soma de bases (CaO + MgO + K₂O), 1% de K₂O e 24% de SiO₂ livre. Contudo, o teor de arsênio (As = 70,31 mg kg⁻¹) ultrapassou quase quatro vezes os limites permitidos pela legislação, inviabilizando sua classificação imediata como remineralizador. Diante do potencial agronômico identificado e dos desafios associados à presença de elementos potencialmente tóxicos, recomenda-se a continuidade dos estudos, com foco no uso de plantas fitorremediadoras para mitigar os teores de As, garantindo segurança ambiental e viabilidade comercial. O aproveitamento do rejeito de scheelita pode representar uma solução para a destinação adequada desses resíduos, contribuindo para a sustentabilidade agrícola e para o fortalecimento da segurança alimentar no Brasil.

Descrição

Palavras-chave

Scheelita, Rejeitos de mineração, Fertilidade do solo, Pós minerais, Mineralização

Referência

BRAZIL, Camila Victória da Silva. Pó de rocha de mineração de scheelita como remineralizador de solo: potencialidades e limitações. 2024. 49 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Engenharia Florestal) - Departamento de Ciência Florestal, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, 2025.

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