Navegando por Assunto "Escravidão na literatura"
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Item Conta pra mim, Marramaque: traços de uma personalidade Griô na obra Clara dos Anjos, de Lima Barreto(2021-08-18) Silva, Natália Regina Ferreira da; Azevedo, Natanael Duarte de; http://lattes.cnpq.br/1598344003069716; http://lattes.cnpq.br/1236781063874349O presente artigo pretende explorar a construção do personagem Antônio da Silva Marramaque na obra Clara dos Anjos, de Lima Barreto, de maneira a encontrar referências griôs numa figura ficcional que se volta às características ancestrais afrobrasileiras do próprio autor. Numa literatura que mescla as dissonâncias sociais e raciais presentes no Rio de janeiro na virada do século XIX para o século XX - pós abolição da escravatura, ambos, autor e personagem, se reconhecem como memórias vivas da diáspora Brasil-África e se mantiveram ávidos aos costumes pertencentes à função griótica de seus antepassados, legitimando o legado griô, aos moldes brasileiros, numa confluência que figura entre a necessidade de resguardar costumes culturais dentro de um Brasil que não é mais a África Ocidental, portanto, com a presença de outros povos e hábitos pertencentes a este país que recebera escravizados de todos os cantos do continente negro. A abordagem através da análise das passagens contidas no romance e as referências a estudos griôs dá-se pela necessidade de uma construção sólida a respeito de um personagem esquecido pela literatura, mas que mostra-se como potência a partir de uma análise criteriosa que converge à ancestralidade afro-brasileira, sendo os griôs personalidades que tem seu entendimento modificado a partir de diferentes prismas, sobretudo, de países onde a presença negra foi submetida à escravização e seus povos privados de exercer livremente suas culturas.Item Coronelismo e violência em “O cavalo fantasma da estrada do Engenho Barbalho”, de Jayme Griz(2024-03-04) Freitas, Bruno Ramos de; Pereira, João Batista; http://lattes.cnpq.br/5017161166804446; http://lattes.cnpq.br/4639555078175746Este trabalho tem o objetivo de analisar o conto “O cavalo fantasma da estrada do Engenho Barbalho”, presente na obra O lobishomem da porteira velha (1956) de Jayme Griz, apoiado por pressupostos teóricos defendidos por Durval Muniz de Albuquerque (2013), Rejane Carvalho (1987) e André Luiz Galvão (2018). A partir da leitura dos autores supracitados, buscamos identificar o fenômeno do coronelismo no Nordeste e a violência que lhe é subjacente como categorias analíticas, marcas sociais presentes na Zona da Mata Sul de Pernambuco, no século XIX. Neste sentido, os registros de violência no enredo foram percebidos inicialmente a partir da menção à escravidão, contextualizada na visita do Imperador D. Pedro II ao Brasil, bem como no sentimento de desalento expresso por Zé Cambinda em suas visitas ao maracatu de Pai Inácio. Em um âmbito mais restrito, o universo da casa-grande demonstrou a violência nos diálogos e no comportamento da mucama Teresa, bem como na dependência dos retirantes ao senhor de engenho. Por fim, a violência se irmana ao coronelismo nas ações extremadas do Sr. Barbosa, que cerceia a liberdade e as formas de vida da filha, cujo ato final a leva à morte. Ao considerar os vínculos entre literatura e sociedade, concluímos que o coronelismo presente no conto griziano espelha um tempo que não ficou no passado, haja vista as novas formas de domínio e de violência exercidas por latifundiários na atualidade.
