Aprimoramento da técnica CCWO para cães com ruptura de ligamento cruzado cranial

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Data

2021-10-05

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Universidade Federal Rural de Pernambuco

Resumo

A osteotomia em cunha de fechadamento cranial (CCWO) é uma das técnicas periarticulares de osteotomia da tíbia que visa reduzir o ângulo do platô tibial (APT) e assim anular o deslocamento cranial da tíbia proximal em relação aos côndilos femorais. Esta pesquisa teve como objetivo introduzir nessa técnica aprimoramentos, visando maior eficiência terapêutica. Dentre eles coube o uso do v POP PRO – veterinary Preoperative Orthopaedic Planning; utilizar o método do centro de rotação angular (CORA) para resseccionar a cunha; adotar o valor de APT menos 5º graus em relação ao ângulo da cunha; alinhar os fragmentos pelas corticais craniais; realizar primeiro a avaliação gráfica da proposta para posteriormente aplicá-la nos cães com ruptura do ligamento cruzado cranial (RLCCr); executar os procedimentos baseado em seis medidas de localização; verificação pré-cirúrgica, por comparação em negatoscópio, relação entre a placa e a radiografia impressa em tamanho real, para averiguar a necessidade de modelamento prévio da placa e o local que esta seria situada na tíbia, para que os parafusos não adentrassem à articulação, à linha de osteotomia e que todos eles sobressaíssem da cortical “Trans”; realizar, quando possível, a meniscectomia por mínima abordagem medial; dissecação do periósteo da crista tibial e músculo tibial cranial e sua aponeurose para usá-los na síntese como ponto de ancoragem do “pesanserinus”; fazer com serra manual pré corte da cortical “Cis” que evitasse o deslizamento fora da linha proposta da serra oscilatória; efetuar compressão inter fragmentária mediante pinça de Weber, banda de tensão e placa de osteotomia de nivelamento do platô tibial (TPLO) bloqueada, geradora de compressão dinâmica e passível de prefixação com pinos de Kirschner; auto enxertia do osso corticoesponjoso da cunha sob o músculo tibial cranial; testagem com pino, antes de colocar o parafuso proximal, se seu orifício não penetrava na articulação. Após determinação do novo método de planejamento baseado no CORA, foi feita a análise em 19 imagens radiográficas de tíbia, de cães adultos normais, para verificar as mudanças do APT e o encurtamento tibial com essas modificações. Posteriormente, foram operados 15 joelhos de 12 cães com diagnóstico clínico e radiográfico de RLCCr, onde os fragmentos tibiais, proximal e distal, foram fixados conforme predeterminado, cuja cunha nunca ficou a menos de 5mm distal à inserção do ligamento patelar na tuberosidade tibial. O planejamento computacional permitiu uma redução do APT médio de 24,04° (+-2,72) para 7,73° (+-0,74), quando a cunha foi posicionada pelo método do CORA e alinhamento cranial. Verificou-se variação do APT, segundo o alinhamento dos fragmentos, sem diferença significativa. Quando a altura do posicionamento da cunha foi em nível do CORA, comparado com uma altura mais distal, a variação no APT se mostrou significativa. Os animais tiveram um encurtamento médio de 0,84 (+-0,13) cm sem comprometimento clínico ao uso do membro. A aplicação cirúrgica em cães com APT médio de 24,76º (+-4,08), esse foi reduzido para 9.26° (+-3,82), e com mudança satisfatória da claudicação. A técnica aqui modificada demonstrou eficácia para o nivelamento do platô tibial, inibindo o deslocamento cranial da tíbia, proporcionando 86,66% (13/15) de melhora dos joelhos operados, com mínimo encurtamento tibial e ausência de calo ósseo identificável apesar da correta consolidação e auto enxertia. Foi notória a satisfação dos tutores ante ao rápido retorno à apropriada e indolor deambulação. Além disso, conferiu espaço ósseo suficiente para estabilização com placa para TPLO (com bloqueio) e estabilização auxiliar com banda de tensão. O planejamento por meio do vPOP PRO, o alinhamento dos fragmentos pelas corticais craniais, o posicionamento proximal da cunha com base na localização do CORA, respeitando-se a distância desde a tuberosidade tibial em relação à linha proximal da cunha, o uso de placa de TPLO bloqueada e com compressão dinâmica, o posicionamento da cunha e da placa conforme as seis distâncias pré-estabelecidas no planejamento e a complementação da estabilização com pino cranial em banda de tensão mostraram ser parâmetros importantes a serem seguidos para o sucesso e a recuperação funcional. Sugere-se avaliação da técnica em maior tempo e número de animais.

Descrição

Palavras-chave

Cirurgia veterinária, Ligamento cruzado anterior, Cães, Osteotomia, Articulações

Referência

TUDURY, Eduardo Alberto. Aprimoramento da técnica CCWO para cães com ruptura de ligamento cruzado cranial. 2022. 128 p. Tese (Progressão Acadêmica Professor Titular) – Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, 2024.

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