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Governos divergentes, objetivos comuns? O BRICS e os desafios para integração interestatal
(2024-10-04) Silva, Marcos Vinicius Caetano da; Andrade, Fábio Bezerra de; http://lattes.cnpq.br/9407924493644881; http://lattes.cnpq.br/9407924493644881
O estudo “Governos divergentes, objetivos comuns? O BRICS e os desafios para a integração interestatal” investiga como o BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), com seus distintos modelos de governo, tem desempenhado um papel central como promotor de um crescente multipolarismo global. Fundamentado na teoria do Sistema mundo de Wallerstein e nos Ciclos de Acumulação de Arrighi, o estudo oferece uma visão teórica para entender como o BRICS navega na nova configuração do sistema-mundo. A análise, aqui desenvolvida, propõe-se a, inicialmente, revisitar e inserir-se no processo de atualização dos escritos de Stuenkel no livro BRICS e o Futuro da Ordem Global, visando a, assim, atualizar o debate a respeito dos modelos de governo dos países do grupo; posteriormente a análise das Cúpulas cobre o período de 2009 a 2023, com maior ênfase nas Cúpulas de 2017 a 2023, discutindo o progresso da cooperação nas áreas econômicas, tecnológica e política, além do papel central do bloco na expansão da Cooperação Sul-Sul por meio da criação do Novo Banco de Desenvolvimento e do Arranjo Contingente de Reservas como um passo anterior a própria expansão do grupo para o BRICS+ na cúpula mais recente. A pesquisa demonstra que apesar das divergências políticas entre os membros do grupo, os últimos anos têm afirmado o BRICS+ como uma referência ao se pensar a respeito do multipolarismo por via da cooperação entre países periféricos. Iniciativas como a do Novo Banco do Desenvolvimento e o Arranjo Contingente de Reservas evidenciam os avanços rumo a um processo de maior integralização do grupo ao mesmo tempo em que torna possível o fortalecimento de laços com os demais Estados do Sistema-mundo.