Navegando por Assunto "Maconha - Uso terapêutico"

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Descriminalizando a maconha - a legalização do cultivo domiciliar, a popularização das políticas de fitoterápicos e o ensino de Química
(2021-07-14T03:00:00Z) Figueiredo, Júlia Martins; Silva, Lourinalda Luiza Dantas da; http://lattes.cnpq.br/7013867423178814; http://lattes.cnpq.br/9920383371525159
A maconha tem um processo de proibição no Brasil baseado em racismo e eugenia há mais de três séculos. Dado seu quadro histórico, a cultura com fins medicinais passa por constantes lutas para liberação e utilização para saúde. Buscando discutir sobre sua legalidade e fazendo uma aproximação com o ensino da Química, estabelece-se o seguinte questionamento: qual a importância de dialogar e debater a legalização da maconha em salas de aula de Química de cursos do ensino superior no Brasil, visando propor uma decolonialidade na história da criminalização da maconha e legalização do cultivo domiciliar? Para responder à questão de pesquisa delimitou-se como objetivo geral promover o diálogo e a atualização da história da maconha no Brasil a partir criminalização no pós-abolição e elaborar uma sequência didática (SD) para discutir a legalização do uso da maconha e sua ação medicinal a partir do ensino de Química. Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa e exploratória de acordo com seus objetivos. Adotou-se como metodologia a elaboração e aplicação de uma Sequência Didática CTS-Arte, utilizando da Educação em Direitos Humanos e da Decolonialidade, aplicadas nas aulas de Química Orgânica nos cursos de Bacharelado em Agroecologia, Biologia e Engenharia Florestal da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). A sequência didática CTSArte, com a temática associada a maconha e sua proibição no período pós abolição para abordagem dos conceitos químicos, resultou na elaboração de uma mística e um vídeo. As atividades foram analisadas diante das três dimensões da Educação em Direitos Humanos: 1) empoderamento de sujeitos e grupos que foram postos à margem; 2) a formação de sujeitos de direito; 3) educar para nunca mais. Estas dimensões coadunaram com os quatro princípios da mística: 1) libertação do proletariado; 2) caminhos do socialismo; 3) formas de conquistar o poder; 4) criatividade. No entanto, destaca-se que o processo do ensino remoto dificultou a interação e produção de atividades de forma geral e este impacto é perceptível nas ações desenvolvidas, seja para estabelecer uma participação e/ou uma comunicação, seja para realização das atividades. Conclui-se, com base na análise das atividades desenvolvidas e interação das/dos estudantes que, mesmo com dificuldades, o envolvimento das/dos estudantes na tentativa de elaborar a mística e o vídeo, estabelecendo o entrelace dos conteúdos de forma decolonial e dentro das dimensões da Educação em Direitos Humanos, foi expressivo e a aplicação da SD mostrou-se potencialmente motivadora para a discussão de temas ainda desassociados do Ensino de Química.