TCC - Bacharelado em Ciências Biológicas (UAST)
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Item Diversidade de aves noturnas na caatinga no estado de Pernambuco, Brasil(2022-05-26) Boaventura, Angela Maria Mateus; Fernandes, Alexandre Mendes; http://lattes.cnpq.br/0273567197386804; http://lattes.cnpq.br/4028586068332184As aves possuem um importante papel ecológico, atuando como bioindicadoras de qualidade ambiental, dentre outros aspectos. Atualmente a avifauna brasileira abriga 1.971 espécies, das quais cerca de 510 são encontradas no domínio Caatinga e 23 são endêmicas. Na Caatinga, não foram encontrados estudos voltados exclusivamente à diversidade de aves noturnas nesta região fitogeográfica, sendo está a primeira pesquisa desta natureza. Nesse contexto, o presente trabalho teve como objetivo determinar a diversidade de aves noturnas em duas áreas de caatinga no estado de Pernambuco, Brasil: no Parque Estadual Mata da Pimenteira (PEMP), Serra talhada -PE e no Sítio Várzea Grande (SITIO), Calumbi – PE. Foram realizadas amostragens noturnas, no período de abril de 2019 a dezembro de 2021, procedendose o registro das espécies através de gravações espontâneas da vocalização das aves. Além disso, avaliou-se o efeito da iluminação lunar, temperatura, precipitação, cobertura de nuvens e vento na detectabilidade de vocalização das aves. A diversidade de espécies foi obtida através do índice de Diversidade de Shannon (H’) e a efetividade nas coletas foi analisada através da curva de rarefação. Foi encontrada a riqueza de oito espécies de aves noturnas nas áreas avaliadas, sendo pertencentes às ordens Strigiformes, Nyctibiiformes e Caprimulgiformes. Destas, seis estavam presentes no PMPE e sete no SITIO. Destaca-se ainda a primeira ocorrência de Aegolius harrisii, para o domínio Caatinga, ampliando desta forma a distribuição da espécie. Observou-se também que a precipitação apresentou correlação positiva com a detectabilidade, porém, não foram encontradas diferenças significativas nos testes de correlação em relação às demais variáveis analisadas. Devido a esta controvérsia mais estudos entre comunidades de aves noturnas e fatores exógenos, devem ser feitos, com o objetivo de melhor compreender a biologia das aves noturnas na região NeotropicalItem Estudo etnoornitológico em comunidade quilombola do entorno da Serra do Giz, Afogados da Ingazeira, Pernambuco, Brasil(2018) Veras, Aurea Palloma Bezerra Barbosa; Fernandes, Alexandre Mendes; Almeida, Cauê Guion de; http://lattes.cnpq.br/2072654463873094; http://lattes.cnpq.br/0273567197386804; http://lattes.cnpq.br/1108361034364482As relações biológicas, utilitárias e socioculturais/socioafetivas entre o ser humano e as aves são compreendidas e estudadas pela etnoornitologia. A presente pesquisa teve como objetivo pesquisar acerca dos significados, as representações simbólicas e as diversas relações existentes entre os moradores de uma comunidade quilombola do Sertão de Pernambuco com as aves da Serra do Giz, bem como, abordar o papel que a comunidade pode desempenhar na busca pela conservação das aves dessa área e do seu entorno. Para tanto, foram entrevistados 23 indivíduos através de roteiro semiestruturado, complementados por entrevistas livres e conversas informais, como também materiais visuais. Foram registrados 147 nomes vernaculares, referentes a 110 espécies, distribuídas em 21 ordens e 40 famílias. Foram estudados aspectos referentes aos critérios de nomeação das aves, nidificação, comportamento reprodutivo, hábito alimentar e comportamento social. Foram registrados 28 aves prenunciadores de acontecimentos (mudanças de tempo, morte, agouro, visitas em casa, sorte e azar). Foram investigados aspectos referentes à utilização das aves, as concepções dos informantes em relação à sua conservação e a transmissão do conhecimento etnoornitológico. O desparecimento de diversas aves da Serra do Giz e do seu entorno foi atribuído principalmente à seca e à caça (captura para o comércio ilegal, criação e alimentação). Foi verificado que as informações do conhecimento popular, em sua maior parte, condizem com a literatura científica, comprovando que os moradores da comunidade conhecem os aspectos biológicos e ecológicos sobre as aves e mantêm relações socioculturais com estas. Por se tratar de uma área que está em fase de tramitação para se tornar unidade de conservação, é importante o desenvolvimento de pesquisas que envolvam a comunidade do entorno, já que o conhecimento etnoornitológico detido pode fortalecer a literatura científica e ser aliado na elaboração de estratégias de manejo e conservação juntamente com pesquisadores e outros órgãos.Item Modelagem de distribuição e bioacústica de aves co-distribuídas em florestas úmidas da América do Sul(2022-05-27) Ferreira, Maria Eduarda Alves; Fernandes, Alexandre Mendes; http://lattes.cnpq.br/0273567197386804As florestas tropicais úmidas da América do Sul possuem uma história evolutiva um tanto intrigante. É sugerido momentos de expansão e retração dessas florestas em diferentes períodos do tempo, sendo esses momentos cruciais para eventos de dispersão, extinção e especiação das espécies. Estudos com inúmeros táxons codistribuídos entre a Amazônia e Mata Atlântica, e a existência de refúgios florestais, como os Brejos de Altitude, em meio a Caatinga demonstram a similaridade existente entre essas florestas e evidenciam uma pretérita e recorrente conectividade florestal entre os biomas. Rotas por onde ocorreram tais conexões entre as florestas foram propostas para um melhor entendimento sobre sua dinâmica histórica. Na presente pesquisa, prevemos através da modelagem de distribuição e análise dos caracteres vocais de diferentes espécies de aves co-distribuídas na Amazônia, Mata Atlântica e em fragmentos dessas florestas ao longo do Cerrado e Caatinga (Brejos de Altitude), conexões biogeográficas entre os biomas durante o Último Máximo Glacial (UMG - 21 mil anos - Ka). Além de identificar conexões passadas, esse estudo procurou entender como mudanças climáticas ocorridas do UMG até o futuro podem influenciar na distribuição das espécies. Para isso, modelos de distribuição potencial foram construídos em diferentes cenários, sendo eles passado (UMG-21Ka, Holoceno-6Ka), Presente (1970-2000) e Futuro (2070); e parâmetros vocais das espécies suboscines e oscines foram analisados. Os resultados da modelagem para o UMG identificaram conexões entre Amazônia e Mata Atlântica através das regiões mais ao sul do país, suportando a rota SE-NW, e através da Caatinga, pela rota NE. Ambas as vias de conexão podem ter desempenhado um importante papel na dispersão dos táxons entre os biomas. A análise vocal não encontrou diferença entre as vocalizações das espécies e os distintos ambientes, sugerindo dessa forma conexões recentes entre as florestas e contato entre as populações de modo que o tempo de separação entre Amazônia e Mata Atlântica não foi suficiente para distingui-las vocalmente. Para o futuro, os modelos indicam retração de áreas adequadas para a ocorrência das espécies. Esse resultado serve de alerta para ações que visem à conservação dos biomas e das aves que ocorrem em ambientes florestaisItem Modelagem de distribuição e variação vocal do bacurauzinho, Nannochordeiles pusillus (Aves: Caprimulgidae), em diferentes biomas neotropicais(2022-05-25) Nascimento, Nathália Marques da Silva do; Fernandes, Alexandre Mendes; http://lattes.cnpq.br/0273567197386804O Bacurauzinho, Nannochordeiles pusillus, possui ampla distribuição em áreas com vegetação aberta e ocorre em diferentes fitofisionomias como Cerrado, Caatinga e Pantanal. Entretanto, a história evolutiva, diferenciação genética e fenotípica do grupo ainda não é bem compreendida, e assim não há um consenso em relação ao número de subespécies existentes para o táxon. Estudos a partir de dados de sequenciamento do DNA mitocondrial e genômicos sugerem que existam duas linhagens morfologicamente distintas em N. pusillus separados há cerca de 2 milhões de anos. Uma dessas linhagens tem distribuição em áreas de vegetação abertas na Amazônia, conhecidas como Campinas e apresentam a plumagem da região subcaudal com barras pretas, enquanto que a outra linhagem tem distribuição circum-Amazônica e possuem a plumagem das subcaudais brancas. Assim, o presente trabalho teve por objetivo analisar se há diferenças de distribuição potencial em diferentes períodos (passado, presente e futuro) e se existem diferenças de canto entre as duas linhagens do bacurauzinho. Para isso, utilizamos a modelagem de distribuição, em que são combinados os pontos de ocorrência e os mapas de variáveis ambientais para criar modelos de distribuição. Para investigar variação de vocalizações na espécie, inicialmente foi feito um levantamento dos dados de canto em plataformas online e após uma triagem foram utilizados diferentes parâmetros, sendo a frequência o principal parâmetro analisado. Os resultados obtidos corroboram a existência de duas linhagens, e fortalecem que as duas linhagens devem ser reconhecidas como espécies plenas, já que apresentam diferenças morfológicas, alta divergência genética e vocal, além de possuírem distribuição parapátrica em fitofisionomias distintas. Os dados de bioacústica determinam que a linhagem da Amazônia possui canto mais lento e com maior número de frases, além da frequência, ser menor quando comparada a linhagem circum-Amazônica, sendo que a linhagem de N. pusillus circum-Amazônica apresenta canto mais rápido e com frequência mais alta. Em relação a modelagem de distribuição, a linhagem circum-Amazônica é mais generalista, ocorre em diferentes biomas de vegetação aberta e pode não ser afetada pelas mudanças climáticas, mas beneficiada, enquanto a linhagem da Amazônia é especialista das campinas amazônicas e pode sofrer redução populacional devido à perda de habitat pelas alterações de clima. Além da resolução das incertezas taxonômicas, o presente trabalho contribui para que políticas de conservação sejam tomadas, pois além da linhagem da Amazônia, outras espécies são endêmicas das campinas e estas áreas não se encontram dentro das Unidades de Conservação (UC's) de proteção integral, assim o presente trabalho contribuí para que estas sejam definidas como prioritárias para evitar a perda de diversidade biológica endêmica das campinas em decorrência das mudanças climáticas
