Avaliação da influência da lectina de Cratylia argentea (CFL) contra a infecção experimental por Listeria monocytogenes
Data
2024-10-03
Autores
Lattes da Autoria
Orientação Docente
Lattes da Orientação Docente
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Resumo
A Listeria monocytogenes é o agente etiológico causador da listeriose, uma infecção de origem alimentar que acomete diversas espécies animais, inclusive seres humanos. Suas características patogênicas a tornaram uma preocupação significativa para a indústria alimentícia, sobrevivendo e proliferando em condições ambientais adversas. No âmbito de alternativas contra a ação da L. monocytogenes, a lectina de Cratylia argentea (CFL), tem demonstrado capacidade de auxiliar o sistema imunológico do hospedeiro no processo de identificação do organismo invasor. Neste sentido, investigamos, in vitro e in vivo, a influência da lectina CFL contra a infecção causada por L. monocytogenes em camundongos Swiss. Para o teste in vitro, os camundongos foram infectados com as concentrações 1x105 e 2x105 UFC/mL, inoculando 200μL em cada grupo via intraperitoneal. Macrófagos peritoneais foram recolhidos, fixados em estufa com 5% de CO2 e, 24h após foram tratadas com 9 doses de CFL: variadas entre 100 μg/mL e 0,39 μg/mL; enquanto os grupos controles receberam apenas RPMI e gentamicina 10 μg/mL. Após 24h de tratamento, foram feitas as análises de viabilidade celular e quantificação de bactérias intracelulares. Para o teste in vivo, avaliamos inicialmente a sobrevivência dos animais durante cinco dias após a administração do inóculo via intragástrica, utilizando concentrações que variaram entre 2x10³ e 2x10⁹ UFC/mL, com um volume de 200 μL. A seguir, baço, fígado e sangue foram coletados para quantificação bacteriana. A partir disso, realizamos um teste para avaliar a ação da lectina associada ao antibiótico. Os animais foram inoculados com a concentração de 2x109 UFC/mL, via intragástrica, e o tratamento iniciado 24h depois. As análises foram feitas após 24h e 96h após o tratamento, com coleta do sangue, baço, fígado e linfonodos. Os resultados do primeiro teste mostraram que a dose 100 μg/ml manteve um percentual de viabilidade celular alto quando comparada com o grupo tratado com gentamicina, e houve uma diferença significativa nas dosagens 100 e 50 μg/mL de CLF em relação ao grupo RPMI, que foi infectado e não tratado. Para o segundo teste, o inóculo com a concentração 2x109 UFC/mL apresentou os dados clínicos esperados de uma infecção. Após as 96h de tratamento, a partir das análises, o baço e linfonodo tratados com CFL isolada e em conjuntura com o antibiótico, apresentaram diferenças significativas na diminuição da carga bacteriana quando comparadas ao grupo tratado com solução salina. Também, a lectina diminuiu a concentração de leucócitos totais no sangue, indicando seu potencial anti-inflamatório. Ainda, o grupo tratado com CFL apresentou maior produção de transcritos de mRNA para as citocinas pró e anti-inflamatórias. Como conclusão, foi possível observar que a CFL pode modular a atividade bactericida, aumentando também a viabilidade de macrófagos após a infecção por L. monocytogenes. Ademais, a sua junção com antibacterianos mostrou potencial ação anti-inflamatória a longo prazo, podendo evitar o choque séptico.
Resumo outro idioma
Listeria monocytogenes is the etiological agent responsible for listeriosis, a foodborne infection that affects various animal species, including humans. Its pathogenic characteristics have made it a significant concern for the food industry, as it survives and proliferates in adverse environmental conditions. Among the alternatives to combat L. monocytogenes, the lectin from Cratylia argentea (CFL) has demonstrated the ability to assist the host's immune system in identifying the invading organism. In this context, we investigated, both in vitro and in vivo, the influence of CFL lectin against infection caused by L. monocytogenes in Swiss mice. For the in vitro test, the mice were infected with concentrations of 1x10⁵ and 2x10⁵ CFU/mL, inoculating 200μL into each mouse’s peritoneal cavity. Peritoneal macrophages were collected, incubated in a 5% CO2 environment, and after 24 hours, they were treated with 9 different doses of CFL, ranging from 100 μg/mL to 0.39 μg/mL, while the control groups received only RPMI and 10 μg/mL gentamicin. After 24 hours of treatment, cell viability analyses and quantification of intracellular bacteria were performed. For the in vivo test, we initially evaluated the survival of the animals over five days after the inoculum was administered via intragastric injection, using concentrations ranging from 2x10³ to 2x10⁹ CFU/mL, with a volume of 200 μL. Following this, the spleen, liver, and blood were collected for bacterial quantification. We then performed a test to evaluate the effect of lectin combined with the antibiotic. The animals were inoculated with a concentration of 2x10⁹ CFU/mL via intragastric injection, and the treatment began 24 hours later. Analyses were conducted at 24 and 96 hours post-treatment, with the collection of blood, spleen, liver, and lymph nodes. The results of the first test showed that the 100 μg/mL dose maintained a high percentage of cell viability compared to the group treated with gentamicin, and there was a significant difference in the 100 and 50 μg/mL doses of CFL compared to the RPMI group, which was infected but not treated. For the second test, the inoculum with a concentration of 2x10⁹ CFU/mL presented the expected clinical signs of an infection. After 96 hours of treatment, analyses showed that the spleen and lymph nodes treated with CFL alone and in combination with the antibiotic showed significant differences in the reduction of bacterial load compared to the group treated with saline solution. Additionally, the lectin reduced the total white blood cell count in the blood, indicating its anti-inflammatory potential. Furthermore, the group treated with CFL showed higher mRNA transcript production for both pro-inflammatory and anti-inflammatory cytokines. In conclusion, it was observed that CFL can modulate bactericidal activity, also increasing macrophage viability after infection by L. monocytogenes. Moreover, its combination with antibacterial agents demonstrated potential long-term anti-inflammatory action, possibly preventing septic shock.
Descrição
Palavras-chave
Referência
ROCHA, Roseane Thays dos Santos. Avaliação da influência da lectina de Cratylia argentea (CFL) contra a infecção experimental por Listeria monocytogenes. 2024. 45 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Ciências Biológicas) - Departamento de Biologia, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, 2024.
Identificador dARK
Avaliação
Revisão
Suplementado Por
Referenciado Por
Licença Creative Commons
Exceto quando indicado de outra forma, a licença deste item é descrita como openAccess

