Composição química da própolis coletada pela abelha Apis mellifera na região semiárida do Ceará

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2024-11-12

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A Apis mellifera, é uma abelha social que pertence ao gênero Apis, normalmente apontada como uma grande produtora de mel devido à alta capacidade de adaptação e grande criação em apiários. Essas características favoreceram o surgimento de diversas subespécies promovendo variedade geográfica e organização complexa. Entre os produtos produzidos pela Apis, a própolis destaca-se como um dos mais populares e é formada por uma complexa matriz resinosa, produzida a partir da coleta de exsudatos vegetais e da adição de cera, portanto dependendo do local e da época do ano, a composição da própolis pode mudar. Devido a essa variabilidade, a própolis pode ser classificada em vários tipos, uma das mais comuns é a própolis marrom, presente em todo Brasil e rica em compostos fenólicos. A própolis verde recebe esse nome devido a clorofila presente em sua origem botânica, Baccharis dracunculifolia, e os marcadores químicos, artepilin C e bacarina. A própolis vermelha é característica da região norte e é rica em flavonoides, já a amarela, é rica em triterpenoides. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi analisar os constituintes químicos da própolis coletada pela abelha Apis mellifera na região semiárida no interior do Ceará a fim de tentar classificá-la e aumentar valor agregado. Foi avaliado o teor de compostos fenólicos, flavonoides e a capacidade antirradicalar. A avaliação de constituintes químicos foi realizada a partir da obtenção do extrato etanólico, posteriormente particionado em diferentes polaridades com os solventes: hexano, acetato de etila e metanol: água (1:1). Em seguida, a fração hexânica passou por diferentes colunas cromatográficas, e gerou 50 frações que, através de análise por CCDA, foram reagrupadas por similaridade. Dessas amostras, a composição foi indicada através de técnicas como cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas (CG/MS) e espectrometria de infravermelho. Por meio dessas análises, foi possível identificar as principais classes de compostos: alcanos, alcenos e triterpenoides, especialmente o lupeol e acetato de lupeol. O resultado de fenólicos e flavonoides foi expressivo para o extrato etanolico e as frações AcOEt e MeOH, como esperado, a fração hexânica, mais apolar, não apresentou atividade nos testes. E o resultado da atividade antirradicalar em comparação aos padrões utilizados de ácido ascórbico e quercetina, apresentam resultados de 9,29 a 20,17 μg/mL para o radical DPPH e 2,52 a 17,45 μg/mL para o radical ABTS, sendo considerados boas fontes de compostos antioxidantes. A análise do perfil químico permitiu a identificação dos constituintes químicos da própolis de Apis mellifera da região semiárida do Ceará tais como triterpenos e hidrocarbonetos de cadeias longas. As frações e extrato da amostra analisada apresentaram variações no teor de fenólicos e flavonoides, e no potencial antioxidante com o radical DPPH e ABTS que pode estar ligada a sazonalidade, composição química e botânica das amostras.

Resumo em outro idioma

Apis mellifera is a social bee that belongs to the genus Apis, commonly recognized as a major honey producer due to its high adaptability and extensive rearing in apiaries. These traits have led to the development of various subspecies, promoting geographic diversity and complex organization. Among the products produced by Apis, propolis stands out as one of the most popular and is formed by a complex resinous matrix, created from the collection of plant exudates and the addition of wax. Consequently, depending on the location and the season, the composition of propolis may vary. Due to this variability, propolis can be classified into several types. One of the most common types is brown propolis, found throughout Brazil and rich in phenolic compounds. Green propolis is named for the chlorophyll present in its botanical source, Baccharis dracunculifolia, along with chemical markers artepillin C and bacarin. Red propolis is characteristic of the northern region and is rich in flavonoids, while yellow propolis is rich in triterpenoids. Thus, the objective of this study was to analyze the chemical constituents of propolis collected by Apis mellifera in the semi-arid region of the interior of Ceará, with the goal of attempting to classify it and increase its added value. The levels of phenolic compounds, flavonoids, and radical-scavenging capacity were evaluated. The evaluation of chemical constituents was performed by obtaining the ethanolic extract, which was then partitioned into different polarities using the solvents: hexane, ethyl acetate, and methanol:water (1:1). Next, the hexane fraction was subjected to various chromatographic columns, generating 50 fractions that were regrouped by similarity through TLC analysis. For these samples, the composition was determined using techniques such as gas chromatography-mass spectrometry (GC-MS) and infrared spectrometry. These analyses enabled the identification of the main classes of compounds: alkanes, alkenes, and triterpenoids, particularly lupeol and lupeol acetate. The levels of phenolics and flavonoids were significant for the ethanolic extract and the AcOEt and MeOH fractions, as expected, the more nonpolar hexane fraction showed no activity in the tests. The results of the radical-scavenging activity, when compared to the standards of ascorbic acid and quercetin, ranged from 9.29 to 20.17 μg/mL for the DPPH radical and 2.52 to 17.45 μg/mL for the ABTS radical, indicating good sources of antioxidant compounds. The chemical profile analysis allowed the identification of the chemical constituents of Apis mellifera propolis from the semi-arid region of Ceará, such as triterpenes and long-chain hydrocarbons. The fractions and extract of the analyzed sample showed variations in the levels of phenolics and flavonoids and in the antioxidant potential with DPPH and ABTS radicals, which may be related to the seasonality, chemical composition, and botanical origin of the samples.

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Referência

SILVA, Jessicka Victorya Araujo da. Composição química da própolis coletada pela abelha Apis mellifera na região semiárida do Ceará. 2024. 48 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Química) - Departamento de Química, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, 2024.

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