TCC - Licenciatura em Letras (UAG)
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Item O livro dos abraços, de Eduardo Galeano: celebração da metaliteratura/1(2019-07-21) Diniz, Lucas Feitoza; Carvalho, Nilson Pereira de; http://lattes.cnpq.br/0340660402161393; http://lattes.cnpq.br/7368559083531623A leitura dos textos que compõem O livro dos abraços (2015 [1989]), do escritor uruguaio Eduardo Galeano, desautomatiza a tripartição aristotélica entre os gêneros literários, uma vez que nos relatos da obra confluem os estilos épico, lírico e dramático, bem como o registro histórico-jornalístico-biográfico. Como sistematizar a unidade e a literariedade de uma obra tão complexa? Partindo dessa problemática; do proposto por Benjamin (1987) sobre a figura do narrador; das discussões de Staiger (1977) sobre os estilos épico, lírico e dramático; e da noção de formas simples (JOLLES, 1976), bem como da fortuna crítica à obra de Galeano (especialmente Palaversich (1995)) e da crítica que fez o próprio Galeano (1980b, 1991, 1995) o presente trabalho buscou investigar, a partir do percurso das relações entre memória, sociedade, e (meta)literatura, a composição do estilo textual na obra O livro dos abraços. A pesquisa foi de caráter qualitativo e bibliográfico: partindo da leitura da obra, e das reflexões suscitadas por esta leitura, procedeu-se ao cotejo com os textos teóricos, e daí à análise. Os resultados obtidos apontam para a possibilidade de uma classificação que conforme a unidade dos relatos num todo coeso, a partir da maneira como o fenômeno metaliterário se apresenta nos textos de O livro dos abraços. Para isso, propomos, como sistematização crítica, as categorias meta (englobando os relatos que se voltam para sua própria imanência enquanto construção artística), amphi (englobando os relatos que se voltam para a relação com a alteridade) e exo (englobando os relatos que que se voltam para seu exterior, para as condições sociais que motivam a escrita). Em relação à forma de cada relato, mobilizamos a noção de simulacro metagenérico, como uma possibilidade de esquema metaliterário (isto é, um modo pelo qual o fenômeno metaliterário se autoevidencia aos olhos do analista). Como noção geral de escrita literária, percebe-se que Galeano desconstrói a forma do relato tradicional, construindo em seu lugar a forma que ele entende como um relato, algo por sua vez ligado à noção do que entende por literatura.
