Bovinocultura de corte Brasil versus França: contrastes e possibilidades baseados em um estágio vivência

Abstract

Objetivou-se analisar e contrastar as práticas e aprendizados de uma vivência na bovinocultura de corte francesa, buscando compreender e avaliar o contexto do sistema produtivo e os aspectos de manejo que contrastam ou que se aplicam a realidade da pecuária de corte brasileira. Com o conhecimento das duas situações, observa-se estratégias diferentes em função do ambiente. No Brasil, sem negligenciar o manejo de pastagens, as condições edafoclimáticas permitem a permanência dos animais durante o ano inteiro nas pastagens. Essas circunstâncias geram dependência absoluta de adequar a época de maior demanda nutricional das vacas ao período de maior disponibilidade de forragem, em razão dela ser a principal fonte de alimento e que lhes garantem o sucesso reprodutivo. Entretanto, na propriedade francesa há a necessidade de abrigar os animais no inverno. Isto permite menor dependência das pastagens neste período e possibilita melhor das reservas corporais de fêmeas para estação reprodutiva subsequente. Além disso, após o desmame, na primavera, as vacas reduzem suas exigências nutricionais, coincidindo com o momento em que pastagens de clima temperado reiniciam a rebrota, favorecendo mais uma vez a recuperação do escore de condição corporal. Apesar dos benefícios, estas circunstâncias exigem intensificação por completo do sistema de produção, carecendo de investimentos em maquinários e instalações, e uso intensivo de mão de obra. Após uma análise comparativa das duas realidades, conclui-se que em diversos aspectos elas se contrastam, permitindo afirmar que embora o objetivo o mesmo, existem caminhos diferentes a serem percorridos. Logo, o que se aplica na pecuária do Brasil, pode não ser aplicável na bovinocultura de corte da França e vice-versa.