UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA COORDENAÇÃO DO CURSO DE BACHARELADO EM ZOOTECNIA RELATÓRIO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO OBRIGATÓRIO: PARQUE ESTADUAL DOIS IRMÃOS - FAUNA SILVESTRE Karla Tamires Costa da Silva RECIFE, 2024 UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA COORDENAÇÃO DO CURSO DE BACHARELADO EM ZOOTECNIA RELATÓRIO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO OBRIGATÓRIO: PARQUE ESTADUAL DOIS IRMÃOS - FAUNA SILVESTRE Relatório apresentado à Coordenação do curso de Bacharelado em Zootecnia, da Universidade Federal Rural de Pernambuco, como parte dos requisitos da disciplina Estágio Supervisionado Obrigatório (ESO). Karla Tamires Costa da Silva Recife, 2024 2 Ebenezér: Até aqui nos ajudou o Senhor. 1 Samuel 7:12 3 FOLHA DE APROVAÇÃO A comissão de avaliação do ESO aprova o Relatório de Estágio Supervisionado Obrigatório da discente Karla Tamires Costa da Silva por atender as exigências do ESO. Recife, 05 de Março de 2024 Comissão de avaliação Dra. Helena Emília Cavalcanti da Costa Cordeiro Manso (Professora / DZ – UFRPE) Dra. Darclet Teresinha Malerbo de Souza (Professora / DZ – UFRPE) Dr. Fernando de Figueiredo Porto Neto (Professor / DZ – UFRPE) 4 DADOS DOS ESTÁGIO NOME DA EMPRESA OU ESTABELECIMENTO: Parque Estadual Dois Irmãos LOCAL DE REALIZAÇÃO: Setor de Nutrição e Biotério PERÍODO: 01/10/2023 a 23/02/24 CARGA HORÁRIA: 28hrs/semana ORIENTADOR: Helena Emília Cavalcanti da Costa Cordeiro Manso SUPERVISOR:Thayná Milano Assis Atroch de Miranda Carga Horária Total: 330 horas 5 http://ww2.pdiz.ufrpe.br/br/content/helena-em%C3%ADlia-cavalcanti-da-costa-cordeiro-manso-ufrpe NOTA DO SUPERVISOR 6 AGRADECIMENTOS Agradeço a todas as pessoas que acreditaram em mim durante toda essa jornada de graduação, em especial aos meus pais, que são a minha base e minha estrutura. Agradeço a todos os professores que doaram um pouco de seus conhecimentos para que eu pudesse construir o meu conhecimento. Agradeço a Universidade por me acolher e me ensinar tanto por todos esses anos. E por último e mais importante, agradeço a Deus, que nunca me deixou sozinha, nem um segundo. 7 RESUMO O presente trabalho se refere ao Estágio Supervisionado Obrigatório (ESO), realizado no Parque Estadual de Dois Irmãos (PEDI), localizado no Recife, bairro de Dois Irmãos, entre o período de outubro a fevereiro de 2024, sob a orientação da Pra. Helena Emília Cavalcanti da Costa Cordeiro Manso e da Zootecnista Thayná Milano Assis Atroch de Miranda. As atividades do estágio foram realizadas no departamento de nutrição animal (DNA) do Parque. As principais atividades envolviam a rotina diária no Biotério e da cozinha do departamento, pondo em prática todo o aprendizado durante a graduação de zootecnia. Palavras chaves: biotério; nutrição animal; zootecnia. 8 ABSTRACT The present work refers to the Mandatory Supervised Internship (ESO), carried out at the Dois Irmãos State Park (PEDI), located in Recife, Dois Irmãos neighborhood, between the period from October to February 2024, under the guidance of Pra. Helena Emília Cavalcanti da Costa Cordeiro Manso and supervision by Zootechnician Thayná Milano Assis Atroch de Miranda. The internship activities were carried out in the Park's animal nutrition (DNA) department. The main activities involved the daily routine in the vivarium and the department's kitchen, putting into practice all the learning during the zootechnics degree. Keywords: vivarium; animal nutrition; zootechnics. 9 SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS...............................................................................................................11 1. APRESENTAÇÃO.............................................................................................................. 13 2.1. Local................................................................................................................................13 2.1.2. Desenvolvimento........................................................................................................ 13 2.1.2. Cozinha........................................................................................................................ 16 2.1.3. Depósito de armazenamento de ração..................................................................... 21 2.1.4. Biotério........................................................................................................................ 23 2.2. Atividades Desenvolvidas Durante o Estágio............................................................27 2.2.1. Manejo e Rotina do Biotério...................................................................................... 27 2.2.1.1. Ratos e Camundongos............................................................................................28 2.2.1.2. Tenébrios e baratas................................................................................................. 33 2.2.1.3. Preás, Galináceo e Galinhas...................................................................................35 2.2.2. Manejo dos Animais do Zoológico............................................................................40 2.2.3. Enriquecimento Ambiental........................................................................................ 42 2.2.4. Acompanhamento da preparação e do fornecimento das dietas.......................... 45 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................... 47 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................................... 48 10 LISTA DE FIGURAS (TODAS AS FIGURAS PERTENCEM AO ACERVO PESSOAL) Figura 1. Entrada do Parque Estadual de Dois Irmãos……..…………………………13 Figura 2. Setor de Nutrição Animal…………………………………………………...….14 Figura 3. Sala de Recepção dos Alimentos.……………………………………..…..…15 Figura 4. Exemplo da tabela de contagem e pesagem dos hortifrutis recebidos no Setor de Nutrição ……………………………………………………………………..……15 Figura 5. Cozinha do Setor de Nutrição………………………………………..……....16 Figura 6. Higienização da alimentação recebida…………………………….………...17 Figura 7. Tabela de Planejamento Nutricional do Parque ………………………...…17 Figura 8. Equipamentos e utensílios da cozinha….……………………………………18 Figura 9. Janelas que ligam a cozinha ao biotério……………………………..………19 Figura 10. Cocho para a depositagem de ração…………………………………….…19 Figura 11. Depósito de armazenamento de ração.……………………………….....…20 Figura 12. Ração e feno armazenados sobre paletes …………...……………..........20 Figura 13. Entrada da sala principal do Biotério…………...…………………………..21 Figura 14. Sala principal do Biotério …………………………………………………….21 Figura 15. Caixa de criação ………………………………………………………...……22 Figura 16. Prateleiras da sala principal do biotério ……………………………………22 Figura 17. Chocadeira do biotério ……………………………………….………………23 Figura 18. Criação de Tenébrios e Baratas Gigantes …………………………………23 Figura 19. Setor extra do biotério ………………………………………………………..24 Figura 20. Rotina de abate e enriquecimento ………………….………………………25 11 Figura 21. Prateleiras do biotério………………….……………………………………. 26 Figura 22. Rotina de abate e enriquecimento ………………….………………………26 Figura 23. Ficha de controle de roedores…………………….………………………... 26 Figura 24. Peso do camundongo ao abate ………………….…………………………27 Figura 25. Livro de registro de controle ………………….……………………………..27 Figura 26. Canibalismo entre ratos………………….…………………………………...28 Figura 27. Tenébrios (Tenebrio molitor) ………………….……………………………..29 Figura 28. Baratas Gigantes (Blaberus giganteus) ………………….………………...39 Figura 29. Área do setor extra do biotério ………………….……………..……………30 Figura 30. Recinto dos Preás ………………….………………………………………..30 Figura 31. Área do plantel das galinhas ………………….…………………………….31 Figura 32. Banho de sol das galinhas ………………….…………………………….…31 Figura 33. Recinto dos coelhos ………………….……………………………………...32 Figura 34. Visita ao recinto da anta para avaliação do escore corporal …………….33 Figura 35. Acompanhamento da alimentação da Pantera ………………….………..34 Figura 36. Acompanhamento dos cuidados odontológicos do hipopótamo…………35 Figura 37. Enriquecimento sensorial para os camundongos …………………….….36 Figura 38. Enriquecimento sensorial para os Macacos-pregos………………….… .37 Figura 39. Enriquecimento alimentar para os camundongos ………………….…….37 Figura 40. Auxílio na preparação das alimentações ………………….……………….38 Figura 41. Bandejas das alimentações ………………….……………………………...38 12 1. APRESENTAÇÃO 2.1. Local 2.1.2. Desenvolvimento O Estágio Supervisionado Obrigatório - ESO, foi realizado no Parque Estadual Dois Irmãos (PEDI) (Figura 1), que inicialmente chamado de Horto Florestal de Dois Irmãos, foi criado em 1916 pelos irmãos Antônio e Tomás Lins Caldas, cujo o nome originou-se dessa linhagem e também batizou o bairro. A princípio sob a administração da Prefeitura do Recife, o Horto Florestal foi transferido para a Fundação do Instituto de Pesquisas Agrárias - IPA em 1935, com uma área de 380 hectares. Em 1939, o PEDI passou a ser o Jardim Zoobotânico de Dois Irmãos, sob a administração do Prof. João Vasconcelos Sobrinho. (Governo do estado de Pernambuco, 2024). Em 1989, o Governo do Estado oficializou a área do parque como uma Reserva Ecológica, pela Lei nº 9.989. Contudo, foi só em 1998 que o Jardim Zoobotânico passou a ser chamado de Parque Estadual Dois Irmãos, oficializado pelo Estado. Em 2017, o parque passou por uma significativa expansão, ampliando sua área três vezes mais, passando de 380 hectares para 1.158,51 hectares, sendo 14 hectares ocupados pelo Zoológico do Recife. (SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE DE PERNAMBUCO (SEMAS/PE, 2024). Figura 1. Entrada do Parque Estadual de Dois Irmãos (Fonte: Acervo pessoal). 13 O PEDI está localizado na Praça Farias Neves, s/n - Dois Irmãos, Recife - PE, 52171-011, e é considerado uma das maiores áreas da Mata Atlântica do Estado. O ESO foi realizado em grande parte no Setor de Nutrição que fica no Departamento de Nutrição Animal (DNA) (Figura 2), onde é composto pela sala de recepção dos alimentos, cozinha, depósito de armazenagem de ração e o biotério. Figura 2. Setor de Nutrição (Fonte: Acervo pessoal). 14 2.1.1. Sala de Recepção dos Alimentos Na sala de recepção dos alimentos (Figura 3), ocorre o recebimento de todos os alimentos destinados ao zoológico. Antes de serem encaminhados para a cozinha, esses alimentos passam por uma inspeção de qualidade, pesagem e contagem (Figura 4), procedimentos que asseguram a excelência dos produtos que serão fornecidos aos animais do parque. Essa etapa garante que os animais recebam sempre alimentos frescos e de qualidade. Além do recebimento de rações, o Setor também conta com o recebimento de hortifrutis, carnes, frangos e peixes semanalmente. Figura 3. Sala de Recepção dos Alimentos (Fonte: Acervo pessoal). Figura 4. Exemplo da tabela de contagem e pesagem dos hortifrutis recebidos no Setor de Nutrição (Fonte: Acervo pessoal). 15 2.1.2. Cozinha Após a recepção e aprovação dos alimentos, estes são direcionados para a cozinha (Figura 5), onde passam por processos de higienização (Figura 6) e armazenamento. Na cozinha, além de realizar a higienização dos alimentos, é elaborada a alimentação dos animais do parque de acordo com o Planejamento Alimentar (Figura 7), que é cuidadosamente desenvolvido pela Zootecnista do Parque para atender às necessidades nutricionais específicas de cada animal. Figura 5. Cozinha do Setor de Nutrição (Fonte: Acervo pessoal). 16 Figura 6. Higienização da alimentação recebida (Fonte: Acervo pessoal). Figura 7. Tabela de Planejamento Nutricional do Parque (Fonte: Acervo pessoal). 17 A cozinha é devidamente equipada com todos os utensílios e eletrodomésticos necessários para o preparo dos alimentos, incluindo refrigeradores, bancadas, pias, geladeiras, fogões, trituradores, balanças, vasilhas, bancadas e bandejas (Figura 8). Figura 9. Equipamentos e utensílios da cozinha do Setor de Nutrição (Fonte: Acervo pessoal). 18 A movimentação dos alimentos dentro da cozinha segue um fluxo único, desde o seu recebimento na Sala de Recepção até a saída das bandejas já prontas. Para este sistema funcionar corretamente, a cozinha está ligada diretamente ao biotério e à sala de armazenamento de ração através de janelas (Figura 9) e cocho para depositagem de ração (Figura 10). Essa configuração visa facilitar um fluxo prático, higiênico e contínuo dos alimentos. Figura 9. Janelas que ligam a cozinha ao biotério (Fonte: Acervo pessoal). Figura 10. Cocho para a depositagem de ração (Fonte: Acervo pessoal). 19 2.1.3. Depósito de armazenamento de ração No depósito (Figura 11), é realizada uma verificação minuciosa das datas de validade e das embalagens de todas as rações, assegurando que não estejam violadas. As rações e os fenos são armazenados sobre paletes (Figura 12), prevenindo o contato direto com o chão, umidade e contaminação. Além disso, o depósito de ração conta com estruturas que se conectam diretamente ao espaço da cozinha. O depósito conta também com refrigeradores destinados ao armazenamento de carnes. Figura 11. Depósito de armazenamento de ração (Fonte: Acervo pessoal). Figura 12. Ração e feno armazenados sobre paletes. (Fonte: Acervo pessoal). 20 2.1.4. Biotério O biotério (Figura 13) é constituído pela sala principal (Figura 14), onde ocorre a criação de ratos (Rattus novergicus) e camundongos (Mus musculus). Durante o período do estágio, o biotério alojava 43 colônias de camundongos e 30 colônias de ratos, todas dispostas em caixas específicas equipadas com grades de proteção, bebedouro, comedouro e cama de maravalha (Figura 15), distribuídas sobre prateleiras (Figura 16). Figura 13. Entrada da sala principal do Biotério (Fonte: Acervo pessoal). Figura 14. Sala principal do Biotério (Fonte: Acervo pessoal). 21 Figura 15. Caixa de criação (Fonte: Acervo pessoal). Figura 16. Prateleiras da sala principal do biotério (Fonte: Acervo pessoal). 22 O biotério dispõe de uma chocadeira destinada ao armazenamento de ovos de aves de criação do setor extra (Figura 17), os quais também são utilizados na dieta de alguns animais do parque. Além de abrigar ratos e camundongos, o biotério também mantém a criação de alguns insetos, como tenébrios (Tenebrio molitor) e baratas gigantes (Blaberus giganteus) (Figura 18). Figura 17. Chocadeira do biotério (Fonte: Acervo pessoal). Figura 18. Criação de Tenébrios e Baratas Gigantes (Fonte: Acervo pessoal). 23 Além da sala principal, o biotério conta com um setor extra, onde ficam os recintos destinados à criação dos coelhos coelhos (Oryctagulus cuniculus), preás (Cavia porcellus) e também o galináceo (Gallus gallus domesticus) (Figura 19). Figura 19. Setor extra do biotério (Fonte: Acervo pessoal). 2.2. Atividades Desenvolvidas Durante o Estágio Durante o estágio, as principais atividades incluíam receber e verificar a qualidade dos hortifrutis, higienizar e armazenar todos os alimentos, acompanhar a preparação e o fornecimento das dietas, realizar manejo de rotina e observar o escore corporal dos animais, além de todo o manejo diário da manutenção do biotério. 2.2.1. Manejo e Rotina do Biotério O manejo de rotina dentro do biotério prioriza acima de tudo o bem estar dos animais criados ali. Todo o manejo era feito de forma consciente e respeitando todas as diretrizes de um biotério de criação.Entre as principais tarefas desenvolvidas 24 dentro do biotério estavam a limpeza e troca de maravalha das caixas, controle de natalidade, enriquecimento ambiental, e abate (Figura 20). Figura 20. Rotina de abate e enriquecimento (Fonte: Acervo pessoal). 2.2.1.1. Ratos e Camundongos As atividades de rotinas dentro do biotério eram voltadas para o bem estar dos animais. As caixas as quais abrigavam as colônias de ratos e camundongos eram de material de polipropileno branco e eram dispostas em prateleiras (Figura 21). O manejo das caixas era realizado três vezes por semana, realizando a troca de maravalha para evitar o acúmulo de amônia e o controle reprodutivo. A troca da água e a reposição da alimentação, que eram ração em forma de labina (Figura 22), era realizada diariamente. Figura 21. Prateleiras do biotério (Fonte: Acervo pessoal). 25 Figura 22. Rotina de abate e enriquecimento (Fonte: Acervo pessoal). Cada caixa era identificada por numeração e tinham sua própria ficha de controle (Figura 23), onde continham informações necessárias sobre cada colônia, como número de nascimentos, óbitos, número de entrada e saída, número de machos, fêmeas e crias e outras observações necessárias. Cada colônia abrigava duas fêmeas e um macho e o desmame era realizado aos 21 dias de nascimento das crias. Figura 23. Ficha de Controle de roedores (Fonte: Acervo pessoal). 26 O abate dos animais do biotério eram realizados por deslocamento cervical e era realizado quando o animal chegava ao peso mínimo necessário que era de 70g para ratos e 20g para camundongos (Figura 24). Os abates eram registrados no livro de registro e controle do biotério (Figura 25), identificados e armazenados em refrigeradores, contendo nome das espécies e a data do abate. Figura 24. Peso do camundongo ao abate (Fonte: Acervo pessoal). Figura 25. Livro de registro de controle (Fonte: Acervo pessoal). 27 Dentro da rotina de manejo, havia também o controle populacional das colônias que, quando em estado de superlotação, era realizada a divisão da caixa, prática que evitava o canibalismo por estresse (Figura 26). Figura 26. Canibalismo entre ratos (Fonte: Acervo pessoal). Além das práticas de rotinas citadas, semanalmente era preparado para os ratos e camundongos enriquecimento ambiental, visando o bem estar das espécies, melhorias na reprodução e uma boa qualidade de vida já que os animais criados no biotério eram destinados à alimentação de alguns animais do parque, como exemplo a Salamanta (Epicrates cenchria cenchria) e outros animais. 2.2.1.2. Tenébrios e baratas O biotério continha três caixas de Tenébrios (Tenebrio molitor) (Figura 27) e o seu manejo era a manutenção e limpeza das caixas, removendo alimentos antigos e cascas das larvas. As caixas eram mantidas sempre secas com cama feita de ração para aves. Os alimentos eram depositados em caixas de ovos, para não entrarem em contato com a cama, evitando a umidade da mesma. Como fonte alimentar e fonte de água eram fornecidos alimentos como cenoura, beterraba, pão, banana e outras frutas ao menos uma vez por semana. 28 Figura 27. Tenébrios (Tenebrio molitor) (Fonte: Arquivo pessoal). O manejo da caixa das Baratas Gigantes (Blaberus giganteus) (Figura 28) era mais simples, pois se trata de insetos que não necessitam de tantos cuidados e limpeza, já que as mesmas necessitam de um ambiente, sujo, escuro e úmido para a sua reprodução. Como fonte alimentar e fonte de água, também era fornecido os mesmos alimentos dos tenébrios. As baratas assim como os tenébrios eram usados na alimentação de alguns animais do parque, como os quatis (Nasua nasua) e também em enriquecimento ambientais para outras espécies. Figura 28. Baratas Gigantes (Blaberus giganteus) (Fonte: Arquivo pessoal). 29 2.2.1.3. Preás, Galináceo e Galinhas O recinto dos Preás (Cavia porcellus), Coelhos (Lagomorpha) e o Galináceo (Galliformes) ficava na área do setor extra do biotério (Figura 29). Todos os recintos eram cobertos e asfaltados. Cada recinto foi criado e adaptado para proporcionar aos animais um melhor bem estar. Figura 29. Área do setor extra do biotério (Fonte: Arquivo pessoal). No recinto dos preás (Figura 30) continham comedouros, bebedouros, telhas, caixotes e canos onde os animais podiam dormir, usar como ninhos e expressar o seu comportamento natural. Uma parte desse recinto era forrado por uma cama de maravalha. O manejo era realizado diariamente com a troca e reposição de água e alimentos. A maravalha era trocada a cada 15 dias ou a depender da necessidade. 30 Figura 30. Recinto dos Preás (Cavia porcellus) (Fonte: Arquivo pessoal). Na área do plantel das galinhas ( Figura 31) havia maravalha sobre toda a superfície, além de conter os comedouros, bebedouros e poleiros, havia também galeias onde as matrizes depositavam seus ovos. O manejo era realizado diariamente e a troca da maravalha a cada 15 dias. Ao menos uma vez por semana, as galinhas eram soltas na área do setor extra para banho de sol (Figura 32). Figura 31. Área do plantel das galinhas (Fonte: Arquivo pessoal). Figura 32. Banho de sol das galinhas (Fonte: Arquivo pessoal). 31 No recinto dos coelhos (Figura 33) havia uma parte onde não tinha coberta para que os animais pudessem ter acesso ao banho de sol. O recinto contava também com bebedouros, comedouros e caixotes. Uma parte desse recinto era coberta por uma cama de maravalha, e em outra parte havia uma caixa de areia onde os animais faziam ninhos e expressavam seu comportamento natural. O manejo também era feito diariamente e a troca da maravalha a cada 15 dias. Figura 33. Recinto dos coelhos (Fonte: Arquivo pessoal). A autanase a desses animais era realizada por meio do deslocamento cervical. Os preás, coelhos e as aves, assim como os ratos e camundongos, eram destinados à alimentação de alguns animais carnívoros do parque, como a píton birmanesa (Python bivittatus). 32 2.2.2. Manejo dos Animais do Zoológico Durante o estágio foi possível participar de alguns manejos dos animais do Parque, sempre com a supervisão e instruções dos profissionais responsáveis pelos recintos. A figura 34 mostra uma visita ao recinto da Anta (Tapirus terrestris) onde foi possível analisar o seu escore corporal. Figura 34. Visita ao recinto da anta para avaliação do escore corporal (Fonte: Arquivo pessoal). 33 Durante as rotinas no zoológico, foi possível acompanhar também os cuidados com a alimentação da Pantera (Panthera onca), que passava por um problema gastrointestinal e por esse motivo a sua alimentação era fracionada e entregue na boca do animal com o auxílio de uma pinça, como mostrado na figura 35. Figura 35. Acompanhamento da alimentação da Pantera (Panthera onca) (Fonte: Arquivo pessoal). 34 A figura 36 mostra o acompanhamento da higienização e aplicação de medicamento na boca e dentição do Hipopótamo (Hippopotamus amphibius), onde o mesmo apresentava alguns machucados na gengiva e lesões nos dentes. A aplicação do medicamento aconteceu sob o auxílio e supervisão do médico veterinário do Parque. Figura 36. Acompanhamento dos cuidados odontológicos do hipopótamo (Hippopotamus amphibius) (Fonte: Arquivo pessoal). 2.2.3. Enriquecimento Ambiental Para diminuir o estresse e aumentar a qualidade de vida dos animais em cativeiros, o Setor de Nutrição busca proporcionar atividades de enriquecimento ambiental aos animais do Parque. O enriquecimento ambiental com os ratos e camundongos era realizado uma vez por semana variando entres enriquecimento ambiental alimentar, sensorial e cognitivo. 35 A Figura 37 mostra um enriquecimento ambiental feito para os camundongos com materiais de caixa de ovo, serragem e algumas sementes oleaginosas. Pode ser observado durante o enriquecimento o comportamento de curiosidade e estratégia para conseguir ter acesso ao alimento. Figura 37. Enriquecimento sensorial para os camundongos (Fonte: Acervo pessoal). 36 No dia 12 de outubro foi realizado o enriquecimento alimentar e sensorial para os Macacos-pregos (Sapajus cebidae), feito com tenebrio, baratas gigantes e gelo (Figura 38). A atividade além de proporcionar uma situação onde o animal pudesse desenvolver seus instintos naturais, também tinha como propósito de refrescá-lo. Figura 38. Enriquecimento sensorial para os Macacos-pregos (Fonte: Arquivo pessoal). A Figura 39 mostra um enriquecimento feito com o restante do pó da ração para roedores misturada com banana e tenebrio. O enriquecimento foi ofertado aos ratos e camundongos. Figura 39. Enriquecimento alimentar para os camundongos (Fonte: Arquivo pessoal). 37 2.2.4. Acompanhamento da preparação e do fornecimento das dietas Durante o estágio também foi possível acompanhar a preparação (Figura 40) e o fornecimento das alimentações dos animais do parque juntamente com os tratadores. As alimentações eram fornecidas três vezes ao dia ou de acordo com o hábito e a necessidade alimentar de cada animal. Esse acompanhamento foi importante pois forneceu conhecimento da rotina de alimentação do parque. As alimentações eram preparadas em bandejas identificadas com o nome de cada espécie (Figura 41) e entregue aos respectivos tratadores responsáveis. Figura 40. Auxílio na preparação das alimentações (Fonte: Acervo Pessoal) Figura 41. Bandejas das alimentações (Fonte: Acervo pessoal). 38 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS Realizar o estágio no zoológico do Parque Estadual de Dois Irmãos (PEDI) proporcionou uma experiência rica em ensinamentos e aprendizados, ampliando significativamente meu conhecimento sobre os procedimentos de rotina em um ambiente zoológico. Dessa forma, o estágio foi de grande valor tanto pessoal quanto profissionalmente, devido à soma de conhecimentos adquiridos e colocados em prática toda a graduação em zootecnia. 39 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO; Parque Estadual de Dois Irmãos: Sobre o parque; Acesso em: 25 maio 2024. SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE , SUSTENTABILIDADE E DE FERNANDO DE NORONHA: Sobre parque; Disponível em: . Acesso em: 25 fev. 2024b. 40