UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AGRÍCOLA E AMBIENTAL CHRISTIANNE LOPES DE SOUSA SÁ RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO OBRIGATÓRIO PRODUÇÃO DE HORTALIÇAS NA UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO - UFRPE RECIFE 2022.1 2 CHRISTIANNE LOPES DE SOUSA SÁ RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO OBRIGATÓRIO PRODUÇÃO DE HORTALIÇAS NA UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO - UFRPE Relatório apresentado ao Curso de Graduação de Bacharelado em Engenharia Agrícola e Ambiental da Universidade Federal Rural de Pernambuco, como pré-requisito para obtenção de nota da disciplina Estágio Supervisionado Obrigatório, sob orientação do Professor Dr. José Amilton Santos Júnior. RECIFE 2022.1 3 4 RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO OBRIGATÓRIO PRODUÇÃO DE HORTALIÇAS NA UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO - UFRPE _______________________________________________ Christianne Lopes de Sousa Sá _______________________________________________ Prof. Dr. José Amilton Santos Junior Orientador/Supervisor 5 Aparecem flores sobre a terra, e chegou o tempo de cantar; já se ouve em nossa terra o arrulhar dos pombos. A figueira produz os primeiros frutos; as vinhas florescem e espalham sua fragrância Cânticos 2:12,13. https://www.bibliaonline.com.br/nvi/ct/2/12,13+ 6 AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus pelo querer e pelo realizar, dando-me oportunidade de fazer o curso de Engenharia Agrícola e Ambiental, aos professores Dr. Roberto de Albuquerque Melo e Dr. Dimas Menezes, ambos da disciplina de Olericultura, pela vasta experiencia, que possibilitou um excelente aprendizado teórico e prático e demais professores do curso pela competência e entusiasmo em suas áreas de conhecimento, ao meu orientador Dr. José Amilton Santos Junior, pela confiança e apoio, ao coordenador do curso Renato Laurenti por sua suavidade e segurança na gestão do curso, a Tatiane Barbosa por suas contribuições e incentivos. Aos meus amigos do curso engenheiro agrícola e ambiental: Girlayne Norberto, Paulo Sérgio e Raquel Vieira. Aos meus familiares, ao meu pai, Pedro Lopes de Sousa (in memoriam) pelo amor, força e orgulho, a minha mãe, Nilza Lopes de Sousa, por ser o maior exemplo de mulher vitoriosa, ao meu esposo, André Luiz Sá de Oliveira (in memoriam), pelo orgulho, amor e parceria que desfrutamos ao longo de 20 anos de convívio. Aos meus três filhos Maria Vitória, por seu incentivo constante, a Davi André e Pedro Vitor pelo entusiasmo contagiante. As minhas irmãs Nielma Patrícia e Niedja Christina pelo apoio nos momentos mais difíceis, ao meu irmão Haroldo Wilson, por estar sempre vislumbrando o leque de áreas de atuação do engenheiro agrícola e ambiental. 7 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Canteiro e Estufa da Horta da UFRPE 27 Figura 2: Variedade de Sementes Isla 28 Figura 3: Variedade de Sementes Feltrin 28 Figura 4: Bandeja com 162 células, sendo 9 por 19 29 Figura 5: Mudas de Alface em bandejas 30 Figura 6: Deposito de ferramentas UFRPE 30 Figura 7: Riscado do canteiro 34 Figura 8: Mudas de Alface em canteiros da UFRPE 35 Figura 9: Sistema Hid. para cultivo de mudas de hortaliças na UFRPE 37 Figura 10: Estufa com experimentos Hidropônicos 38 Figura 11: Sementeira em estufa 39 Figura 12: O transplante das Mudas de cebolinha para o canteiro 43 Figura 13: Canteiro de bredo no ponto para nova colheita 44 8 LISTA DE TABELAS Cultivar Alface......................................................................................... Tabela 1.1 Propriedades do solo e sugestões de adubação Tabela 1.2 Principais indicações sobre o sistema de cultivo 46 Cultivar Almeirão.................................................................................... Tabela 2.1 Propriedades do solo e sugestões de adubação Tabela 2.2 Principais indicações sobre o sistema de cultivo 49 Cultivar Beterraba..................................................................................... Tabela 3.1 Propriedades do solo e sugestões de adubação Tabela 3.2 Principais indicações sobre o sistema de cultivo 51 Cultivar Cebolinha................................................................................... Tabela 4.1 Propriedades do solo e sugestões de adubação Tabela 4.2 Principais indicações sobre o sistema de cultivo 53 Cultivar Chicoria.................................................................................. Tabela 5.1 Propriedades do solo e sugestões de adubação Tabela 5.2 Principais indicações sobre o sistema de cultivo 55 Cultivar Coentro..................................................................................... Tabela 6.1 Propriedades do solo e sugestões de adubação Tabela 6.2 Principais indicações sobre o sistema de cultivo 58 Cultivar.Couve........................................................................................ Tabela 7.1 Propriedades do solo e sugestões de adubação Tabela 7.2 Principais indicações sobre o sistema de cultivo 60 Cultivar Mostarda................................................................................... Tabela 8.1 Propriedades do solo e sugestões de adubação Tabela 8.2 Principais indicações sobre o sistema de cultivo 63 Cultivar Pimentão................................................................................... Tabela 9.1 Propriedades do solo e sugestões de adubação Tabela 9.2 Principais indicações sobre o sistema de cultivo 65 Cultivar Quiabo....................................................................................... Tabela 10.1 Propriedades do solo e sugestões de adubação Tabela 10.2 Principais indicações sobre o sistema de cultivo 68 9 LISTA DE ABREVIATURAS ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas ABCSEM – Associação Brasileira do Comércio de Sementes e Mudas CAISAN-PE – Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional de Pernambuco CRAS – Centros de Referência de Assistência Social CREAS – Centros de Referência Especializados de Assistência Social FNDE – Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação IPA – Instituto Agronômico de Pernambuco MLP – Mercado Livre do Produtor PAA – Programa de Aquisição de Alimentos PINAB – Práticas Integrais de Promoção da Saúde e Nutrição na Atenção Básica. PNEPS – Política Nacional de Educação Popular em Saúde SAN – Segurança Alimentar e Nutricional SUAS – Sistema Único de Assistência Social UFRPE – Universidade Federal Rural de Pernambuco 10 SUMÁRIO 1.INTRODUÇÃO 11 2. OBJETIVOS 13 2.1. Objetivo Geral 13 2.2. Objetivos Específicos 13 3. REFERENCIAL TEÓRICO 14 3.1. Olericultura 15 3.2. A demanda hídrica na olericultura. 16 3.2.1 Principais tipos de Sistema de irrigação 16 3.2.2 Sistema de irrigação localizada 17 3.2.3 Sistema de irrigação por aspersão 17 3.2.4 Sistema de irrigação pivot central 17 3.2.5 Sistema de irrigação por fertirrigação 17 3.2.6 Sistema de irrigação por microaspersão 18 3.2.7 Sistema de irrigação por superfície 18 3.2.8 Sistema de irrigação por hidroponia 19 3.2.8.1 Etapas da hidroponia 20 3.3 Situação das hortaliças no agronegócio 20 3.3.1 Situação das hortaliças na indústria 23 3.3.2 Situação das hortaliças na agricultura familiar 24 3.3.3 Situação das hortas domésticas (comunitária, escolar e clínica) 24 3.3.3.1 Exemplo de parceria no estado no estado da Paraíba 25 3.3.3.2 Exemplo de parceria no estado no estado de Pernambuco 26 4. METODOLOGIA 27 4.1. Área de Estudo 27 4.2 Atividades desenvolvidas 28 4.2.1 Escolha das espécies das sementes olerícolas 28 4.2.2 Semeio em bandejas 29 4.2.3 Ferramentas necessárias 30 4.2.4 Local para instalação da horta 31 4.2.5 Coleta de amostras do Solo 31 4.2.6 Preparo do terreno 32 4.2.7 Práticas de conservação do solo 33 4.2.8 Preparo dos Canteiros 34 4.2.9 Adubação dos Canteiros 35 4.2.10 Sementeira em estufas 36 4.2.11 Preparo de substâncias nutritivas para fertirrigação 38 4.2.12 Cuidados com a horta 39 4.2.13 O transplante de mudas 42 4.2.14 A colheita e destinação final das hortaliças cultivadas na UFRPE 44 5 TIPOS DE PLANTIO DE ACORDO COM A ESPÉCIE DE HORTALIÇA 45 5.1 Plantio de mudas em canteiros: alface e couve 45 5.2 Plantio de mudas em covas: pimentão, repolho, tomate e berinjela 45 5.3 Plantio de semeadura direta em canteiros: cenoura, beterraba e rabanete 45 5.4 Plantio de semeadura direta em covas: feijão, quiabo, abobrinha e pepino 45 6 PRINCIPAIS CULTIVARES PRODUZIDAS NA HORTA DA UFRPE 46 7 RESULTADO DE DISCUSSÃO 70 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS 71 9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 72 11 INTRODUÇÃO Atualmente, tem-se tornado comum a viabilização de áreas urbanas para a produção de alimentos, plantas medicinais e flores ornamentais. Grandes potências globais já aderiram à tendência de agricultura urbana por meio de ações e criação de espaços. Tal prática é frequentemente discutida em locais que buscam um desenvolvimento mais inclusivo e sustentável para o futuro. O cultivo de hortaliças excedeu os espaços rurais e avançou para o ambiente urbano, chegando a algumas escolas, hospitais, quintais, condomínios residenciais e até mesmo nas varandas dos apartamentos, contribuindo com a Segurança Alimentar e Nutricional (SAN). Indo além da produção comercial, mas também adquiriu uma formatação recreativa e até mesmo terapêutica. No Brasil existem algumas políticas públicas, o Governo Federal, por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), coordenado pelo Ministério da Cidadania, direciona investimentos e incentivos aos micro e pequenos produtores. Os alimentos são destinados as pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional, por meio de instituições do Sistema Único de Assistência Social (Suas), como os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), os Centros de Referência Especializados de Assistência Social (CREAS) e as unidades de acolhimento, além da rede pública e filantrópica de educação. As pessoas inscritas no Cadastro Único e no Bolsa Família formam grande parte do público beneficiado. (BRASIL, 2020). O PAA tem o intuito de promover a segurança alimentar e nutricional da população mais carente de forma a permitir o acesso a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente e sem comprometer o acesso a outras necessidades importantes (PUIATTI, 2019). O PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar): A Lei nº 11.947, de 16 de junho de 2009, determina que no mínimo 30% do valor repassado a estados, municípios e Distrito Federal pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) deve ser utilizado na compra de gêneros alimentícios diretamente da agricultura familiar e do empreendedor familiar rural ou de suas organizações, priorizando-se os assentamentos da reforma agrária, as comunidades tradicionais indígenas e as comunidades quilombolas. A aquisição dos produtos da Agricultura Familiar poderá 12 ser realizada por meio da Chamada Pública, dispensando-se, nesse caso, o procedimento licitatório De forma geral, precisamos de Políticas Públicas de Segurança Alimentar e Nutricional que sejam implementadas e tenham continuidade, perpassando os planos de governo. A horticultura trata da produção de hortaliças, tubérculos, raízes e outras culturas de ciclos produtivos menores, com grande diversificação de produtos, conhecida também como olericultura, requer manejos integrados e específicos para prosperidade da atividade. Nacionalmente são diversas as estratégias de sucesso em horticultura. Estratégias de integração vertical, onde o produtor integrado atua, não somente na produção primária, mas também na distribuição e venda de produtos ao consumidor final; estratégias de diferenciações, como a produção de orgânicos, onde o produto resultante tem maior valor agregado. O manejo do solo compreende práticas simples e fundamentais ao bom desenvolvimento das culturas. Diferentes estratégias ou técnicas são utilizadas em conjunto para atingir elevadas produtividades sem, no entanto, comprometer a sustentabilidade do solo. Na agricultura faz-se necessário estudo e preparo do solo, adubação e irrigação imprescindíveis para um bom resultado, com as hortaliças cultivadas na não é diferente. Veremos ao longo do trabalho, os tipos de exploração do cultivo de hortaliças, seja uma exploração especializada, que ocorre no agronegócio, em grandes áreas, com poucas variedades e altos investimentos em tecnologias, uma exploração diversificada, que ocorre na agricultura familiar em poucos hectares, nos chamados cinturões verdes, devido à localização próxima ao consumidor final, uma exploração de hortas domésticas em uma área ainda menor e maior variedade que a exploração exploração anterior, a doméstica ocorre em casas, varandas de apartamentos, escolas, hospitais, presídios, clinicas, em terrenos ociosos, sendo também 13 denominada horta urbana. Também temos a exploração industrial que ocorre em terrenos arrendados e maior desgaste ambiental. Independentemente do tipo de exploração, o mercado consumidor de hortaliças está cada dia mais exigente em termos de qualidade, preço, regularidade da oferta e respeito ambiental, ou seja, o produtor de hortaliças deve buscar produtos diferenciados, a preços competitivos e sem agressão ao ambiente. Na horta da Universidade Federal Rural de Pernambuco tive a possibilidade de conhecer vários tipos de cultivares desde a escolha da semente, seu desenvolvimento colheita e destinação final em uma experiência enriquecedora, como estudante ou como profissional, e a possibilidade de levar tal aprendizado a contribuir com a segurança alimentar e nutricional (SAN), em qualquer tipo ou finalidade de olericultura, em um país tão desigual trata-se de um desafio gratificante. 2. OBJETIVOS 2.1. Objetivo Geral Compreender a produção de hortaliças na Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE. 2.2. Objetivos Específicos ● Participar das aulas e atividades do componente curricular Olericultura I do Curso de Agronomia; ● Seleção das sementes; ● Plantio em bandejas; ● Raleamento e repicagem das espécies plantas em bandejas ● Replantio em canteiros; ● Acompanhamento do desenvolvimento das espécies nos canteiros; ● Destinação final das hortaliças; ● Formas de irrigação mais utilizadas exigentes na horticultura. 14 3. REFERENCIAL TEÓRICO Estudos demonstram que as mudanças climáticas possuem efeitos negativos na Segurança Alimentar e Nutricional (SAN), potencializados pela pobreza e desigualdade social, principalmente na África e Ásia. Os impactos das mudanças climáticas na SAN são reais e constituem um obstáculo ao cumprimento da agenda 2030 em todo o planeta. A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável corresponde a um conjunto de programas, ações e diretrizes que orientarão os trabalhos das Nações Unidas e de seus países membros rumo ao desenvolvimento sustentável nas dimensões: social, econômica e ambiental. (BRASIL, 2022). Diante disso, é urgente a reestruturação do sistema alimentar, do perfil agrícola mundial e uma mudança no perfil alimentar e de consumo da população para o enfrentamento dos efeitos negativos das mudanças climáticas. (ALPINO et al., 2022). No Brasil, apesar da enorme disparidade na distribuição da renda e a marginalização de alguns segmentos sociais, excluídos de uma alimentação adequada, ainda existe uma minoria da população com níveis de renda e de consumo iguais aos das sociedades desenvolvidas. No aspecto da questão alimentar, a renda da população ainda constitui um dos aspectos fundamentais na aquisição dos alimentos. Entretanto, nos últimos anos, as tendências de consumo tem seguido aspectos como preocupação com qualidade de vida implicando maior consciência e atuação com relação à saúde, beleza, bem-estar e longevidade; aumento da média de vida da população e consequentemente maior consumo dos alimentos adequados à terceira idade; avanços da medicina desenvolvendo uma demanda por produtos para alimentação com maior suprimento de frutas verduras e legumes; maior acesso às informações globais pelas classes de renda mais baixa; personalização do consumo, levando à potencialização da exploração econômica de nichos de mercado e exigência pela população de produtos oriundos de sistemas éticos de produção (rejeitam-se a exploração infantil, o mau trato aos animais e a exploração irresponsável dos recursos naturais e da biodiversidade estratégica, dentre outros). (VILELA, MACEDO, 2000). Logo cresce o espaço para o mercado das hortaliças. 15 3.1 A olericultura Para Puiatti, (2019) a olericultura é a arte de produzir hortaliças, etimologicamente, o termo olericultura é derivado do latim, do substantivo olus, oleris (herbáceo), mais o verbo colere (cultivo). Portanto, olericultura seria o “cultivo de plantas herbáceas”. Conceitualmente, olericultura é um termo técnico-científico utilizado na ciência que trata do ensino, pesquisa e cultivo de espécies vegetais essencialmente herbáceas, cujas partes, ou o seu todo, são utilizadas na alimentação humana. Essas espécies herbáceas são as hortaliças, também denominadas nos meios científico e acadêmico de olerícolas ou oleráceas e de vegetables na língua inglesa. Quem cultiva ou produz as olerícolas são os olericultores ou horticultores. No entanto, existem hortaliças consideradas perenes, como é o caso do aspargo (Asparagus officinalis), cujo ciclo cultural pode ultrapassar 12 anos, e outras com ciclo cultural em torno de nove a 10 meses, como é o caso das culturas do taro (Colocasia esculenta), denominado de inhame no centro-sul do Brasil, e da batata-baroa, baroa, mandioquinha-salsa ou mandioquinha (Arracacia xanthorrhiza) A grande maioria das hortaliças requer tratos culturais intensivos durante seu cultivo, porém existem espécies olerícolas cultivadas em grande escala e em áreas extensas, as quais são menos exigentes em tratos culturais durante o cultivo. Além disso, muitos desses tratos podem ser realizados de forma mecânica, como é o caso das culturas da batateira, cenoura, cebola, beterraba e tomate industrial. A produção de alimentos saudáveis é uma necessidade global e a olericultura é um segmento da horticultura que engloba a exploração e produção de legumes, vegetais e hortaliças. Produtos como o chuchu, alface, tomate, cenoura, couve e repolho, além de raízes, tubérculos, caules e frutos variados fazem parte da sua produção. A prática da olericultura tem ganhado credibilidade devido ao sistema de produção sustentável, uma vez que os ciclos biológicos são curtos resultando em mais de um cultivo anualmente. 16 A horticultura engloba tanto a olericultura, como também a silvicultura, floricultura, fruticultura; cultivo de cogumelos (ornamentais e comestíveis); Cultura de plantas medicinais e Jardinocultura. A olericultura está presente no agronegócio, na agricultura familiar, nas hortas comunitárias, nas clinicas, nos condomínios entre outros. 3.2 A demanda hídrica na olericultura O solo precisa manter um nível adequado de umidade. As hortaliças são plantas que precisam de muita água. Não significa que elas apreciem viver em canteiros encharcados, o excesso de água dificulta a respiração, o crescimento das plantas e provoca o aparecimento de doenças. As exigências em água das hortaliças variam com a espécie e com as condições de clima. A irrigação é uma técnica criada para suprir a necessidade de água nos procedimentos agrícolas, permitindo que haja plantações até mesmo em ambientes considerados hostis. Antes de ser criada, os cultivos eram totalmente dependentes da água oferecida pela natureza por meio de chuva e da presença de rios e lagos. A irrigação surgiu a 5 mil anos atrás, nas plantações as margens do Rio Nilo. O Faraó egípcio Ramsés III se preocupou com a distribuição das águas para que elas chegassem até as regiões agrícolas, construindo canais que pudesse redirecioná-las. 3.2.1 Principais tipos sistema de irrigação: A boa irrigação é feita quando ela não molha apenas a superfície, mas também a região que fica ao redor da planta, de modo que a água seja absorvida pelas raízes. Assim, a planta inteira é hidratada e recebe todos nutrientes adequados. Porém, para cada necessidade e forma de plantio, há um tipo de irrigação adequada: Sistema de irrigação localizada (FILGUEIRA, 2008). 17 3.2.2 Sistema de irrigação localizada É uma das técnicas mais utilizadas, principalmente, nas áreas mais secas, onde a água é aplicada nas raízes das plantas, ocupando o seu redor para atingir maior profundidade. São utilizados os sistemas de irrigação por gotejamento ou de micro aspersão, que tem como vantagens o baixo custo de energia e de água, eficiência na aplicação, facilidade de adaptação aos mais variados solos e não se limita as mudanças de vento e declives do solo (FILGUEIRA, 2008). Como desvantagens há o alto custo de implantação do sistema e facilidade de entupimento das mangueiras (FILGUEIRA, 2008). 3.2.3 Sistema de irrigação por aspersão É uma simulação de chuva artificial direcionada, que jorra pequenas gotículas absorvidas pelo solo. Não é viável em solos muito inclinados e é preciso um conhecimento técnico mais aprimorado para sua implantação. Como vantagem, há o baixo custo de mão de obra e eficiência na distribuição de água. A desvantagem é o aumento de doenças causadas pelas folhagens úmidas e alto custo de energia (FILGUEIRA, 2008). 3.2.4 Sistema de irrigação por pivot central É a irrigação feita por meio de uma torre, com uma estrutura suspensa que gira de forma circular para a parte superior da plantação. As torres podem se mover por meio de dispositivos eletrônicos, e é comum aproveitar o sistema para a aplicação também de fertilizantes e inseticidas (FILGUEIRA, 2008). 3.2.5 Sistema de irrigação por fertirrigação A fertirrigação compreende na técnica de aplicar fertilizantes via água de irrigação, difere significativamente da aplicação via solo, em especial por acelerar o ciclo dos nutrientes utilizados. (COELHO, et al 2010). Para Carrijo (2004) A fertirrigação é o processo de aplicação de fertilizantes juntamente com a água de irrigação visando fornecer as quantidades de macro e micronutrientes requeridas pela cultura no http://pensamentoverde.com.br/meio-ambiente/beneficios-irrigacao-gotejamento/ 18 momento adequado para obtenção de altos rendimentos e produtos de qualidade. Por meio da fertirrigação, há possibilidade de um ajuste mais eficiente às diferentes fases fenológicas das culturas redundando em maior eficiência de uso e economia de fertilizantes. Além disso, a fertirrigação permite flexibilidade de mudanças nas relações entre nutrientes; distribuição e localização dos adubos onde ocorre maior densidade de raízes; possibilidade de controle da profundidade de aplicação do adubo, levando a menor perda de nutrientes por lixiviação e menor perda de nitrogênio por volatilização, uma vez que os fertilizantes estão dissolvidos em água; menor compactação do solo devido ao menor trânsito de máquinas; economia de mão de obra e comodidade na aplicação. 3.2.6 Sistema de irrigação por microaspersão Para Conceição (2003) na microaspersão a água é aplicada através do ar por meio de microaspersores, que podem ser fixados ao solo ou ficar suspensos em arames operando de forma inadvertida. A microaspersão é o sistema mais apropriado para hortaliças, pequenas hortas, estufas e jardins, com várias estruturas que se encaixam no tipo de plantio. Possuem desmonte fácil, o que pode ser útil nas mudanças sazonais (FILGUEIRA, 2008). 3.2.7 Sistema de irrigação de Superfície Na irrigação de Superfície a água é conduzida para infiltração pela superfície do solo. Os métodos mais comuns são os que realizam irrigações por sulcos no solo ou inundações. Apresenta baixo custo de energia e manutenção e não recebe influência do vento. Sua desvantagem é o aumento da água parada — que prejudica as plantas — a dependência do declive do solo e a erosão dos sulcos (FILGUEIRA, 2008). 19 3.2.8 Sistema de Irrigação por hidroponia Os historiadores que estudam as origens da agricultura acreditam que sistemas como o hidropônico existem desde a época da Mesopotâmia, e descrevem, por exemplo, o famoso jardim suspenso da Babilônia. Outros cultivos parecidos são descritos também na antiga China e no Império Asteca. Foi em 1940 que o termo Hidroponia foi utilizado pela primeira vez. O Dr. Willian Frederick Gericke, da Universidade da Califórnia, realizou estudos de fisiologia, crescimento e desenvolvimento das plantas cultivadas fora do solo. Ele cultivou frutas, cereais, flores e tubérculos em larga escala e apresentou um trabalho no qual aprimorou a técnica e definiu um nome para esta ciência (FILGUEIRA, 2008). A hidroponia é uma técnica de produção de hortaliças que não utiliza o solo. O cultivo é realizado em estufas, onde o solo é substituído por uma solução nutritiva, que circula em um sistema hidráulico, suprindo as plantas dos nutrientes necessários ao seu desenvolvimento diretamente nas raízes das hortaliças. Pode utilizar um meio para sustentação física, o qual deve ser inerte quimicamente, não é necessário (ZEN et al. 2019). As soluções hidropônicas são compostas, basicamente, de água pura e fertilizantes solúveis, que são os minerais dissolvidos. Assim é possível controlar a quantidade de nutrientes dos quais dependem cada espécie cultivada. Para que essas soluções sejam eficientes devem ser submetidas a condições adequadas de temperatura, oxigenação, pressão osmótica e pH (mede a acidez e basicidade de uma solução). (FILGUEIRA, 2008). Para Zen (2019) as funções de criação e transmissão de conhecimentos, direcionamento de pesquisas e atividades empreendedoras são importantes indutores da ascensão da hidroponia no Brasil, incitando processos de aprendizado, construção de redes de trocas e avanços tecnológicos. A competitividade de mercado da hidropônica também impulsiona seu crescimento, pela eficiência no uso de fatores de produção, alta produtividade, ganhos de qualidade, logística e crescente valorização pelos consumidores. 20 3.2.8.1 Etapas da Hidroponia Uma das formas de cultivo hidropônico é realizada em três fases: germinação, berçário e crescimento final. • Germinação ou Maternidade: A fase inicial de formação de mudas é geralmente feita num local separado e ocupa pouco espaço. As sementes peletizadas são plantadas e germinadas em placas de espuma fenólica. • Berçário: na segunda fase do cultivo hidropônico acontece a replantação da espuma fenólica para os berçários. É nesse momento que o cultivo começa a receber a solução nutritiva. É também na fase de berçário que é feito o controle de qualidade. As plantas que não se desenvolveram bem, não serão transplantadas para a etapa final. • Crescimento: é a última etapa é a de crescimento final, onde as plantas vindas do berçário ficarão até atingirem o ponto de colheita. Cada variedade de hortaliça tem o seu próprio tempo de crescimento, que depende das peculiaridades e necessidades nutricionais de cada planta. Depois da colheita as plantas são higienizadas e preparadas para distribuição no mercado. 3.3 Situação das hortaliças no agronegócio Em conformidade com Puiatti, (2019) os especialistas no cultivo de determinadas espécies de hortaliças dedicam-se ao cultivo de poucas espécies, geralmente de uma a três espécies olerícolas. São agricultores com maiores inovações tecnológicas, visão empresarial em grande escala com emprego de tecnologias mais avançadas, tais como: o cultivo sob pivô central e mecanização em diversas etapas do cultivo. Isso lhes permite cultivar áreas mais extensas, podendo chegar a 400 ha/ano, ou mais, apenas com uma hortaliça. Devido ao elevado volume, comparado à exploração diversificada, os produtos obtidos são comercializados no atacado (grande escala) nas centrais de abastecimento (Ceasas e Ceagesp). Por serem grandes áreas de cultivo, são localizadas mais distantes dos centros de comercialização. Por isso, preferencialmente são exploradas aquelas menos perecíveis que toleram transporte por distâncias maiores, que são as hortaliças tuberosas e algumas hortaliças fruto. Exemplo de exploração especializada são os cultivos com tomate de mesa, batata, 21 alho, cebola e cenoura no Alto Paranaíba, MG, no oeste paulista, no Cerrado goiano e na Chapada Diamantina, na Bahia. Segundo Vilela e Macedo (2000) existe um ânimo que procura responder a vários desafios de competitividade no estado atual da indústria agrícola. Sendo o agronegócio que integra processos estratégicos abrangentes, tem o interesse de maximizar os lucros. Nos últimos anos, a indústria agrícola global vem passando por uma reestruturação em larga escala, principalmente devido aos avanços na tecnologia agrícola. O Poder das Crenças Sociais em Diferentes Áreas do Conhecimento Ao influenciar o comportamento do consumidor, a comunicação pode levar a subsequentes mudanças de hábitos e preferências para consumir mais de um determinado produto. campanha identificar riscos à saúde decorrentes de produtos específicos. Tem o poder de influenciar economicamente toda a cadeia produtiva em seu entorno. Por outro lado, informações sobre valores de pesquisas universitárias são com a função nutricional das hortaliças na longevidade humana e a capacidade de certas hortaliças de prevenir doenças intratáveis elevou esses alimentos como um dos mais importantes grupos de alimentos saudáveis, resultando na publicidade altamente aguerrida, que se espalhou por todo o mundo. sua cadeia produtiva. As tendências do mercado globalizado fornecem perspectiva condições favoráveis para hortaliças e sua uniformidade são necessárias, os produtos estão se tornando cada vez mais essenciais, conhecer o lucro consumidores para inovação neste espaço (atores ativos no sistema) O mercado de hortifrutigranjeiros é dividido em diversos segmentos, com foco em hortaliças não tradicionais, minimamente processados, ultracongelados, congelados, enlatados e orgânicos. Com o objetivo de valorizar os produtos através da qualidade superior, diferenciação e utilização de embalagens atrativas, esta atividade hortícola torna-se cada vez mais vigorosa e rentável. Para Vilela e Macedo (2000), no ambiente globalizado, os mercados exigem reconversão sucessiva dos sistemas produtivos, incluindo maior especialização de mão-de-obra, ajustamento das atividades de pesquisa e do setor de produção de insumos. As atividades produtivas, necessariamente têm que assegurar níveis ótimos 22 de eficiência, associados aos constantes ganhos de competitividade em qualidade, diferenciação, preços e custos. Sabemos que a lógica do agronegócio não busca como prioridade os pontos presentes em agendas sociais, éticas e políticas, embora o mercado consumidor torne-se seletivo e exigente em variáveis, geralmente, ausentes em funções microeconômicas de produção. Os fatores e/ou as atividades que apresentarem baixa eficiência, são automaticamente recusados do sistema. Como também são excluídos aqueles produtos enquadrados em certa forma de decadência. No âmbito da complexa aparelhagem gerencial, o processo de seletividade para exclusão fica por conta dos mercados, que agora, já não buscam maiores quantidades disponíveis, mas sim a maximização de lucro, por meio de agregação de valor ao produto, via ótima qualidade e diferenciação. Observa-se que desde a indústria de insumos primários, até a rede de distribuição, a cadeia produtiva de hortaliças vem se acordando de forma dinâmica ao novo contexto de geração de tecnologias de produção, de colheita, de embalagens, de pós-colheita (manuseio, transporte e conservação de produtos), com vistas ao atendimento adequado das novas exigências do mercado. O objetivo é promover a substituição de importações, por meio da busca de maior competitividade relativa aos produtos estrangeiros. Para atender aos interesses dos consumidores por novidades na área alimentar, o mercado de hortaliças vem se segmentando em diversos ramos, com destaque para as não tradicionais, minimamente processadas, supergeladas, congeladas, conservas e orgânicas. De acordo com Vilela e Henz (2000) os dados levantados do agronegócio as hortaliças oferecem amplas perspectivas para todos os segmentos envolvidos, e as mudanças observadas no mercado apontam para melhoria da eficiência, associada a ganho de competitividade, em qualidade, diferenciação, preços e custos. 23 3.3.1 Situação das hortaliças na indústria Tanto na exploração industrial quanto na especializada, é banal o arrendamento de terra (agricultura itinerante ou nômade). Isso ocorre especialmente quando o produtor trabalha apenas com uma espécie olerícola muito suscetível ao ataque de fitopatógenos, como é o caso da batateira e do tomateiro, e não tem área disponível e prazo suficientes para promover a rotação de culturas nas áreas cultivadas. Dessa forma, o foco de fitopatógenos, especialmente de solos, torna novos cultivos inviáveis, forçando o agricultor a procurar novas áreas para cultivar Esse tipo de exploração itinerante pode causar impacto socioeconômico e ambiental na região onde atua. Os impactos socioeconômicos podem ser temporários, quando ocorre a emigração para novas áreas; todavia, os impactos negativos ao ambiente podem ser mais duradouros em razão do desgaste e contaminação do solo e da água com microrganismos e produtos químicos utilizados nos cultivos pela exploração intensiva de apenas uma espécie olerícola. Para tentar minimizar esses problemas, atualmente tem-se procurado estabelecer vazio sanitário para cultivos, como o do tomate indústria, de forma a tentar manter a população de insetos pragas da cultura em nível que possa causar o mínimo de dano à cultura. Segundo Puiatti (2019), essa prática é importante, pois, na década de 1980, o cultivo do tomate indústria nos estados do Nordeste, principalmente de Pernambuco, tornou- se inviável, em razão das plantações praticamente serem dizimadas pelo ataque da traça do tomateiro, pelo cultivo ininterrupto com a cultura. 24 3.3.2 Situação das hortaliças na agricultura familiar Segundo Puiatti (2019) na exploração diversificada na agricultura familiar, há cultivo de grande número de espécies olerícolas em área relativamente pequena, normalmente menor que 10 hectares. E em geral, utilização de mão de obra familiar, ocorre próximo aos grandes centros consumidores, nos chamados cinturões verdes. Devido à localização próxima ao consumidor final, há preferência pelo cultivo de hortaliças herbáceas, ou seja, folhas, hastes e inflorescências, que são mais perecíveis. Exemplo típico é a região de Mogi das Cruzes, em São Paulo. Os cinturões verdes, com o passar dos anos, tendem a se deslocar para regiões mais distantes dos centros consumidores, em um processo de interiorização. Além da escassez de água de qualidade aceitável e em quantidades necessárias para o cultivo de hortaliças, esse deslocamento é acelerado pela pressão financeira exercida pela especulação imobiliária. Infelizmente, são áreas de solo fértil, propícias ao cultivo de alimentos, em especial as hortaliças, que se dão lugar condomínios com residências elegantes. A comercialização dessas hortaliças normalmente é realizada com varejistas em áreas destinadas aos produtores rurais (MLP) nas Ceasas ou Ceagesp. Também pode haver a venda direta aos consumidores em feiras livres e/ou entrega em residências (delivery). 3.3.3 Situação das hortas domésticas (comunitária, escolar e clínica). A nível nacional existem várias iniciativas para criação de hortas comunitárias, clínicas e domésticas, com a orientação de pessoas com boa vontade, especialistas “in loco” ou na confecção de vídeos e cartilhas informativas. As hortas comunitárias são estabelecidas em parceria da comunidade com as prefeituras e/ou empresas privadas, aproveitando áreas urbanas ociosas, terrenos baldios privados ou públicos. A comunidade se une, inicialmente com apoio do poder público, fornecendo alguns insumos agrícolas (sementes, adubos e ferramentas) e orientação técnica. Estabelece uma escala em que, voluntariamente, pessoas da comunidade doam algumas horas de trabalho durante a semana para cuidar das culturas. 25 Segundo Puiatti (2019) essa categoria é bem parecida com à exploração diversificada. São áreas pequenas, menores que da exploração diversificada, mas o número de espécies pode até ser maior. Entretanto, o cultivo é artesanal e em pequena escala para cada hortaliça. A principal diferença entre a exploração de hortas da diversificada é quanto aos interesses da atividade: na diversificada, visa à venda da produção, na exploração de hortas, a produção se destina à alimentação da família e/ou da comunidade; ou, mesmo, as hortaliças sendo utilizadas como ferramenta lúdica na educação ou na terapia de pacientes. Assim, nas escolas, a atividade em hortas pode ser utilizada como atividade lúdica (uso educativo ou recreativo) no processo ensino- aprendizagem; já nas clínicas de repouso, como terapia ou lazer. Exemplos são as hortas em escolas, presídios, hospitais psiquiátricos, SPA, hotel fazenda e as hortas comunitárias que, atualmente, deram origem à denominação de “agricultura urbana” 3.3.3.1 Exemplo de parceria no estado da Paraíba O Programa PINAB é vinculado ao Departamento de Promoção da Saúde e ao Departamento de Nutrição da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Atua há 10 anos com as comunidades de Jardim Itabaiana, Boa Esperança, Pedra Branca, no bairro do Cristo Redentor, em João Pessoa, com ações desenvolvidas em parceria com equipamentos sociais, como a Associações de Moradores, a Unidades de Saúde da Família Vila Saúde, e a Escola Municipal Augusto dos Anjos, atuando através dos grupos operativos: Fórum Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional, Horta Comunitária na USF e Práticas Integrativas em Saúde. Além disso, os extensionistas realizam visitas domiciliares e participam ativamente da construção coletiva das ações do projeto. O Projeto se caracteriza como extensão universitária popular, por traduzir-se num trabalho social útil, desenvolvido com a intencionalidade de articular ações de pesquisa e ensino a partir dos problemas e da realidade percebidos na extensão, buscando atuar junto com a população em seus esforços para a superação das desigualdades sociais, rumo à emancipação social. O PINAB constrói suas ações através de princípios da Política Nacional de Educação Popular em Saúde (PNEPS) como: diálogo, amorosidade, problematização, 26 construção compartilhada do conhecimento, emancipação e compromisso com a construção do projeto democrático e popular. Configurando-se em uma oportunidade para aprimoramento das contribuições universitárias à consolidação de políticas públicas inclusivas e democráticas, que facilitem o acesso e a participação das classes populares em programas que visem à realização dos direitos sociais, como Bolsa Família, Programa Saúde na Escola e Programa Saúde da Família. 3.3.3.2 Exemplo de parceria no estado no estado de Pernambuco: O Programa Horta em Todo Canto teve como objetivo promover entre as instituições do Governo do Estado a importância e a consciência do consumo e cultivo de alimentos saudáveis. O êxito de sua operacionalização servirá como observatório para que as pessoas possam adotar atitudes semelhantes em espaços diversos. O programa Horta em Todo Canto é coordenado pela Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional de Pernambuco (CAISAN-PE). A iniciativa promoveu, a época, o cultivo de alimentos sem a utilização de agrotóxicos em equipamentos da administração estadual. Segundo Câmara (2016) O programa tem o interesse que cada usuário do serviço público, envolvido, jardineiro, professor, estudante e reeducando possa multiplicar essa ação para vida presente e para as gerações futuras, fazendo parte das políticas públicas e da vida familiar de todos os pernambucanos. Participaram do Programa a Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE, o Instituto Agronômico de Pernambuco – IPA. 27 4. METODOLOGIA Na horta da Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE, durante o período letivo de 2022.1, na componente curricular de Olericultura I do curso de Agronomia foi realizado o acompanhamento diário do desenvolvimento de hortaliças desde o plantio da semente até a destinação das hortaliças produzidas, levando em consideração o tibo de irrigação e adubação utilizas. 4.1 Área de Estudo O aprendizado do Cultivo de Hortaliças na horta da Universidade Federal Rural de Pernambuco Rua Dom Manuel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos - CEP: 52171-900 - Recife/PE. Figura 1: Canteiro e Estufa da Horta da UFRPE Fonte: Autora (2023) 28 4.2 Atividades desenvolvidas e orientações para implantação de uma horta: Na observação do funcionamento da Horta da Universidade Federal Rural de Pernambuco foram desenvolvidas as seguintes atividades: 4.2.1 Escolha das espécies das sementes olerícolas Cada espécie apresenta cultivares que tem certos atributos próprios como forma, tamanho, cor, precocidade, resistência a determinadas doenças ou pragas e condições de clima. A escolha da cultivar é notadamente importante para os casos do alho, alface, couve- flor, cenoura, cebola e repolho por serem exigentes em temperatura. O pimentão e a tomate são muito suscetíveis a pragas e doenças. No comércio são encontrados muitos nomes de cultivares de cada espécie. Essas cultivares são desenvolvidas dos Centros de Pesquisa ou mesmo pelo trabalho de certos agricultores melhoristas. No estudo em questão utilizamos as sementes Isla e a Feltrin: Figura 2: Variedades de sementes de Hortaliças ISLA Figura 3: Variedades de sementes de Hortaliças Feltrin Fonte: https://ruraldireto.com.br/wp- content/uploads/2020/07/novos- envelopes-super.jpg Fonte:https://http2.mlstatic.com/D_NQ_NP_2X_95 1201-MLB46926408579_072021-F.jpg https://ruraldireto.com.br/wp-content/uploads/2020/07/novos-envelopes-super.jpg https://ruraldireto.com.br/wp-content/uploads/2020/07/novos-envelopes-super.jpg https://ruraldireto.com.br/wp-content/uploads/2020/07/novos-envelopes-super.jpg 29 4.2.2 Semeio em bandejas Na UFRPE utilizamos o substrato de pó de coco, e bandejas de polietileno, com 128 células e 162 dispomos duas sementes por célula para desbaste e repicagem em células onde houve falhas de germinação, operação que foi realizada logo que as folhas cotiledonares estavam abertas; assim, não se compromete a muda remanescente quando se efetua o desbaste para repicagem. Figura 4: Bandeja com 162 células, sendo 9 por 19 Fonte: Oliveira (2023) Segundo Filgueira (2008) a produção de mudas em bandeja vem sendo preferida por olericultores e tende a substituir os demais, devido as suas vantagens. 30 As mudas de hortaliças em bandejas trazem ótimos resultados para o replantio. Figura 5: Mudas de Alface em bandejas Fonte:https://i0.wp.com/files.agro20.com.br/uploads/2020/09/Olericultura- 4.jpg?w=1024&ssl=1 Acesso: 05.05.2023 4.2.3 Ferramentas necessárias Os trabalhos em pequenas hortas são mais facilmente realizados com as seguintes ferramentas e utensílios: Enxada, enxadão, rastelo, Mangueira, Barbante, regador, colher de transplante, estacas de madeira entre outros. Figura 6: Deposito de ferramentas UFRPE Fonte: Autora (2023) https://i0.wp.com/files.agro20.com.br/uploads/2020/09/Olericultura-4.jpg?w=1024&ssl=1 https://i0.wp.com/files.agro20.com.br/uploads/2020/09/Olericultura-4.jpg?w=1024&ssl=1 31 4.2.4 Local para instalação da horta A escolha do local para instalar a horta é depende da disponibilidade do terreno. No entanto, para se ter sucesso, como produtor orgânico, deve-se obedecer aos seguintes requisitos: • Local ensolarado – as hortaliças são plantas de crescimento rápido, mas precisam da luz do sol para crescerem sadias. No entanto, não se deve provocar desmatamento para não quebrar o desequilíbrio local e conservar os recursos naturais. • Local próximo à água – a água deve ser abundante e de boa qualidade, limpa para que se possa comer cruas as hortaliças ricas em vitaminas A e C. É importante conservar ou recuperar os riachos e nascente mediante a manutenção e/ou recomposição da vegetação. • Terreno bem drenado – as raízes das plantas respiram. Em terrenos alagados a quantidade de ar no solo é insuficiente para a respiração das raízes. • Protegido de ventos frios e fortes – além de estragar folhas e frutos, aumentam o consumo de água. • Solo adequado – deve-se preferir terras de consistência média (areno- argilosa), boa drenagem, acidez fraca e boa fertilidade natural. 4.2.5 Coleta de amostras de solo A correta reposição de nutrientes é obtida fazendo-se a análise de solo, o que garante a nutrição adequada da planta e evita o desperdício de dinheiro com adubos. Para fazer uma análise de solo é necessário saber fazer a coleta do solo, pois esta deve representar bem a amostras do solo de várias partes do local do plantio. 32 4.2.6 Preparo do terreno O manejo do solo abrange práticas simples e fundamentais ao bom desenvolvimento das culturas. Diferentes estratégias ou técnicas são utilizadas em conjunto para atingir altas produtividades sem, no entanto, comprometer a sustentabilidade do solo. Na agricultura orgânica quanto menos revolver o solo melhor será para a produção. Deve-se também manter a sua cobertura pelo maior espaço de tempo possível, evitando-se deixar o solo exposto ao sol e a chuva. As operações fundamentais para o preparo do terreno são: • Marcação das curvas de nível: deve ser de acordo com a declividade do terreno. Usa-se o equipamento chamado “pé de galinha”. • Limpar a área: roçar e/ou capinar o mato e distribuí-lo nos aceiros, acompanhando as curvas de nível, onde ficarão até decomposição, para posterior incorporação. • Cercar o terreno: para evitar a entrada de animais domésticos. As cercas podem ser feitas com varas, estacas e tela, cercas vivas feitas com plantas de preferência que tenham flores amarelas, como flor de mel, papoulas, feijão guandu e crotalária. As cercas também servem para proteger a horta de ventos frios e fortes. • Matar as formigas: usar iscas orgânicas ou plantas formicidas como gergelim, agave e feijão de porco. • Drenagem: o sistema de drenagem é feito abrindo-se valas em declive, a espaços de acordo com as características do terreno. Normalmente, abre-se uma vala maior, central, no sentido da corrente da água, para a qual convergem outras valas menores. • Revolvimento da terra: revolver a terra o mínimo possível, usando uma grade leve ou a enxada, se a área for pequena. 33 • Não se deve fazer queima dos restos vegetais. A queima empobrece o solo, porque reduz a quantidade de matéria orgânica, reduz os microrganismos e deixa o terreno sem proteção quanto a erosão e as altas temperaturas 4.2.7 Práticas de conservação do solo: • Curvas de nível: Para áreas com até 3% de declividade. • Renques de vegetação permanente: Para áreas entre 3-5% de declividade. Plantar de preferência capim, em curva de nível com largura de 15-20 metros. • Cordões em contorno: Para áreas 6-20% de declividade. Consiste em um canal e um camalhão construídos em curva de nível e distanciados de acordo com a declividade do terreno. • Calagem: Caso os resultados da análise do solo indique a necessidade de se aplicar calcário, esta prática deve ser realizada 45-60 dias antes do plantio. O calcário deve ser distribuído uniformemente no terreno e em seguida incorporado ao solo usando enxada ou uma grade leve. 34 4.2.8 Preparo de canteiros Na UFRPE dispomos de 62 canteiros de 1m de largura por 10m de comprimento, capinamos e gradeamos os canteiros, fizemos as divisões para o plantio. Figura 7: Riscado do canteiro Fonte: Melo (2023) • No caso de necessitar um preparar canteiros para uma horta: Fazer a marcação dos canteiros com estacas de madeira, fincadas nos quatro cantos, e barbante esticado entre as estacas. Os canteiros devem ter comprimento variando 35 de 6 a 10m, largura de 1,0m a 1,2m, estarem separados entre si por caminhos de 40cm e afastados de 1,0m da cerca. Após a marcação fazer o revolvimento da terra dos canteiros até a profundidade de 15 a 20cm, quebrando os torrões e fazendo o acabamento (batimento das paredes do canteiro) com a terra do próprio canteiro. 4.2.9 Adubação dos canteiros A fertirrigação, técnica de aplicar fertilizantes via água de irrigação, difere significativamente da aplicação via solo, em especial por acelerar o ciclo dos nutrientes utilizados. (COELHO,et al 2010). A adubação dos canteiros deve ser feita com composto orgânico, usando-se 10 a 15 litro por metro quadrado de canteiro, após o revolvimento do canteiro, misturando-o com a terra. É conveniente que a adubação orgânica seja realizada aos 25 – 30 dias antes do plantio. Havendo necessidade de utilizar outras fontes de nutrientes, deve- se usar produtos naturais como por exemplo fosfatos naturais, cinzas, fertilizante Bokashi, etc. Figura 8: Mudas de Alface em canteiros da UFRPE. Fonte: Acesso: 05.05.2023 36 4.2.10 Sementeiras em Estufas Algumas hortaliças, como alface, pimentão, repolho e tomate, têm as sementes muito pequenas e necessitam de lugar separado com boas condições para germinar e formar as mudas. Esse lugar é chamado sementeira. A sementeira pode ser feita em: canteiros, bandejas para mudas, caixas ou copinhos de jornal e copinhos descartáveis. Na UFRPE fizemos a sementeiras em estufas, utilizando bandejas de 162 células, mas em geral a sementeira de uma horta doméstica geralmente é feita em canteiros. Após destorroar, adubar e nivelar os canteiros, proceder com a distribuição rala e uniforme das sementes em sulcos distanciados 10cm um do outro e com profundidade de 1 a 2cm. A cobertura das sementes é feitas com composto. As irrigações devem ser diárias, de manhã cedo e no final da tarde, com regador de crivo fino para que as gotas d’água não enterrem as sementes. Os canteiros devem ser cobertos para proteger do sol forte, com folha de palmeira, capim picado ou saco de aniagem. A cobertura deve ser retirada assim que as sementes começarem a germinar. Arrancar todas as ervas que nascem enquanto as mudas estiverem pequenas. Na sementeira, as mudinhas ficarão até serem mudadas para covas nos locais definitivos. Na UFRPE utilizamos a hidroponia até o desenvolvimento da muda, e para sustentação física colocamos pó de coco como meio inerte quimicamente para sustentação física, em bandejas com as sementes. Permanecendo na estufa até o desenvolvimento apropriado para o transplante. Também utilizamos copos descartáveis. Na UFRPE também temos experimentos de hidroponia para cultivos de mudas de hortaliças, em bancadas de cimento no qual as bandejas ou copos descartáveis ficam em cima, com as sementes em meio inerte e recebem solução nutritiva, com macro e micro nutrientes necessários ao desenvolvimento das plantas, na parte superior da bancada de cimento, pela abertura localizada em baixo dos copos e das bandejas, a 37 solução circula dentro do encanamento adaptado impulsionado por bomba indutora, que utiliza a energia elétrica. Figura 9: Sistema Hidropônico para o cultivo de mudas de hortaliças na UFRPE Fonte: Autora (2023) 38 Toda a estrutura hidropônica da UFRPE fica dentro de uma estufa. Figura 10: Estufa com experimentos Hidropônicos Fonte: Autora (2023) 4.2.11 Preparo da substância nutritiva para fertirrigação Em caso de necessidade, deve ser feita uma adubação foliar após o desbaste, pulverizando-se as mudas com uma solução de adubo foliar com uma formulação de macro + micronutrientes, na dose de 3 a 5 gramas por litro de água, ou seja, a 0,3 a 0,5 %. Todavia, deve-se evitar o excesso de nitrogênio para não favorecer a proliferação de doenças fúngicas nos tecidos foliares. 39 Figura 11: Sementeira em estufa Fonte: Melo (2023) 4.2.12 Cuidados com a horta Para que as hortaliças tenham um bom desenvolvimento e cresçam sadias, são necessários os seguintes cuidados: • Manejo das ervas invasoras Na agricultura orgânica, as ervas invasoras não devem ser erradicadas totalmente, mas manejadas no possível. A sua presença no terreno é importante porque aumentam a biodiversidade (desenvolvimento e manutenção dos inimigos naturais, proteção e dispersão do ataque de pragas sobre a cultura), cobertura e estruturação do solo, além de reduzir a erosão. O manejo das ervas invasoras deve ser feito com capina manual ou mecânica, roçadas, cobertura morta ou viva. As plantas nativas cortadas também podem ser 40 aproveitadas na produção de compostos orgânicos e na produção de biofertilizantes foliares. Deve-se inicialmente verificar a qualidade da água, pois pode ser portadora de contaminantes químicos ou biológicos. As nascentes e matas devem ser protegidas porque garantem a água no solo. Geralmente, deve-se fazer uma ou duas irrigações por dia, dependendo, também da idade das plantas. Nas hortas familiares ou escolares as regas podem ser feitas com regador de crivo fino, com mangueira de plástico ou com aspersores ligados ao encanamento. O sistema de irrigação por gotejamento é favorável devido a sua grande eficiência na economia de água e de mão de obra, como também para redução de doenças em algumas hortaliças, como tomate e pimentão, pois evita molhar a folhagem. Na horta da UFRPE o tomateiro melhorado utilizada esse sistema de irrigação. • Cobertura morta Alguns recursos podem ser usados para economizar água, tais como: regas controladas, afofamento da terra e cobertura morta, que é uma das principais recomendações da agricultura e consiste em se cobrir as covas ou canteiros com palha, capim. Além de economizar água a cobertura morta também abafa o mato dispensando as capinas, esterca o terreno e permite a colheita de hortaliças mais limpas. Pode-se usar a cobertura morta para qualquer hortaliça. • Desbaste ou raleamento Compreende em arrancar o excesso de plantas, deixando-se as mais vigorosas, para que cresçam sem a concorrência das outras. Cada espécie tem um momento apropriado para se fazer o desbaste ou raleamento. 41 • Desbrota É a retirada dos brotos laterais, deixando-se apenas o broto guia ou broto principal. É uma pratica muito utilizada no tomateiro tutorado para que produza frutos maiores e sadios. Um tipo especial de desbrota é a capação, que é a eliminação do broto-guia ou principal. É usado no tomateiro, abobrinha, melão e outras para impedir o crescimento demasiado da planta. • Estaqueamento Estaquear é a ação de fixar algo com a ajuda de estacas, peças de madeira cravadas no solo. É usado em algumas hortaliças como tomate, feijão-vagem, pepino, pimentão, berinjela e outras, para evitar o contato da planta com a terra ou para proteger contra os ventos e excesso de produção. • Amarração Compreende em amarrar as plantas nas estacas para sua melhor fixação. Usa-se embira de bananeira, tiras ou barbantes. • Adubação em cobertura A adubação em cobertura é feita distribuindo-se os adubos sobre os canteiros, ao lado das linhas das plantas ou ao lado das covas, antes das irrigações. Os mais utilizados são as tortas oleaginosas e os biofertilizantes. Existem também adubos foliares orgânicos que são dissolvidos em água e aplicados nas folhas das plantas • Amontoa Compreende em chegar terra no pé das plantas para melhor proteção e desenvolvimento dos tubérculos e raízes. É usada em batatinha, cenoura, tomate, entre outros. 42 • Controle de Pragas e doenças Pragas são os insetos e ácaros que atacam as folhas, hastes, raízes e frutos, sugando a seiva ou comendo parte delas. Se não forem controlados prejudicam o crescimento das plantas e a qualidade dos produtos a serem colhidos. As principais pragas das hortaliças são lagarta rosca, lesmas, caracol, tatuzinho, lagarta das folhas, pulgões, ácaros, vaquinhas, tripes e minadores de folhas e hastes. As principais doenças em hortaliças são causadas por fungos, bactérias, vírus e nematoides. O controle das pragas em hortas orgânicas é feito por meio de catação manual, iscas, caldas orgânicas ou plantas repelentes ou atraentes. As doenças em hortaliças causadas por fungos são controladas com caldas orgânicas. E as causadas por vírus ou bactérias o controle é preventivo utilizando – se sementes selecionadas e resistentes, rotação de cultura e irradicação (arranquio) das plantas. • Rotação de cultura O plantio consecutivo de hortaliças de uma mesma família numa mesma área, causa a diminuição da produção e mais ataque de pragas e doenças, por isso deve-se fazer a rotação de culturas, plantando espécie de família diferente daquela que ocupou o terreno anteriormente. Uma boa sequência a ser utilizada é: folha, raiz, flor, fruto (exemplo: alface, cenoura, brócolis, berinjela). 4.2.13 O transplante das mudas O transplante de mudas para o local definitivo de plantio deve ocorrer quando elas tiverem de 4 a 6 folhas definitivas ou 10 a 15 cm, o que corresponde a aproximadamente 40 dias após a germinação. Ao serem transplantadas, as mudas devem ser colocadas na mesma profundidade em que estão nas células, nunca se enterrando as mesmas. 43 Figura 12: O transplante das Mudas de cebolinha para o canteiro Fonte: Melo 2023 44 4.2.14 A Colheita e destinação final das hortaliças cultivadas na UFRPE A UFRPE dispõe de 8 funcionários e 4 contratados que cuidam da horta e usufruem de seus frutos na época correta de colheita de cada espécie. A exemplo do bredo que foi colhido por funcionários e até alguns estagiários e alunos no período da pascoa de 2023. E atualmente já está pronto para uma nova colheita, como demostra a figura abaixo. Figura13: Canteiro de bredo no ponto para nova colheita Fonte: Autora (2023) 45 5. TIPOS DE PLANTIO DE ACORDO COM A ESPÉCIE DE HORTALIÇA 5.1 Plantio de mudas em canteiros: alface e couve Em geral o transplante das mudas da sementeira para o canteiro definitivo é feito quando essas estão com 4 a 6 folhas definitivas. Os canteiros devem estar adubados, sem ervas e nivelados para o plantio. Faça as covas nas distâncias recomendadas e na profundidade exigida pelas raízes. O transplante de preferência, deve ser feito à tardinha ou em dias nublados e frescos, molhando-se bem as mudas antes de arrancá-las com uma colher de transplante nunca puxando-a pelas folhas. Enterre as mudas até a profundidade que se encontravam na sementeira, em seguida molhe bem e todos os dias. 5.2 Plantio de mudas em covas: pimentão, repolho, tomate e berinjela Algumas hortaliças têm mudas fortes e resistentes, podendo ser transplantadas da sementeira para covas. Nesse caso prepare as covas nas distâncias e profundidade recomendadas. Misture bem com a terra da cova 3 a 4 litros de composto orgânico; molhe a cova, sem encharcar e proceda com o transplante seguindo os cuidados descritos no item anterior. 5.3 Plantio de semeadura direta em canteiros: cenoura, beterraba e rabanete Em canteiro preparado, adubado organicamente, faça uma rega sem encharcá-lo e abra sulcos de 2 a 3cm de profundidade e nas distâncias recomendadas. Distribua as sementes nos sulcos, cobrindo-as imediatamente com composto orgânico, molhe bem todos os dias. 5.4 Plantio de semeadura direta em covas: feijão-vagem, quiabo, abobrinha e pepino Em covas preparadas como descrito anteriormente, adubadas organicamente, e no espaçamento recomendado para a cultura, faça uma coveta de aproximadamente 5cm de profundidade e coloque nela 1 a 2 sementes, cubra com pouca terra e molhe diariamente. 46 6. PRINCIPAIS CULTIVARES PRODUZIDAS NA HORTA DA UFRPE Os principais cultivares escolhidos entre os que foram produzidos na UFRPE: Alface, Almeirão, Cebolinha, Chicória, Coentro, Couve, Beterraba, Mostarda, Pimentão e Quiabo. Sendo evidenciadas as Propriedades do solo e sugestões de adubação, como também: principais indicações sobre o sistema de cultivo; adubação orgânica; principais pragas; principais doenças, medidas gerais no manejo de pragas e doenças entre outras informações em conformidade com O Manual Técnico: Cultivo de Hortaliças 2015 que é uma publicação da Associação Brasileira do Comércio de Sementes e Mudas - ABCSEM. 6.1 Alface Nome comum: Alface crespa, Alface americana (ou “iceberg”), Alface lisa (ou manteiga), Alface romana (ou balão), Alface mimosa (ou “salad bowl”), Alface roxa, mini alface, etc. Nome científico: Lactuca sativa L. Família: Asteraceae (Antiga Compositae). Ciclo: 50 a 80 dias (americana tem maior ciclo) - Produtividade: 2.000 a 4.000 engradados/há Tabela 1.1 Propriedades do solo e sugestões de adubação: Tabela 1.2 Principais indicações sobre o sistema de cultivo: * O primeiro espaçamento (1ª linha) é entre linhas e o segundo (3ª linha) é entre plantas na linha. Pode variar - Fonte: Adaptado do Manual Técnico para cultivo de Hortaliças ABCSEM (2015). 47 Adubação orgânica: Compreende em aplicar de 20 a 60 t/ha de esterco bovino bem curtido ou composto orgânico, sendo a maior dose para solos arenosos. Pode-se utilizar também 1/4 dessas quantidades se for esterco de galinha. Todos devem ser bem incorporados ao solo, entre 10 e 20 dias antes da semeadura ou do plantio. Em solos degradados e com baixa atividade microbiana, aplicar 50 a 200g por m2 do composto bokashi. Adubação mineral de plantio: aplicar também, em solos deficientes, 1,0 a 1,5 kg/ha de boro (B) e 1 a 3 kg/ha de zinco (Zn), juntamente com os formulados. Adubação de cobertura: parcelar em até 3 aplicações. Observações: 1) Doses excessivas de N predispõem a alface à maior incidência de doenças e ao acúmulo indesejável de nitrato e nitrito nas folhas. No verão, o excesso de N poderá acarretar a queima da borda das folhas. Recomenda-se, se necessário, aplicação de cálcio foliar para reduzir a queima dos bordos (“tip burn”). Informações Relevantes: O clima: expressa maior potencial quando cultivada em clima ameno (15- 20ºC). Temperaturas elevadas e dias longos favorecem o florescimento (indesejável). Solo: evitar solos encharcados que acumulam muita água. Espaçamento: alface tipo americana deve ser plantada com os maiores espaçamentos. Atualmente, existem cultivares de mini alface que podem ser plantadas com menores espaçamentos (15- 20 x 15- 20cm). termodormência e peletização: se a temperatura do solo/ substrato for superior a 28ºC, as sementes podem ter dificuldade para germinar, resultando em bandejas com muitas falhas e desuniformes. Sementes peletizadas com “priming” (tipo de “pré germinação”) são mais tolerantes a este distúrbio. Sementes peletizadas facilitam a semeadura, porém tem prazo de validade menor (verificar embalagem). Cultivares: a escolha da cultivar é de fundamental importância. Para cada época existe um grupo de cultivares adaptadas, de acordo com o clima e as doenças principais. solarização do solo: pode ser ótima alternativa no manejo de plantas daninhas e patógenos de solo. Podem ser utilizados “mulching” plástico e túneis baixos, sendo estas últimas opções para cultivo protegido. Cultivos hidropônicos: a escolha da solução nutritiva depende da cultivar, da época do ano, do estágio da planta e recomenda-se a consulta a um engenheiro agrônomo especializado na área para se iniciar o cultivo neste sistema. 48 Principais doenças: Fúngicas: Tombamento: Rhizoctonia solani, Phytium spp.; Míldio: Bremia lactucae; Septoriose: Septoria lactucae; Podridão de esclerotínia: Sclerotinia scleotiorum ou S. minor; Murcha de esclerócio: Sclerotium rolfsii; Queima das saias: Rhizoctonia solani; Murchadeira: Thielaviopsis basicola; Mancha de cercóspora. Bacterianas: Mancha cerosa: Pseudomonas cichorii; Podridão mole: Pectobacterium carotovora; Mancha bacteriana: Xanthomonas campestris pv. vitians. nemAtoIDes: Meloidogyne spp. VIroses: Vírus do Mosaico da alface = Lettuce mosaic vírus (LMV); Vira-Cabeça: várias espécies do gênero Tospovirus; Engrossamento das nervuras “Big-vein”: Lettuce big-vein associated vírus (LBVaV); Mirafiori lettuce big-vein virus (MLBVV); Mosqueado = Lettuce mottle vírus (LeMoV). Principais pragas: Pulgões: Mosca branca: Bemisia tabaci; Tripes; Larva alfinete: Diabrotica speciosa; Grilos/Paquinhas; Moluscos: Bradybaena similaris e Vaginulus spp.; Lagarta rosca: Agrotis ipsilon. Manejo de pragas e doenças: Utilizar sementes e mudas de boa qualidade. Escolha da cultivar correta, adaptada a época e resistente às principais doenças. Plantar em solos bem drenados e adotar canteiros altos quando o cultivo for conduzido em períodos chuvosos, para evitar encharcamento na base das plantas. Plantar em espaçamentos adequados para permitir melhor ventilação entre as plantas. Fazer rotação de culturas com espécies não pertencentes à família Asteraceae. Não repetir o plantio em locais onde já tenham ocorrido doenças de solo. Controlar a irrigação, evitando o excesso de água no solo. Realizar adubação equilibrada, evitando excesso de nitrogênio. Eliminar os restos culturais. Eliminar plantas voluntárias e invasoras da mesma família da alface, como a serralha e falsa serralha. Evitar plantios próximos a lavouras velhas e abandonadas. Solarização do solo. 49 6.2 Almeirão Nome comum: Almeirão Nome científico: Cichorium intybus Família: Asteraceae (Antiga Compositae) Ciclo: 60 a 80 dias Produtividade: 7.000 a 9.000 maços/ha Tabela 2.1 Propriedades do solo e sugestões de adubação: Tabela 2.2 Principais indicações sobre o sistema de cultivo: Fonte: Adaptado do Manual Técnico para cultivo de Hortaliças ABCSEM (2015). Adubação orgânica: Aplicar de 20 a 60 t/ha de esterco bovino bem curtido ou composto orgânico, sendo a maior dose para solos arenosos. Pode-se utilizar também 1/4 dessas quantidades se for esterco de galinha. Todos devem ser bem incorporados ao solo, entre 10 e 20 dias antes do plantio. Em solos degradados e com baixa atividade microbiana, aplicar 50 a 200g por m2 do composto bokashi. Adubação de cobertura: parcelar em até 3 aplicações. Observações: 1) Doses excessivas de N predispõem a planta a maior incidência de doenças. Informações Relevantes: Clima: expressa maior potencial quando cultivada em clima ameno (15-20ºC). Evitar solos encharcados que acumulam muita água. Solarização do solo pode ser ótima alternativa no manejo de plantas daninhas e patógenos de solo em pequenas áreas. 50 Atualmente existem sementes peletizadas que facilitam a semeadura, reduzindo gasto com semeadura e desbaste. Cultivos hidropônicos: a escolha da solução nutritiva depende da cultivar, da época do ano, do estágio da planta e recomenda-se a consulta a um engenheiro agrônomo especializado na área para se iniciar o cultivo neste sistema. Principais doenças: Fúngicas: Tombamento: Rhizoctonia solani; Phytium spp.; Podridão de esclerotínia: Sclerotinia scleotiorum, S. minor; Murcha de esclerócio: Sclerotinia rolfsii; Queima: Rhizoctonia solani; Murchadeira: Thielaviopsis basicola; Míldio: Bremia lactucae; Septoriose: Septoria lactucae; Cercosporiose: Cercospora spp. Bacterianas: Mancha bacteriana: Pseudomonas cichorii; Podridão mole: Pectobacterium carotovora. nematoides: Meloidogyne spp. Principais pragas: Lagarta rosca: Agrotis ipsilon; Pulgões; Tripes; Mosca branca: Bemisia tabaci; Larva alfinete: Diabrotica speciosa; Grilos/Paquinhas/Moluscos. Manejo de pragas e doenças: Utilizar sementes de boa qualidade. Plantar em solos bem drenados e adotar canteiros altos quando o cultivo for conduzido em períodos chuvosos, para evitar encharcamento na base das plantas. Plantar em espaçamentos adequados para permitir melhor ventilação entre as plantas. Fazer rotação de culturas com espécies de outras famílias. Não repetir o plantio em locais onde já tenham ocorrido doenças de solo. Controlar a irrigação, evitando o excesso de água no solo. Realizar adubação equilibrada, evitando excesso de nitrogênio. Eliminar os restos culturais. Evitar plantios próximos a lavouras velhas e abandonadas. Solarização do solo 51 6.3 Beterraba Nome comum: Beterraba Nome científico: Beta vulgaris Família: Chenopodiaceae Ciclo: 60 a 90 dias (menor ciclo com semeadura direta). Produtividade: 40 a 100 t/ha. Tabela 3.1 Propriedades do solo e sugestões de adubação: Tabela 3.2 Principais indicações sobre o sistema de cultivo: Fonte: Adaptado do Manual Técnico para cultivo de Hortaliças ABCSEM (2015). Necessidade de Calagem: Espécie exigente em cálcio e magnésio, portanto, utilizar calcário rico também em magnésio. Adubação orgânica: aplicar de 20 a 60 t/ha de esterco bovino bem curtido ou composto orgânico, sendo a maior dose para solos arenosos. Pode-se utilizar também 1/4 dessas quantidades se for esterco de galinha. Todos devem ser bem incorporados ao solo, entre 10 e 20 dias antes da semeadura ou do plantio. Exigente em boro, portanto, em solos pobres, arenosos e pobres em matéria orgânica, aplicar esse micronutriente (1 a 3 kg/ ha). Em solos degradados e com baixa atividade microbiana, aplicar 50 a 200g por m2 do composto bokashi antes do plantio. Adubação de cobertura: parcelar em até três aplicações. Produtores orgânicos podem utilizar torta de mamona ou bokashi em cobertura (50-100g/ m2 ), dividindo em até duas aplicações. 52 Informações Relevantes: O uso de sementes calibradas e semeadoras pneumáticas reduzem gastos com desbaste, assim como a utilização de semeadoras de precisão. Temperaturas elevadas podem aumentar a incidência de anéis de coloração clara, internamente, principalmente nas cultivares de polinização aberta (não híbridas). Expressa maior potencial quando cultivada em clima ameno (15-20ºC). Evitar solos encharcados que acumulam muita água. Evitar plantio junto com acelga verdadeira. Solarização do solo pode ser ótima alternativa no manejo de plantas daninhas e patógenos de solo. Principais doenças: Fúngicas: Mancha da folha ou Cercosporiose: Cercospora beticola; Tombamento: Rhizoctonia solani, Pythium spp., Fusarium spp., Phytophthora spp; Podridão branca ou Podridão de Sclerotium: Sclerotium rolfsii; Mancha de Phoma: Phoma betae; Bacterianas: Mancha bacteriana da folha: Xanthomonas campestris pv. betae; Podridão mole: Pectobacterium carotovora. nematoides: Meloidogyne spp. Principais pragas: Lagarta rosca: Agrotis ipsilon; Vaquinha: Diabrotica speciosa; Mosca minadora: Liriomyza sp. Manejo de pragas e doenças: Utilizar sementes e mudas de boa qualidade. Escolha da cultivar correta, adaptada a época e resistente às principais doenças. Plantar em solos bem drenados e adotar canteiros quando o cultivo for conduzido em períodos chuvosos, para evitar encharcamento na base das plantas. Plantar em espaçamentos adequados para permitir melhor ventilação entre as plantas. Fazer rotação de culturas com espécies pertencentes a outra família. Não repetir o plantio em locais onde já tenham ocorrido doenças de solo. Controlar a irrigação, evitando o excesso de água no solo. Realizar adubação equilibrada, evitando excesso de nitrogênio. Eliminar os restos culturais. Evitar plantios próximos a lavouras velhas e abandonadas. Controle químico. Solarização do solo. 53 6.4 Cebolinha Nome comum: Cebolinha Nome científico: Allium schoenoprasum e A. fistulosum Família: Alliaceae Ciclo: 70 a 100 dias Produtividade: 30 a 40 t/há Tabela 4.1 Propriedades do solo e sugestões de adubação: Tabela 4.2 Principais indicações sobre o sistema de cultivo: * Aspersão é mais comum. Fonte: Adaptado do Manual Técnico para cultivo de Hortaliças ABCSEM (2015). Adubação orgânica: Aplicar de 20 a 40 t/ha de esterco bovino bem curtido ou composto orgânico, sendo a maior dose para solos arenosos. Pode-se utilizar também 1/4 dessas quantidades se for esterco de galinha. Todos devem ser bem incorporados ao solo, entre 10 e 20 dias antes do plantio. Em solos degradados e com baixa atividade microbiana, aplicar 50 a 200g por m2 do composto bokashi. 54 Adubação de cobertura: Parcelar em até quatro aplicações. Observações: 1) Doses excessivas de N predispõem a planta à maior incidência de doenças. 2) Se for feita colheita cortando- se as folhas para reaproveitar a rebrota, fazer adubação com N e K logo após a colheita. 3) Se for sistema orgânico, pode ser utilizado torta de mamona ou composto ou bokashi (50 a 100g/m2). Informações Relevantes: Pode ser propagada também pela divisão de touceira. Porém, quando é praticada com frequência pode ocorrer degenerescência provocando baixo vigor de plantas pelo acúmulo de doenças. Se for feita muda em bandeja, podem ficar mais de uma planta por célula (“alvéolo”). Falta ou excesso de água pode causar seca das pontas das folhas, assim como incidência de Botrytis spp. Principais doenças: Fúngicas: Míldio: Peronospora destructor; Mancha púrpura: Alternaria porri; Ferrugem: Puccinia allii; Tombamento: Rhizoctonia solani; Queima das pontas: Botrytis spp.; Raiz rosada: Phoma terrestris (syn. Pyrenochaeta terrestris. Principais pragas: Lagarta rosca: Agrotis ipsilon; Tripes; Pulgões: Myzus persicae; Aphis spp.; Vaquinhas: Diabrotica speciosa; Mosca minadora: Liriomyza spp. 55 Manejo de pragas e doenças: Utilizar sementes e mudas de boa qualidade. Se for fazer divisão de touceira, escolher plantas sadias, porém evitar mais de três plantios sucessivos nesse sistema. Plantar em solos bem drenados e adotar canteiros quando o cultivo for conduzido em períodos chuvosos, para evitar encharcamento na base das plantas. Plantar em espaçamentos adequados para permitir melhor ventilação entre as plantas. Fazer rotação de culturas com espécies não pertencentes à mesma família. Não repetir o plantio em locais onde já tenham ocorrido doenças de solo. Realizar adubação equilibrada, evitando excesso de nitrogênio. Controlar a irrigação, evitando o excesso de água. Eliminar os restos culturais. Evitar plantios próximos a lavouras velhas e abandonadas. Solarização do solo em pequenas áreas. 6.5 Chicória Nome comum: Chicória, escarola Nome científico: Cichorium endivia Família: Asteraceae (Antiga Compositae) Ciclo: 70 a 90 dias - Produtividade: 2.000 a 4.000 engradados/há Tabela 5.1 Propriedades do solo e sugestões de adubação: Tabela 5.2 Principais indicações sobre o sistema de cultivo: Fonte: Adaptado do Manual Técnico para cultivo de Hortaliças ABCSEM (2015). 56 Adubação orgânica: Consiste em aplicar de 20 a 60 t/ha, de esterco bovino bem curtido ou composto orgânico, sendo a maior dose para solos arenosos. Pode-se utilizar também 1/4 dessas quantidades se for esterco de galinha. Todos devem ser bem incorporados ao solo, entre 10 e 20 dias antes do plantio. Em solos degradados e com baixa atividade microbiana, aplicar 50 a 150g por m2 do composto bokashi. Adubação de cobertura: parcelar em até três aplicações. Observações: 1) Doses excessivas de N predispõem a chicória à maior incidência de doenças. Informações Relevantes: O uso de sementes peletizadas facilitam a semeadura, porém tem prazo de validade menor (verificar embalagem). solarização do solo pode ser ótima alternativa no manejo de plantas daninhas e patógenos de solo. Cultivos hidropônicos: a escolha da solução nutritiva depende da cultivar, da época do ano, do estágio da planta e recomenda-se a consulta a um engenheiro agrônomo especializado na área para se iniciar o cultivo nesse sistema. Principais doenças: Fúngicas: Tombamento: Rhizoctonia solani, Phytium spp.; Podridão de esclerotínia: Sclerotinia scleotiorum ou S. minor; Murcha de esclerócio: Sclerotium rolfsii, Queima das saias: Rhizoctonia solani; Septoriose: Septoria lactucae; Murchadeira: Thielaviopsis basicola; Míldio: Bremia lactucae. Bacterianas: Mancha cerosa: Pseudomonas cichorii; Podridão mole: Pectobacterium carotovora; Mancha bacteriana: Xanthomonas campestris pv. vitians; nematoides: Meloidogyne spp. Viroses: Vírus do mosaico da alface: LMV (Lettuce mosaic virus); Vira cabeça: (várias espécies do gênero Tospovirus). 57 Principais pragas: Lagarta rosca: Agrotis ipsilon; Pulgões: várias espécies; Mosca branca: Bemisia tabaci; Tripes: Frankliniella occidentalis; Larva alfinete: Diabrotica speciosa; Grilos/Paquinhas/Moluscos. Manejo de pragas e doenças: Utilizar sementes e mudas de boa qualidade. Plantar em solos bem drenados e adotar canteiros altos quando o cultivo for conduzido em períodos chuvosos, para evitar encharcamento na base das plantas. Plantar em espaçamentos adequados para permitir melhor ventilação entre as plantas. Fazer rotação de culturas com espécies distintas da família Asteraceae. Não repetir o plantio em locais onde já tenham ocorrido doenças de solo. Controlar a irrigação, evitando o excesso de água no solo. Realizar adubação equilibrada, evitando excesso de nitrogênio. Eliminar os restos culturais. Evitar plantios próximos a lavouras velhas e abandonadas. Solarização do solo. 58 6.6 Coentro Nome comum: Coentro Nome científico: Coriandrum sativum Família: Apiaceae (Antiga Umbeliferae Ciclo: 60 a 80 dias Produtividade: 8.000 a 15.000 maços/há Tabela 6.1 Propriedades do solo e sugestões de adubação: Tabela 6.2 Principais indicações sobre o sistema de cultivo: (1) Pode ser feito com semeadoras de precisão (direto). Se mudas em bandejas, podem ficar mais de uma planta por célula. Fonte: Adaptado do Manual Técnico para cultivo de Hortaliças ABCSEM (2015). Adubação orgânica: Consiste em aplicar de 20 a 40 t/ha de esterco bovino bem curtido (ou composto orgânico ou esterco de cabra), sendo a maior dose para solos arenosos. Pode-se utilizar também 1/4 dessas quantidades se for esterco de galinha. Todos devem ser bem incorporados ao solo, entre 10 e 20 dias antes da semeadura ou do plantio. Adubação mineral de plantio: aplicar também, em solos deficientes, 1,0 a 1,5 kg/ha de boro (B), juntamente com os formulados. Adubação de cobertura: parcelar em até três aplicações. 59 Informações Relevantes: Solos de textura média com boa capacidade de retenção de água são os mais indicados. Tolera levemente a acidez no solo. Solarização do solo pode ser ótima alternativa no manejo de plantas daninhas e patógenos de solo, em pequenas áreas. Cultivos hidropônicos: a escolha da solução nutritiva depende da cultivar, da época do ano, do estágio da planta e recomenda-se a consulta a um engenheiro agrônomo especializado na área para se iniciar o cultivo nesse sistema. Principais doenças: Fúngicas: Queima das folhas: Alternaria dauci; Cercosporiose: Cercospora spp.; Tombamento: (vários fungos); Podridão de raízes: Sclerotium rolfsii, Sclerotinia sclerotium; Bacterianas: Crestamento bacteriano: Xanthomonas campestris pv. carotae. nematoides: Meloidogyne spp. Principais pragas: Lagarta rosca: Agrotis ipsilon; Formigas cortadeiras; Mosca branca: Bemisia tabaci; Formigas cortadeiras; Larva alfinete: Diabrotica speciosa. Manejo de pragas e doenças: Utilizar sementes de boa qualidade. Plantar em solos bem drenados e adotar canteiros quando o cultivo for conduzido em períodos chuvosos, para evitar encharcamento. Plantar em espaçamentos adequados para permitir melhor ventilação entre as plantas. Fazer rotação de culturas com espécies não pertencentes à mesma família. Não repetir o plantio em locais onde já tenham ocorrido doenças de solo. Realizar adubação equilibrada, evitando excesso de nitrogênio. Controlar a irrigação, evitando o excesso de água. Eliminar os restos culturais. Evitar plantios próximos a lavouras velhas e abandonadas. Solarização do solo em pequenas áreas. 60 6.6 Couve Nome comum: Couve, Couve de folha, Couve-comum e Couve manteiga Nome científico: Brassica oleracea L. var. acephala Família: Brassicaceae (Antiga Cruciferae). Ciclo: 80 a 120 dias para início de colheitas. Tabela 7.1 Propriedades do solo e sugestões de adubação: Tabela 7.2 Principais indicações sobre o sistema de cultivo: * Aspersão é o mais comum. Fonte: Adaptado do Manual Técnico para cultivo de Hortaliças ABCSEM (2015). Adubação orgânica: Consiste em aplicar de 20 a 60 t/ha de esterco bovino bem curtido ou composto orgânico, sendo a maior dose para solos arenosos. Pode-se utilizar também 1/4 dessas quantidades se for esterco de galinha. Todos devem ser bem incorporados ao solo, entre 10 e 20 dias antes do plantio. Em solos degradados e com baixa atividade microbiana, aplicar 50 a 200g por m2 do composto bokashi. Adubação mineral de plantio: aplicar também, em solos deficientes, 1,0 a 1,5 kg/ha de boro (B). Adubação de cobertura: parcelar ao longo do ciclo, iniciando 10 a 20 dias após o transplante. Produtores orgânicos podem utilizar torta de mamona ou bokashi, 50 a 100g/m2, a cada 20-30 dias. Observações: 1) Doses excessivas de N predispõem as plantas à maior incidência de doenças fúngicas e bacterianas e pulgões. Em solos pobres em 61 matéria orgânica, pode-se pulverizar as plantas com boro, sendo a 1ª no viveiro e duas após o transplante. Aplicar molibdênio em pulverização, uma vez no viveiro e outra 15 dias após o transplante. Não esquecer de colocar espalhante adesivo (ou surfactante) e não misturar B e Mo na mesma aplicação. Informações Relevantes: Há a possibilidade de produção de mudas por estaquia (brotos). Porém, deve-se tomar muito cuidado com a sanidade das plantas “mãe”. O risco é grande. Na dúvida, faça mudas por sementes. Evitar transplantar mudas passadas. Evitar solos encharcados que acumulam muita água. Eliminar as brotações para que não haja competição com as folhas, reduzindo o tamanho dessas, além de favorecer doenças. Não deixar folhas velhas e doentes na planta. Pode-se fazer o tutoramento das plantas em “meia estaca” para evitar queda ou quebra do caule. Principais doenças: Fúngicas: Míldio: Peronospora parasitica; Tombamento: Pythium spp, Rhizoctonia solani; Mancha de alternária: Alternaria brassicae; Hérnia das crucíferas: Plasmodiophora brassicae; Fusariose: Fusarium oxysporum f. sp. conglutinans. Bacterianas: Podridão negra: Xanthomonas campestris pv. campestris; Podridão mole: Pectobacterium carotovora subsp. carotovora 62 Principais pragas: Lagarta rosca: Agrotis ipsilon; traça das crucíferas: Plutella xyllostella; Curuquerê: Ascia monuste orseis; Lagarta mede-palmo Trichoplusia ni; Pulgões; Mosca branca: Bemisia tabaci; Vaquinha Diabrotica speciosa; Larva minadora: Liriomyza spp. Manejo de pragas e doenças: Utilizar sementes e mudas de boa qualidade. Cuidado com as estacas (brotos), não utilizando de plantas doentes ou deficientes. Escolha da cultivar correta, adaptada a época e resistente às principais doenças. Plantar em solos bem drenados e adotar canteiros altos quando o cultivo for conduzido em períodos chuvosos, para evitar encharcamento na base das plantas. Plantar em espaçamentos adequados para permitir melhor ventilação entre as plantas. Fazer rotação de culturas com espécies de outras famílias. Não repetir o plantio em locais onde já tenham ocorrido doenças de solo. Controlar a irrigação, evitando o excesso de água no solo. Realizar adubação equilibrada, evitando excesso de nitrogênio. Eliminar os restos culturais. Evitar plantios próximos a lavouras velhas e abandonadas. Solarização do solo. 63 6.8 Mostarda Nome comum: Mostarda Nome científico: Brassica juncea Família: Brassicaceae (Antiga Cruciferae) Ciclo: 60 a 80 dias. Tabela 8.1 Propriedades do solo e sugestões de adubação: Tabela 8.2 Principais indicações sobre o sistema de cultivo: * Aspersão é o mais comum. Fonte: Adaptado do Manual Técnico para cultivo de Hortaliças ABCSEM (2015). Adubação orgânica: Compreende em aplicar de 20 a 40 t/ha de esterco bovino bem curtido ou composto orgânico, sendo a maior dose para solos arenosos. Pode-se utilizar também 1/4 dessas quantidades se for esterco de galinha. Todos devem ser bem incorporados ao solo, entre 10 e 20 dias antes da semeadura ou do plantio. Em solos degradados e com baixa atividade microbiana, aplicar 50 a 150g por m2 do composto bokashi. Adubação de cobertura: parcelar em até três aplicações, iniciando 10 a 15 dias após o transplante. Produtores orgânicos podem utilizar torta de mamona ou bokashi, 50 a 100g/ m2, parcelados em duas vezes. Observações: 1) Doses excessivas de N predispõem as plantas à maior incidência de doenças fúngicas e bacterianas. 64 Informações Relevantes: Expressa maior potencial quando cultivada em clima ameno (15-20ºC). Evitar solos encharcados que acumulam muita água. Solarização do solo pode ser ótima alternativa no manejo de plantas daninhas e patógenos de solo. Principais doenças: Fúngicas: Hérnia: Plasmodiophora brassicae; Septoriose: Septoria lactucae, Ferrugem branca: Albugo candida. Bacterianas: Podridão negra: Xanthomonas campestris pv. campestris; Podridão mole: Pectobacterium carotovora subsp. carotovora. Viroses: Mosaico do nabo: “Turnip mosaic virus” (TuMV). Principais pragas: Traça: Plutella xyllostella; Curuquerê: Ascia monuste orseis; Mede palmo: Trichoplusia ni; Lagarta rosca: Agrotis ipsilon. Manejo de pragas e doenças: Compreende em utilizar sementes de boa qualidade. Plantar em solos bem drenados e adotar canteiros altos quando o cultivo for conduzido em períodos chuvosos, para evitar encharcamento na base das plantas. Plantar em espaçamentos adequados para permitir melhor ventilação entre as plantas. Fazer rotação de culturas com espécies de outras famílias. Não repetir o plantio em locais onde já tenham ocorrido doenças de solo. Controlar a irrigação, evitando o excesso de água no solo. Realizar adubação equilibrada, evitando excesso de nitrogênio. Eliminar os restos culturais. Evitar plantios próximos a lavouras velhas e abandonadas. Solarização do solo. 65 6.9 Pimentão Nome comum: Pimentão Nome científico: Capsicum annuum Família: Solanaceae Ciclo: 80 a 100 dias para início de colheita. Produtividade: 30 a 100 t/ha (pode-se colher por mais de seis meses em estufa, se bem conduzido). Tabela 9.1 Propriedades do solo e sugestões de adubação: Tabela 9.2 Principais indicações sobre o sistema de cultivo: Normalmente em estufa utilizam-se espaçamentos maiores que em campo aberto Fonte: Adaptado do Manual Técnico para cultivo de Hortaliças ABCSEM (2015). Adubação orgânica: Consistindo em aplicar de 15 a 40 t/ha de esterco de curral curtido (ou composto orgânico), ou 1/4 dessas quantidades se for esterco de galinha, cerca de 10 a 20 dias antes do plantio. Adubação de cobertura: distribuir em pelo menos três aplicações (em campo aberto, pois em estufa é realizada fertirrigação), sendo fundamental o fornecimento no início do florescimento e durante a frutificação. Produtores orgânicos podem utilizar, em cobertura, 50-100g de torta de mamona ou bokashi por planta. Fertirrigação: consultar um agrônomo para recomendações específicas para cada fase do ciclo. Se adubação de plantio tiver sido bem calculada, 66 geralmente não é necessária a aplicação de fertilizantes logo após a semeadura ou transplante. Informações Relevantes: Temperaturas extremas (35ºC) podem promover aborto de flores e frutos. No campo aberto pode estaquear em “meia estaca”, enquanto na estufa utilizam-se outros sistemas que permitam a planta crescer mais e por mais tempo. Retirar todos os brotos até o aparecimento da 1ª flor. Retirar folhas velhas, principalmente abaixo dos frutos já colhidos. O plantio profundo da muda é desfavorável. Em estufa pode-se utilizar mudas enxertadas. Irrigação por aspersão pode gerar podridões no pedúnculo em algumas variedades, quando o “ombro” for muito profundo. Evitar solos encharcados que acumulam muita água. Principais doenças: Fúngicas: Tombamento: Rhizoctonia solani e Pythium spp.; Antracnose: Colletotrichum gloeosporioides; Murcha de fitóftora: Phytophtora capsici; Oídio: Oidiopsis taurica; Podridão ou mofo cinzento: Botrytis cinerea; Podridão de esclerotinia: Sclerotinia sclerotium. Bacterianas: Mancha bacteriana: Xanthomonas campestris pv. vesicatoria; Murcha bacteriana: Ralstonia solonacearum; Podridão mole: Pectobacterium carotovora. Viroses: Virus PVY; Vira-cabeça. nematoides: Meloidogyne spp. Principais pragas: Ácaro vermelho: Tetranychus evansi; Ácaro rajado: Tetranychus urticae; Ácaro branco: Polyphagotarsonemus latus; Ácaro do bronzeamento: Aculops lycopersici; Pulgões (várias espécies); Mosca minadora: Liriomyza spp.; Tripes; Lagarta rosca: Agrotis ipsilon; Brocas do fruto: Neoleucinoides elegantalis e Helicoverpa zea; Vaquinha: Diabrotica speciosa; Mosca branca: Bemisia tabaci. 67 Manejo de pragas e doenças Consiste em utilizar sementes e mudas de boa qualidade. Escolha da cultivar correta, adaptada a época e resistente às principais doenças. Plantar em solos bem drenados e adotar canteiros quando o cultivo for conduzido em períodos chuvosos, para evitar encharcamento na base das plantas. Plantar em espaçamentos adequados para permitir melhor ventilação entre as plantas. Fazer rotação de culturas com espécies não pertencentes à família Solanaceae. Utilizar, quando disponível, porta-enxertos resistentes a doenças de solo. Não repetir o plantio em locais onde já tenham ocorrido doenças de solo. Controlar a irrigação, evitando o excesso de água no solo. Realizar adubação equilibrada, evitando excesso de nitrogênio. Não realizar a operação de amontoa para essa cultura. Evitar ferimentos nas plantas durante os tratos culturais. Eliminar os restos culturais. Evitar plantios próximos a lavouras velhas e abandonadas. Controle químico. Solarização do solo. 68 5.10 Quiabo Nome comum: Quiabo, Gombo Nome científico: Abelmoschus esculentus Família: Malvaceae Ciclo: 60 a 80 dias para início de colheita. Produtividade: 22 a 50 ton./ha. Tabela 10.1 Propriedades do solo e sugestões de adubação: Tabela 10.2 Principais indicações sobre o sistema de cultivo: * Não é comum mudas, mas pode ser utilizado. Pode ser feita semeadura direta mecanizada. Fonte: Adaptado do Manual Técnico para cultivo de Hortaliças ABCSEM (2015). Adubação orgânica: Compreende em aplicar de 10 a 20 t/ha de esterco de curral curtido (ou composto orgânico), ou 1/4 dessas quantidades se for esterco de galinha, cerca de 10 a 20 dias antes do plantio. Cuidado com excesso de adubo orgânico e de nitrogênio. Adubação de cobertura: Distribuir em pelo menos três aplicações, sendo fundamental o fornecimento no início do florescimento e durante a frutificação. Produtores orgânicos podem utilizar, em cobertura, 50-100g de torta de mamona ou bokashi por planta. 69 Informações Relevantes: Espécie adaptada a cultivos sob temperaturas altas (acima de 23ºC). Evitar solos encharcados que acumulam muita água. Existem agricultores que produzem suas próprias sementes que podem apresentar dormência, necessitando ser quebrada ou semear maior quantidade de sementes. Evitar plantio adensado e sombreado. Não deixar frutos passados na planta. Principais doenças: Fúngicas: Oídio: Erysiphe cichoracearum; Murcha de verticilio: Verticilium albo-atrum; Murcha de fusário: Fusarium oxysporum f. sp. vasinfectum; Ascoquitose: Ascochyta abelmoschi; Tombamento (vários fungos). Bacterianas: Mancha angular: Xanthomonas campestris; nematoides: Meloidogyne spp. Principais pragas: Pulgões; Ácaro rajado: Tetranychus urticae; Lagarta rosca: Agrotis ipsilon; Ácaro vermelho: Polyphagotarsonemus ludeni; Vaquinha: Diabrotica speciosa; Tripes; Formiga lava pé: Solenopsis saevissima. Manejo de pragas e doenças: Utilizar sementes de boa qualidade. Plantar em solos bem drenados. Plantar em espaçamentos adequados para permitir melhor ventilação entre as plantas. Fazer rotação de culturas com espécies não pertencentes à mesma família. Controlar a irrigação, evitando o excesso de água no solo. Realizar adubação equilibrada, evitando excesso de nitrogênio. Eliminar os restos culturais. Evitar plantios próximos a lavouras velhas e abandonadas. Solarização do solo. 70 7. RESULTADOS E DISCUSSÃO Durante o estudo ao longo do estágio foi percebida as seguintes necessidades: É imperiosa a necessidade de um gerador para manter o funcionamento do sistema de irrigação por aspersão, e do funcionamento do sistema de irrigação hidropônica; Investimento em tecnologias, maquinários ferramentas e equipamentos mais modernos; A implantação de uma composteira para minimizar os gastos com adubação; Por fim, uma destinação final que possa envolver a comunidade do entorno da UFRPE contribuindo com a Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) dos mais necessitados. 71 8. CONSIDERAÇÕES FINAIS A experiência oferecida pela disciplina Olericultura I, e pelo estagio na horta traz um diversificado e rico aprendizado teórico e prático do cultivo de hortaliças, como coentro, quiabo, maxixe, alface, couve, pimentão, pimenta biquinho, bredo, cebolinha, tomate, repolho e beterraba entre outras. Acompanhar o desenvolvimento de espécies distintas de hortaliças, do seu semeio ao replantio, colheita e destinação final, considerando as técnicas de preparo do solo, tipos de irrigação, adubação é fundamental para os estudantes dos cursos de Agronomia e Engenharia Agrícola e Ambiental. Em geral os estudantes de muitos cursos de graduação saem de suas instituições com uma grande bagagem de teorias, a oportunidade de aplicar a teoria à prática possibilita na transição de estudante para profissional um grande enriquecimento, que faz toda a diferença na formação acadêmica, trazendo segurança nas decisões tomadas nas atividades profissionais futuras gerada pela experiencia da horticultura vivenciada na horta da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Frente ao desafio de promover a extinção da insegurança alimentar existente em vários países, inclusive no Brasil, devemos reunir esforço para fazer mais, frente a tamanho desafio: o governo federal criando mais políticas públicas de incentivo ao cultivo alimentar, os governos estaduais que foram eleitos pelo povo e para o povo, a sociedade brasileira pode fazer através do voluntariado que precisa ter uma maior adesão, os voluntários atuantes estão de parabéns pelas diversas iniciativas incentivando o compromisso de profissionais que trabalham direta ou indiretamente na produção de alimentos como parceiros, multiplicadores de ações em prol da Segurança Alimentar e Nutricional (SAN). 72 9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABNT NBR 10719: Relatório técnico e/ou científico Disponível em:< https://projetoacademico.com.br/nbr-10719/ Acesso em 11.05.2023. ABCSEM - O Manual Técnico: Cultivo de Hortaliças 2015 é uma publicação da Associação Brasileira do Comércio de Sementes e Mudas – Campinas/SP - ABCSEM (2015). AGUIAR, A.T.E. et al. Instruções agrícolas para as principais culturas econômicas. 7ª edição. Campinas: Instituto Agronômico, 2014. 452 p. (Boletim IAC, n.º 200). Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável Disponível em - Acesso e